O problema do voleibol não começou neste último fim de semana e também não vai acabar no próximo. Seria estranho achar que uma possível solução seria a não continuidade do Gersinho. A verdade é que o tenho defendido bastante, mas começo a pensar que o ciclo pode mesmo ter terminado.

Não mudo a minha opinião sobre as suas qualidades técnicas e o conhecimento sobre voleibol. Neste momento, a minha grande dúvida é se conseguirá acabar com este campo de férias que se tornou a sua equipa. Chamo campo de férias porque me parece existir algum nível de impunidade que não permite consequências práticas para quem não está a fazer o que deve.

Há dois jogadores que precisam de banco, urgentemente. O Gelinski e o Masso não estão a oferecer à equipa a qualidade que têm. Ambos são uma aposta clara para esta época, por isso será que o seu estatuto não está a atrapalhar a progressão da equipa? A questão não é serem suplentes para sempre, é apenas serem suplentes até serem melhores que o Jardim e o Bertolini. A verdade é que, este ano, temos a melhor equipa desde que o Gersinho aqui chegou, o plantel tem opções e ainda fomos a tempo de colmatar as lesões do Tiago Pereira e do Kelton. Por falar em Tiago, que falta ele faz. Ele devia ser o capitão do Sporting CP, de caras. Ainda não tinha falado nisso. Foi a primeira grande decepção desta época. Como é que o sportinguista, raivoso, leal, líder, profissional, motivador Tiago Pereira não é o capitão principal?!

Ao contrário do mundo digital, eu não tenho nenhuma satisfação adicional na saída do Gersinho. Acho que, ele mais que ninguém, perceberá se tem condições para continuar como treinador de uma instituição que é muito maior que ele e que toda a sua equipa junta. Já se percebeu que continuará como treinador por isso estou expectante para ver como liderará a equipa. Chegou a hora de mandar um berro ou terá um desfecho que não é digno da sua qualidade, saindo pela porta pequena.

Já agora importa dizer que isto não tem absolutamente nada a ver com a presidência do Frederico Varandas. Por muito que eu o ache fraco, isto é só uma questão de gestão desportiva. Se há ano em que existiu um esforço para ter uma equipa boa é esta. E olhem que eu até sou daqueles que acha que esta equipa pode mesmo ganhar ao SL Benfica. Claro que, depois de perder com GC Castelo da Maia parece estranho de dizer. Desculpem.

A minha opinião sobre o voleibol do Sporting CP mantém-se desde há vários anos. A liderança do Miguel Albuquerque foi absolutamente incompetente, tornando a modalidade com uma mentalidade pouco ligada à identidade do Sporting CP. As reduções drásticas de orçamento, a par de um abandono no que toca à gestão desportiva, tornou o voleibol numa modalidade “para fechar”. Recusou-se a criar formação masculina que, os dias de hoje, mostram que era um erro. As fracas assistências no PJR, pelo menos no voleibol, também são continuidade e reflexo desse tempo. Parece um parágrafo descontextualizado, contudo, pelo menos comigo, as histórias contam-se pelo princípio, relembrado como chegamos aqui.

A meu ver, tem havido um esforço gigante por parte do novo diretor da modalidade, Paulo Cunha, em ajudar o voleibol a crescer. Apesar disso são muitos anos de inércia e incompetência onde o voleibol só existia para levar pancada.

A minha conclusão é simples: o Gersinho tem nas mãos um problema sério que veremos se tem capacidade para o resolver. O problema não é de voleibol, mas sim de gestão de pessoas. Se conseguir, em tempo recorde, mandar um berro, há esperança. Se nos próximos dois jogos o nosso 6 titular for Gelinski, Masso, Barth, Gallego, Pedro e Melgarejo então o problema é bem mais sério.

Este fim de semana há muitos jogos para ver onde destaco o SL Benfica vs Sporting CP em voleibol feminino. No masculino é só esperar para ver se haverá sangue ou indiferença. O patamar será esse. Se vencermos, teremos indiferença generalizada. Se perdermos, até vai doer só de ver.

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.