Começo pelo comentário feito pelo Cherba na semana anterior. “(…) uma coisa é certa: se por alguma cambalhota do destino conseguirmos ser campeões a jogar sempre no fio da navalha, vamos dizer que foi épico!”

Mais um jogo duro que conseguimos vencer. No ano passado, o limbo levou-nos a perder em momentos chave, ao contrário deste ano. A negra tem sido nossa e, mais que técnica, estes quintos sets são reflexo de muita atitude por parte da equipa. O treinador Rui Costa não se cansa de elogiar o grupo, apontando sempre para o trabalho e a ação coletiva como fórmula de sucesso. Continua a faltar-nos uma pontuadora e distribuição ao nível das rivais, mas a coisa vai-se fazendo.

Esta semana lá fui eu (e o Jorge Gabriel) até ao pavilhão da EFANOR ver o Sporting CP. Nem seria o nosso clube senão fossem mais 2h30 de voleibol e as consequências pago-as eu em casa. Siga. Num pavilhão difícil pela boa equipa que ali joga e, também, por um speaker que deixa desconfortável qualquer pessoa que não seja adepto da equipa da casa. O Sporting CP esteve no seu serviço uma grande arma, obrigando o PV a trocar por 3x a sua ponta. Estabilizou com a entrada da Inês Pereira, coincidindo com o nosso pior período. O PV meteu as fichas todas no serviço para cima da Rafaella e depois com a Bárbara. Felizmente para o Sporting CP, a Bárbara nem pestanejou brindando-nos com uma bela exibição. A nossa distribuição nunca se encontrou, seja pela Ana Figueiras ou pela Greta Martinelli. Isso condicionou o nosso jogo pelas centrais tendo-nos deixado muito expostos nas pontas durante demasiado tempo de jogo.

Uma a uma:

Bruzza: Para mim a melhor em campo. A sua capacidade defensiva/receção é vital nesta equipa e, quando ainda consegue ter bastante bola de ponto, ficamos muito mais perto da vitória. Sempre muito intensa a jogar o que contagia muito as colegas. Numa palavra? Intensidade.

Rafaella: Entrou muito bem em jogo. Com a persistência de serviço para ela foi quebrando sendo substituída pela Bárbara. Continuamos a precisar da Rafaella como da água para beber. É uma delícia vê-la a vibrar, seja no banco ou em campo. Numa palavra? Compromisso.

Bárbara: Estive muito indeciso em atribui-lhe a melhor em campo. Na verdade, também merecia porque virou o jogo e fez-nos caminhar para a vitória. Pronto, ficam as duas como melhores em campo. Quando está bem, fica imparável. O PV tentou massacrá-la com serviço, mas a Bárbara estava magnífica. Depois decidiu atacar mais do que fazer os seus “tradicionais” amortis e isso revelou-se o nosso sucesso. Numa palavra? Completa.

Daniela Loureiro: A capitã lesionou-se durante um jogo que lhe estava a correr bem, como de costume. Esperemos que não seja nada de grave. Numa palavra? Qualidade.

Carolina Garcez: Estou a frio, sem estar à espera. Quando a vi entrar pensei logo que o PV iria cair-lhe em cima com o serviço. Teria sido a minha opção porque estava sem ritmo de jogo. Preferiram a Bárbara e isso deu tempo à Carolina de, com calma, entrar em jogo. Numa palavra? Competente.

Ana Figueiras e Martinelli: Falo das duas porque a opinião é a mesma. Um jogo muito aquém do que sabem e já fizeram. Neste momento, não há espaço para desinspirações nem desvaneios táticos por falta de confiança. Este jogo ganhámos, ok, mas não será sempre assim. Numa palavra? Desconcentradas.

Jady: Na bancada, eu desesperava para que lhe metessem a bola. Foi a melhor em campo com 25 ataques e 52% de eficácia. Eu tinha-lhe dado 50 ataques que a eficácia se mantinha. É maravilhoso ver como joga. Numa palavra? Intensidade.

Aline Timm: Entrou para substituir a desinspirada Amanda e brilhou no serviço. Esteve também muito bem no bloco! Recordo o que disse o treinador Rui Costa na flash interview. Dizia ele que a Aline tinha pedido para treinar serviço na quinta-feira, no treino específico das pontas. Parecia premonição. Numa palavra? Decisiva.

Amanda: Não belisca em nada a sua qualidade, mas não foi o seu melhor jogo. Venha o próximo. Numa palavra? Desinspirada.

Vanessa Paquete: Ela é Sporting CP, porra! Pelos vistos tem a quem sair porque eu estava atrás do seu pai e o senhor vibra de maneira igual. Impossível pedir mais a uma atleta e o erro nunca lhe é bem recebido. Um jogo muito bom por parte da Vanessa. Numa palavra? Sporting CP.

Rui Costa: Mais uma vez a fazer “das suas”. Muda as formações, dependendo de como está o jogo, lendo muito bem qual a formação mais frágil do adversário, jogando com isso. Sem problemas em fazer substituições na equipa, usando todas as armas que vai tendo. Numa palavra? Inconformado.

Teremos, agora, um fim de semana decisivo onde 2 vitórias nos garantem a qualificação para o playoff. Uma vitória, na minha opinião, também. Vamos ver o que nos reserva.

Não vi o jogo dos rapazes que foi praticamente à mesma hora. Interessa não cruzar com o SL Benfica e isso prevê-se possível.

Saudações Leoninas!

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.