O voleibol regressou com vitórias e foram jogos interessantes de se analisarem. A equipa masculina venceu o Vitória SC por 3-2 no PJR, e a equipa feminina foi aos Açores vencer o K por 3-1. 

Destas vitórias saem dois denominadores comuns:
– a família Bertolini
– ação dos treinadores.

### equipa masculina ###

Começo por dizer o que é verdade. O Vitória SC tem uma equipa muito interessante que lutará certamente um lugar no playoff. Os dois primeiros sets, os que perdemos, foram muito equilibrados onde o sideout sobressaiu. O Sporting CP não conseguiu levar de vencidos estes sets porque não tinha bloco nem defesa. A exibição dos centrais estava terrível nesse âmbito e era necessário fazer alguma coisa. 

Para o 3º set entrou Gersinho em jogo:
– trocou o Pedro Cardoso e o Melgarejo de posições;
– optou por serviu flutuante abdicando do serviço em força;
– meteu o Barth em campo;
– tirou o Masso e colocou o Bertolini.

Com isto ganhou o jogo. Por algum motivo que desconheço, o Gelinski não confia no Svans para lhe passar bolas e, como até estava a fazer um jogo fraquinho, a substituição era necessária. Curiosamente, o Gallego até começou a jogar melhor depois disso. O Masso tem graves problemas com bolas rápidas ou de recurso. A razão é simples, o jogador tem lacunas técnicas normais de quem sempre foi central. Como escrevi, no jogo de apresentação já me parecia que o Bertolini em breve ganharia a titularidade. No entanto, afirmo já vamos precisar dos dois porque nenhum tem a consistência necessária para se impor como um Dennis. 

Para além do Gersinho, destaco o trabalho de 3 jogadores que são pilares vitais para o sucesso desta equipa: Pedro Cardoso, Gelinski e Barth. 

A entrada do Barth, MVP para mim, foi crítica para vencer o jogo. Começamos a pontuar no bloco e demos mais uma alternativa de ataque ao Gelinski que estava manca pela falta de aposta no Svars. Não incluo o Bertolini nos pilares do sucesso porque preciso de tempo para o conhecer melhor, mas fez um jogo extraordinário. A sua eficácia no ataque destrui completamente o Vitória SC.

O jogo apresentou alguns pormenores que me preocuparam e que os próximos jogos trarão as respostas necessárias.

No jogo de apresentação aparecemos com um bloco triplo em diversos momentos. Neste jogo, recordo-me de 1 vez apenas e até deu bloco do Pedro Cardoso. O facto de nunca ter entrado o Jardim e o Bertolini quando estávamos a perder pode dar a entender que a dupla substituição não é algo confortável para o Gersinho nesta fase. O Masso continua drasticamente a perder eficácia a partir dos 19/20 pontos do set. Com este Melgarejo, o nosso Tiago sacava a titularidade, por isso precisa de dar mais. 

Em jeito de conclusão, gostei de ver o jogo pelas nuances táticas que fomos conseguindo colocar no jogo. Temos, claramente, uma equipa melhor que a do ano passado e isso faz-me ter esperanças. A equipa precisa de trabalho em cima para continuar a evoluir, mas creio que upgrade é evidente.

 

### equipa feminina ###

A estreia foi contra o Clube K e começamos mal de caraças. A recepção não estava a funcionar e o ataque não estava a conseguir salvar. A espaços íamo-nos aproximando no marcar, mas as coisas não estavam a correr bem. 

O Rui Costa entrou logo em ação no 2º set mexendo taticamente com a equipa:
– substituiu a Ana Figueiras, que não estava a decidir bem, pela Martinelli;
– rodou a equipa toda colocando a equipa em P5;
– estamos em P5 significa que estava a Bruzza na zona 2, indo servir quando fizéssemos ponto. A ideia, imagino eu, seria aproveitar o serviço extremamente tático da nossa atleta e reforçar a defesa para os primeiros pontos do set. O set anterior a Bruzza foi servir aos 3-11 (!) e quando regressou ao ataque estava 15-12. Reparem só na importância desta jogadora para o equilíbrio da equipa. 

Com o decorrer do set mais algumas afinações. Aos 17-17 faz entrar a pessoa que precisámos mesmo naquele momento – a verdadeira Paquete. Não era aquela da pré-época nem do final do ano passado, é aquela que existia até à última lesão. Depois de entrar, já não dava para a tirar. Faltava solucionar melhorar a performance em zona 4. A Bárbara está irreconhecível e o treinador fez entrar a Rafaela Bertolini. A par do seu marido no dia anterior, entrou para brilhar. Era a eficácia de ataque que precisávamos para tornar o jogo mais evidente para nós.

Apesar de atribuir a MVP do jogo à Bruzza, tenho de referir 2 jogadoras. A Amanda esteve muitíssimo bem. No ano passado vaticinava que seria titular este ano pela evolução que estava a ter. Confirmou-se e ainda bem. Muito bem no bloco e no ataque, estando sempre concentrada para conseguir o melhor para a equipa. Duvido muito que saia da titularidade este ano. Uma palavra para a Carolina Garcez também. Nas imagens do aquecimento a Daniela Loureiro parecia lesionada e não jogou. Entrou a Carolina Garcez que esteve bem e nunca comprometeu a equipa.

Uma última nota para um Rui Costa muito mais interventivo no jogo. Com muita comunicação com a equipa, sempre tentando melhor taticamente o desempenho das atletas. Isto mostra que são necessários mais treinos para estar tudo muito afinado e oleado. Curiosamente, jogámos melhor com as jogadoras que estão a trabalhar juntas desde o dia 1 da época. A vinda tardia das jogadoras da seleção condicionou bastante a preparação deste início de época.

De referir também que o campeonato feminino este ano tem 8 equipas que todas se podem ganhar mutuamente. Destas, 6 são candidatas aos 4 primeiros lugares! Está bom isto.

Saudações leoninas a todos!
Força Sporting!

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.