Ontem o Benfica jogou um joga da liga dos campeões com o Bayern de Munique no Seixal ? Vi mal ou estou enganado ? Realmente um jogo de dois clubes com mais adeptos na Europa vão jogar no campo de treinos do Seixal

Seja em que assunto for, o primeiro passo para melhorar e corrigir é perceber e assumir o que está menos bom.

Uma das coisas que me tem chateado no Amorim é a dificuldade dele em assumir essas coisas no futebol do Sporting.

Hoje, ao ler as declarações da Patão sobre a derrota de ontem com o Bayern, nos termos em que aconteceu, vejo mais do mesmo: absoluta negação da evidência, colocando todo o ónus da derrota na inexperiência do Benfic@. Ora, foi por demais evidente, clarinho como a água, que enquanto tiveram pernas a inexperiência NUNCA foi um problema e que controlaram sempre muito bem a equipa mais experiente.
O problema foi que as pernas acabaram aos 60 minutos e tiveram de jogar mais 38 minutos, cada vez com mais dificuldades – 1 ataque de jeito em 38 minutos e porque a árbitra marcou um penálti quando a falta é da Jéssica e não ao contrário porque se não é isso eram zero ataques de jeito a partir dos 60 minutos.
Custa-me a perceber porque raio é tão difícil preparar melhor as equipas portuguesas – especialmente as femininas – e não assumem esse problema.
Quem vê hoje jogar a Tatiana percebe que joga mais rápido e com muito mais intensidade do que o fazia no Sporting. A própria Fátima, só há 3 ou 4 meses em Espanha, já mostra isso também. Quem lembra o que foi o inicio de época da Brenda do ano passado nota diferença para esta época – muito mais diferenciadora em termos de velocidade e intensidade!
Ontem, um Benfic@ mais bem preparado fisicamente, nunca teria perdido o jogo com o Bayern porque enquanto tiveram pernas nunca as deixaram jogar, antes pelo contrário, foi mais o Bayern a tentar não deixar jogar o Benfic@. Mas quando o Benfic@ “acabou”, então sim, apareceu o Bayern a jogar e lixaram-se.
Mas não assumir isso é o primeiro problema para não se corrigir o que está mal.

Reflexão do dia:

“Carnide vende caro, Sporting vende barato?”

O que se passou foi que o Sporting, entre 2013 e 2018 começou a cagar na formação (porque a mesma não dá sucesso imediato, apenas sucesso a médio e longo prazo e isso não dá tesão, nem direito a voltinhas ao estádio), enquanto que o carnide começou, nessa altura, a sua época de ouro na formação (aproveitando a nossa distração) e isso permitiu formar grandes jogadores como Cancelo, Bernardo, etc, etc, os quais deram prestígio ao clube e permitiu a este inflacionar futuras vendas. O Sporting, ainda por cima, deu mais um prego no caixão quando vendeu o Cedric Soares por um saco de tremoços, dando a entender ao mundo de futebol que os seus jogadores valiam pouco, mesmo sendo internacionais.

Felizmente a inversão do paradigma já está a acontecer como se comprova com as vendas caralhudas do Bruno Fernandes(que não teria regressado se o Gordo não tivesse sido obrigado a sair), mesmo em cenário de crise e do Matheus Nunes (jogador que há três anos atrás não tinha valor de mercado e cujo futuro valor foi zombado por alguns adeptos sportinguistas que apenas querem o melhor para o nosso Clube e têm a espinha bem vertical), mas o processo demora os seus anos.

Continuando nesta senda, nos próximos anos, vendas astronómicas como as do carnide poderão facilmente acontecer, porque a aposta na formação regressou em força e há sucesso desportivo e a montra da Champions está finalmente a tornar-se como algo habitual e as idas aos oitavos a acontecerem como nunca aconteceu desde que existe este formato da CL. Basta pensarmos na febre que o Edwards está já a provocar e no quanto Inácio, Porro, Ugarte e Pedro Gonçalves ainda poderão valorizar (face ao valor atual, a juventude e os palcos desportivos já alcançados), sem esquecer as bombas que vêm ai como Mateus Fernandes, Essugo, Marsá e Rodrigo Ribeiro.