A equipa feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal disputa hoje, em Leiria, frente ao SL Benfica, a final da Supertaça.

Na antevisão, a treinadora, Mariana Cabral, apontou o coletivo como principal arma das Leoas, espelhando, no fundo, aquilo que é  a matriz do plantel. “Contamos com as mesmas armas, somos uma grande equipa. Temos jogadoras de muita qualidade, trabalham muito, e por vezes com grandes adversidades fazem muito. Penso que o grupo é muito unido e isso, aliando à qualidade que têm, mostra que são um coletivo que evoluiu e aumenta a sua própria validade precisamente porque cada uma delas dá muito ao grupo. Por isso, penso que temos todas as armas para conquistar a Supertaça“.

Esta tem sido, afinal, a filosofia de trabalho de Mariana Cabral e da sua equipa técnica: fazer mais com menos, sendo claro que todo o foco de quem, a nível diretivo, gere o futebol feminino, passa pela conquista de troféus a nível interno, colocando no campo do imaginário a vontade de trabalhar no sentido de alcançar uma hegemonia interna e ir trabalhando o plantel para ir dando passos cada vez mais seguros na Europa.

Neste defeso, saíram sete jogadoras. Entre elas, Andreia Jacinto, que tem tudo para ser a próxima referência maior do futebol feminino português, rumou à Real Sociedad, sendo que também Fátima Pinto, Joana Marchão e a redes, Doris Bacic, disseram adeus. Todas elas titulares, todas elas jogadoras bem acima da média.

Como reforços, dois nomes de peso: Cláudia Neto, uma das mais experientes e conceituadas jogadoras portuguesas, que regressa a Portugal depois de várias épocas lá por fora, passando por clubes como Wolfsburgo ou Fiorentina; e Ana Capeta, a avançado que deixou saudades e que regressa para voltar a vestir uma camisola que é a sua segunda pele.

Resumindo e baralhando, e já depois de uma vitória por 3-0, sobre o Famalicão, que deu acesso à final de hoje, partimos para esta época com algumas interrogações e outras tantas esperanças:
– será Hannah Seabert consistente na baliza?
– irá Alícia fazer esquecer Joana Marchão?
– juntar Cláudia Neto a Brenda Perez no miolo, tem tudo para fazer as delícias de quem gosta de ver a bola bem jogada
– um tridente atacante composto por Diana, Chandra e Capeta, é sinónimo de golos, velocidade, imprevisibilidade e intensidade. Será que jogarão juntas?

Em tudo o resto, pouco mudou. Até começámos a época com uma campanha de lançamento dos novos equipamentos onde as protagonistas foram as Leoas, mas cedo se percebeu que essa aposta comunicacional não havia passado de algo momentâneo, seja porque na Loja Verde as camisolas da equipa feminina não estão à venda, seja porque não houve o mínimo acompanhamento do estágio que a equipa fez no Algarve, obrigando mesmo os adeptos interessados a ter que recolher aos sites e páginas do Bétis e do Sevilha para acompanhar o desenrolar dos jogos e os resultados.

A abertura das portas de Alvalade a esta equipa parece também continuar completamente colocada de lado, nada que admire num País onde se ignora todo o crescimento que o futebol feminino tem na Europa e no mundo (ainda há um mês, a final do Europeu feminino de futebol, entre a Inglaterra e a Alemanha, contou com 87.192 espectadores nas bancadas do Estádio de Wembley, Londres, um recorde de assistência em Europeus femininos e masculinos), e onde se continua a achar que uma final da Supertaça entre Sporting e Benfica, merece ser atirada para uma sexta feira à noite, repetindo a desvalorização do espetáculo feita aquando da final da Taça de Portugal, com os bilhetes a serem vendidos a 1€ (se quem promove não acredita…)

Face a tudo isto, resta à nossa equipa avançar para mais uma época de superação, se possível repetindo as conquistas da anterior (Supertaça e Taça de Portugal), e alcançando o tão desejado título.

Boa sorte, Leoas!

 

texto originalmente escrito no site Pelo Meu Sporting