Desculpe o amigo Chico Faria…
Mas o sentido das palavras que escreveu…
Não têm aplicação possível à realidade dos factos…
Até porque foram proferidas por Quem é em Si Mesmo a própria Paz e Amor…

O que se passou “foi mais uma amostra” de que “ não temos” em Portugal quem administre “ com senso” a justiça que devia ser feita, nesta como noutras circunstâncias…
Abraço e SL

Estás, mais uma vez, a extrapolar o que estou a dizer.

Agarras-te à tua retórica e recusas ter o bom senso para analisar os casos que são muito diferentes.

1º, sempre disse aqui que a Justiça portuguesa é uma merda. Portanto, isto não tem discussão – a minha opinião é essa – e, penso, estamos juntos nisto!

Depois vem tudo o resto.

Para mim é óbvio que é mais fácil identificar quem participou na invasão à Academia, do que quem bateu no nosso adepto. Já dei alguns exemplos de razões para pensar assim.
Se não concordam, bem, não concordam. Isso não faz mudar a minha opinião, neste caso.

A maneira como lidaram com o caso da Academia teve muito a ver com o óbvio “querer entalar o Bruno de Carvalho”. É a minha opinião também e podem discordar à vontade. O caso está cheio de merdas mal feitas que, mais uma vez, passaram em claro e ninguém foi responsabilizado pelo atropelo à lei – porque é isso que o PS faz da Justiça, uma confusão ode cada um faz o que lhe apetece, desde que defendam os interesses do partido quando é preciso!

Este caso, da agressão no Estoril, é um caso simples e, para mim, é óbvio desde a primeira hora que seria muito difícil identificar os agressores. Vocês queriam, à força, fosse lá como fosse, desde que fossem benfiquistas, que alguém pagasse por isso e fosse preso. Felizmente as coisas também não são essa desgraça e é preciso provar que alguém foi realmente culpado.
Não posso deixar de fazer aqui o paralelo, que já falei aqui na Tasca, da Justiça pela cor – no caso, da camisola. Um gajo basta ser sportinguista para não poder levar porrada da policia. Pode fazer a merda que quiser que, se for sportinguista, é um dos nossos e uma vergonha levar nos cornos, ser detido, ou não aparecer logo o Varandas a defende-lo. Mas se for benfiquista, a vergonha já é não levar nos cornos, não ser detido, ou ter alguém a defendê-lo, independentemente de ser culpado ou inocente. Isso é um detalhe que, sendo-se benfiquista, ou sportinguista, não interessa. O que interessa é se é benfiquista, ou se é sportinguista. Isto é que define o poder ou não ser detido, levar nos cornos ou ter alguém a defendê-lo.

Meu caro, há muita merda que ultrapassa, e muito, o clubismo. E a Justiça é uma dessas merdas. Está muito acima do clubismo, da raça, da ideologia, do gosto sexual, do que seja. A Justiça tem de ser igual para todos e é assim que a devemos analisar, mesmo que, como é o caso do nosso país, não seja assim que realmente funcione sempre! Nós, cidadãos, temos a obrigação de lutar por isso e fazermos esse juízo, ou então não temos do que nos queixar! Não tens moral para te queixar da Justiça se tu próprio fazes as tuas analises com base na cor de uma camisola, de uma ideologia, de uma raça, etc.
E o que eu vejo, aqui na Tasca, e algumas vezes em conversas fora daqui, é que as pessoas fazem justiça pelo seu gosto, e não tratando ambas as partes com os mesmos direitos. E vou dar-te um exemplo extremado – para que percebas e para veres até que ponto as pessoas são ridículas por vezes – que se passou entre mim e um grande amigo meu. Eu sou a favor da pena de morte – em casos concretos, sobre determinadas condições – e o meu amigo é contra a 100%. Durante muitos anos, uma vez por outra, lá discutíamos o assunto. Eu sempre mantive a minha posição e ele manteve a dele. Uma vez, a propósito dum caso qualquer que apareceu na TV, qualquer coisa relacionado com o desaparecimento duma criança que depois acabou sendo encontrada morta depois de ter sido violada, ao falarmos sobre o assunto o gajo disse que se fosse com ele – tinha uma filha sensivelmente da mesma idade – ou o gajo apanhava a pena de morte ou ele próprio o mataria – o criminoso acabou por ser apanhado e era amigo da família. E eu questionei o gajo, se já tinha mudado de opinião, ao que me disse que era diferente se fosse com a filha dele. Epá, não é! O que é diferente é a maneira como te envolves no caso, não o caso em si. Violar e depois matar uma miúda de 12 anos, seja aqui, seja na China, seja tua filha, seja filha do Abdul, é igual! Tens de defender uma determinada punição que será igual para todos os casos, e não podes achar que se for a tua filha a punição deve ser X mas se for a minha já deve ser Y.
E é isso que eu vejo muita gente aqui fazer, por clubismo bacoco puro. A um sportinguista nada pode acontecer e para um benfiquista tudo o que acontecer ainda é pouco. E é isso que eu questiono, porque há gente boa e má em todo o lado!