Podemos não ter ganho, mas alguém vai passar um mau bocado. O discurso final do treinador João Coelho é aquilo que os adeptos de voleibol do Sporting CP estavam à espera de ouvir. Uma declaração pública de que há um lado certo onde os atletas têm de estar e não estão.
Há duas palavras que se realçam do discurso: Disciplina e Mentalidade.
É com alegria que as ouço. Evidentemente que é preciso colocar “cá fora” a exigência que depois será passada para dentro. Se calhar vou dar uma novidade, mas o Sporting CP é de quem? Sim, é dos seus adeptos e é importante conversar connosco para que a harmonia entre equipa e bancada possa existir sempre.
Concordo e reforço o que o João Coelho disse. Estes são jogadores profissionais habituados a ritmos competitivos exigentes. O problema não é técnico, é mental e disciplinar. Isto não é Las Vegas, onde vale tudo. A história tem-nos dito que só há uma forma de superar diferenças técnicas – mentalidade. Foi essa característica que faz campeões e coloca no lugar mais alto do pódio aqueles que, tantas e tantas vezes, são menos favoritos à vitória.
Repito, podemos não ter ganho, mas alguém vai passar um mau bocado porque os treinos vão doer. Se aquelas palavras forem colocadas num campo de voleibol, em janeiro mudaremos de comportamento ou de jogadores. Isto é um barco onde não caberão primas-donas. Há pouco tempo ouvi o Bernardinho Resende falar do seu mantra. Ele dizia que “aos campeões o desconforto” porque “uma equipa só se mantém como campeã mantendo o espírito de aspirante”. E ele tem razão! Seja em profissão for, experimentem marcar um treino/reunião às 6h da manhã. O rookie dirá que sim e chegará às 5h30, o sénior dirá para teres juízo porque é cedo demais. Certo, mas o Bernardinho pergunta: “então como é que eu o coloco desconfortável para que ele continue a evoluir?”. Nisto, o atleta, seja ele qual for, só tem de responder de uma forma – compromisso. O homem estava nervoso e isso agrada-me muito, como tão bem sabem aqueles que me vão lendo semanalmente.
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Antes de dar duas palavras sobre os jogos do fim de semana, repetir aquilo de devia estar escrito, sublinhado, a negrito e em letra gigante em todo o PJR. O João Coelho resumiu:
“Ganhar a qualquer adversário em qualquer campo.”
Antes de dar duas palavras sobre os jogos do fim de semana, repetir aquilo de devia estar escrito, sublinhado, a negrito e em letra gigante em todo o PJR. O João Coelho resumiu:
“Ganhar a qualquer adversário em qualquer campo.”
Algumas notas sobre o jogo da equipa feminina e masculina. Ainda falando sobre o SL Benfica, viu-se que vieram com tudo e sem poupanças. O Marcel quis mesmo ganhar, até como o seu ponto de ordem. «Tiraram o Gersinho, mas nós continuamos a vencer. Não chega.». A minha verdade é que o SL Benfica só não tremeu porque o Sporting CP tem uma inexistência brutal de bloco e defesa. O treinador João Coelho veio mais chateado com os ataques sem critério, bem sei. Na minha opinião ele disse isto porque, mesmo com as lacunas que tivemos, se tivéssemos tido mais critério no ataque tínhamos ganho o jogo. A disciplina está, certamente, relacionada com o plano de jogo. O disciplinado é aquele que tem ordem, método e não aquele que faz o que lhe apetece. Alguém(ns) andou a fazer merda.
Sobre o voleibol feminino é de destacar o regresso da capitã Daniela Loureiro depois de uma longa paragem. Dificilmente alcançaríamos sucesso sem ela. A sua experiência e mentalidade são um barómetro de qualidade que transforma momentos. Há pessoas mudam os paradigmas, que fazem os outros experimentar sensações que lhes pode mudar a vida. A Dani é um exemplo. As ferramentas para isto são humanas e a Daniela tem-nas. Um gesto, um berro, um sorriso, um jeito qualquer de piscar o olho que mexe com a adrenalina e faz, todos, ir mais longe. A Daniela é a mentalidade e a disciplina, a qualidade e assertividade que o Sporting CP precisa. Não há equipas vencedoras sem Danielas presentes. No Sporting CP, para mim, a regra é clara: Com a Daniela Loureiro estaremos sempre mais perto de ganhar.
Bom regresso. Até já.
*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.
7 Dezembro, 2022 at 15:12
Obrigado pelo serviço publico.
Vi umas partes do jogo com os lampiões e confesso que se torna penoso ver a falta de atitude a rondar a displicência. Que o mister os consiga meter na linha e quem não quiser trabalhar a porta da rua é a serventia da casa.
Sobre a equipa feminina não vi o jogo mas não posso deixar de saudar o regresso da Dani, que o problema de saúde continue controlado para o seu bem estar pessoal e já agora para o sucesso desportivo.
7 Dezembro, 2022 at 18:55
Cá pra mim, mais depressa a direção despede o João Coelho, do que assume responsabilidades e toma posições “a sério”.
Fracos líderes frazem fracas, fortes gentes.
Temos pena, mas é só isto.
#capitãobanana
7 Dezembro, 2022 at 19:15
esse papel de bunda mole já era desempenhado pelo Gersinho, o Coelho agora vai ter que lidar com o facto de ser o gajo que tem que pôr na linha os meninos que acham que fazem o que querem. Resta saber se terá a seu lado as pessoas com responsabilidades hierárquicas superiores
7 Dezembro, 2022 at 20:20
Obrigado Adrien S., por mais este post.
Vi o jogo da nossa equipa masculina e não recordo de um jogo em que o Benfica tivesse tão claro controlo sobre todos os momentos do jogo. Até o set que vencemos pareceu-me mais por gestão física do Benfica que por superioridade nossa.
Foram salvo erro 3 sets perdidos por 20-25, e em que fiquei com a sensação de que os nossos jogadores “entregavam” o jogo assim que o Benfica chegava ao vigésimo ponto. Como escrevi acima, se houve algum derby mais desnivelado (em relação a atitude) e sem emotividade que este, não lembro.
Assumo que vou sempre com um pé atrás quando enfrentamos os rivais (e em especial o Benfica) e pelas palavras do treinador que o Adrien S. aqui transcreve o problema não é de fácil resolução. A falta de brio, de exigência, de empenho não se alteram com castigos ou sessões de flexões.
Eu acredito em mudanças de “chip” mas para isso é necessário que existam no plantel jogadores com a “alma” que ainda não mostraram.
Para mim a grande lacuna da equipa masculina é a falta de liderança e referências dentro de quadra. No passado tínhamos Maia e Dénis (e não só) que pelo estatuto e experiência mantinham a equipa focada e com um espírito de superação que hoje não sentimos.
Enquanto nas Leoas temos uma Dani (excelente notícia!) e uma Thaís, no masculino não temos quem transmita esse querer férreo, essa vontade de dar tudo até cair para o lado.
João Coelho tem um desafio enorme pela frente, mas se conseguir superá-lo…
8 Dezembro, 2022 at 16:42
Esmoriz X Sporting
de novo deprimente a falta de atitude dos jogadores do Sporting
8 Dezembro, 2022 at 18:02
Foi preciso ralhar com a equipa.
Vitória por 3-1