Hoje venho falar-te da Marta. Também venho falar-te da Carina (3 anos), do Filipe (8 anos), do Mike (9 anos) e do Dionísio (19 anos, o mais ferrenho Sportinguista).

Há cerca de quatro anos, a Marta deixou a Guiné e veio para Portugal em busca de um recomeço. Com o coração apertado por deixar os três filhos para trás, trouxe com ela a Carina e um objectivo maior: criar condições para que o Filipe, o Mike e o Dionísio pudessem vir para junto delas.

Entre burocracias e a luta diária por ir juntando dinheiro, abdicando de terminar de tirar a carta de condução, por exemplo, o tempo foi passando. Todos os meses, acumulando horas sem dormir, trabalhando quase sempre a dias e a fazer limpezas, a Marta ia conseguindo mandar o máximo que podia para os filhos que estavam longe. Roupa, calçado, comida que se compra cá e que não há lá, a que juntava o dinheiro que conseguia, tudo ao cuidado de uma tia pronta a envergonhar tal grau de parentesco.

A comida, a roupa, o calçado iam directos para os filhos da dita senhora, que em troca dava o que estava usado e, invariavelmente, uma mão cheia de fome aos filhos da Marta (o Filipe chegou a Portugal com uma anemia séria). Penso que podes imaginar o desespero da Marta quando descobriu isso, impotente face às demasiadas horas e quilómetros de distância a separá-la de quem mais gosta.

Foi por essa altura que conheci a Marta, foi assim que começou esta Tasca Solidária ainda antes de sê-lo: oferecendo a ajuda jurídica de que ela precisava para desatar o nó. As burocracias deixaram de pousar sobre secretárias de gente sempre pronta a dificultar, o tempo do reencontro foi-se encurtando à medida que a ansiedade crescia (agora falta desembrulhar o que a Segurança Social resolveu apresentar, exigindo responsabilidades parentais para que as crianças possam ter apoio, por exemplo, nas refeições escolares. Tendo em conta que o pai está na Guiné e sempre esteve a marimbar-se… mas vai resolver-se!

Hoje venho falar-te da Marta. Também venho falar-te da Carina (3 anos), do Filipe (8 anos), do Mike (9 anos) e do Dionísio (19 anos, o mais ferrenho Sportinguista).

Estão agora todos juntos, numa casa pequena em tamanho, mas grande em amor, na zona de Pero Pinheiro (Sintra). É nessa casa que te convido a entrar. Na gaveta das preocupações, está um crédito de 1800€ para pagar, depois da Marta ter pedido tudo o que podia pedir para trazer os seus filhos para junto dela (foi uma sorte a agência de viagens aceitar parcelar o pagamento das viagens). Para pagar a prestação do crédito, tem que ficar por pagar a renda da casa (cerca de 350€), e é neste jogo do empurra, ora vai para cá, ora vai para lá, que se avizinham os próximos meses.

Nos entretantos, começou a escola, e, apesar das ajudas, todos nós sabemos o que significa começar a escola no que toca a comprar material e ir fazendo a substituição do mesmo, já para não falar da roupa e do calçado, ainda para mais quando o trabalho fixo vem da limpeza de uma ou duas casas, bem como dos bolos ou dos arranjos de roupa que surgem como um extra agarrado sem desculpa de cansaço.

Por tudo isto, está na altura de voltarmos a ser um só.
Acredito que iremos fazer desaparecer o crédito, acredito que iremos tornar mais leve a gaveta das preocupações e encher muitas das gavetinhas da felicidade, quem sabe colocando numa delas um contrato de trabalho.
Em nome dos filhos. Em nome da mãe.

 

COMO PODES CONTRIBUIR?

Podes fazer a tua contribuição a partir de 2 euros para a conta da Tasca

nib: 0023 0000 4545 0941 0929 4
(iBan) PT50 0023 0000 4545 0941 0929 4
(Bic-Swift) ACTVPTPL

caso queiras usar mbWay, é só usares o meu número (se tiveres) ou deixar esse desejo na caixa de comentários/ por email ([email protected])

Se preferires, podes ir reunindo ROUPA e CALÇADO
a Carina calça o 28/29 e veste para 7/8 anos
o Mike calça 36/37 e veste o tamanho normal para a sua idade
o Filipe calça 33/34 e veste o tamanho normal para a sua idade
o Dionísio calça 40/41 e veste um M ou um L, consoante a roupa

se estiveres a pensar em reunir MATERIAL ESCOLAR
os três rapazes tiveram que andar para trás na escola, pois por cá não lhes deram equivalência exacta face ao ano que frequentavam na Guiné. O Dionísio, por exemplo, teve que andar dois anos para trás e vai recomeçar do décimo ano. Neste momento estou a aguardar a lista de material que os professores vão pedir para ele.
De qualquer forma, cadernos, lápis, canetas, marcadores, cola, tesoura, são coisas que fazem sempre falta.
Se alguém tiver um computador que tenha ficado esquecido em alguma secretária ou mochila, mas que funcione, será óptimo, nomeadamente para o Dionísio poder fazer alguns trabalhos, mesmo que depois faça a impressão na escola.

Caso queiras, BRINQUEDOS e LIVROS também podem ajudar a compor esta Tasca Solidária.

PONTO DE SITUAÇÃO
Neste momento já conseguimos reunir 1056,50€

beijos, abraços e obrigado!