Começo já pelo aviso mais importante:  estou a escrever a quente por isso isto pode sair mais a fervido.

Neste fim de semana a equipa feminina venceu a melhor equipa da liga, a AJM/FC Porto e perde com uma das rivais diretas pelo lugar no playoff. Se pudesse escolher, tinha trocado porque emocionalmente é muito pior o cenário como aconteceu. Para esta rúbrica achei mais interessante trazer 5 olhares sobre o fim-de-semana, exacerbando situações que mais me chamaram atenção:

 

Ponto 1: Arbitragem

Infelizmente não foi por aí que perdemos porque a incompetência das árbitras de domingo prejudica o jogo e não apenas uma equipa. Permitam-me um desabafo sobre isto. No 4º set, num momento onde a equipa estava a evoluir tentando entrar na disputa do set, o Clube K faz uma falta de formação e quem vê é a… Sofia Reigoto. Nenhuma árbitra e, para tristeza minha, nenhuma jogadora em campo repara nisso. Eu estava em casa aos berros: “rotação!!!! rotação!!!”. Reparem, o plano de jogo naquele momento era servir para cima da Riikonen que iria servir na rotação seguinte por isso estava mais que identificada. Vai a Kátia e está tudo bem!?

Quando temos árbitros incompetentes o nosso olho tem de estar muito mais atento e PRESSIONANTE. Isto vem nos livros.

 

Ponto 2: Nuno Miguel Simas

A lufada de ar fresco jornalístico do fim de semana. É muito bom ver que há quem esteja, realmente, a querer evoluir com o voleibol e tentar melhor a experiência do espetador. No jogo com a AJM/FC Porto as habituais perguntas sem sal no final do jogo foram substituídas por comentários/perguntas assertivas e pertinentes. Perguntas fechadas para respostas fechadas. Como adepto de voleibol interessa-me muito mais um comentário técnico ao jogo do que perguntas abertas como “o que achou do jogo?”. Vejo pouca televisão e os jogos normalmente vejo sem som, por isso isto foi uma surpresa. Importa realçá-la e dar os parabéns ao Nuno Miguel Simas.

 

Ponto 3: A equipa

Na escolinha do meu filho, a educadora no outro dia disse que era “pica miolos”. Ela queria chamar-lhe chato, mas achou (e bem!) que eu poderia não gostar do adjetivo. Todos os treinadores realçam isso da nossa equipa. Somos pica miolos defensivos, estando sempre com a bola em cima, nunca deixamos cair. Aliado a isso, temos um bom bloco e serviço, também sempre realçado pelos adversário. O nosso maior ponto fraco, também amplamente comentado por mim e por todos os que jogam contra nós, é a falta de ataque forte e pontuador. Por não o termos, o nosso ataque é mais demorado e trabalhado. Por algum acaso inesperado decidimos dar tudo na potência e o Clube K respondeu… com 16 (!) blocos.

Já tenho falado da distribuição nos últimos jogos como estando algo intermitente, aconteceu de novo. Não entendo, às vezes duvido que elas olhem para o bloco/movimento adversário quando estão a passar. Sobre o serviço, também é interessante perceber que fizemos um jogo de serviço bom no sábado, num jogo que até devíamos ter ganho 3-0, e depois servimos a medo no domingo. Sem serviço forte e com as características de ataque que temos, somos presa fácil.

 

Ponto 4: Assistências no PJR

Da última vez que o voleibol feminino jogou junto a um jogo de futebol estavam mais de 1000 pessoas no pavilhão e foi há quase um ano. Passado este tempo as coisas não estão melhores e todos assinam a responsabilidade aqui, seja a sempre ineficiente equipa de comunicação, Sporting Tv e jogadoras. O Sporting CP está a sofrer deste mal, mas esta equipa sempre se distinguiu por ser um oásis no clube. O pavilhão ganha jogos!

 

Ponto 5: Futuro

Tudo se mantém em aberto. O momento pode ser delicado caso os índices de frustração se igualem ao ano passado lá para o mês de Março. Evidentemente que acredito que nos podemos qualificar para a final 4 da taça e o playoff de campeão. O meu entendimento é que, se isso acontecer, já será um ano muito bem-sucedido. Mais que isto será extraordinário.

 

Este não é um post derrotista. A vida profissional é rigorosa e somos forçados, diariamente, a estarmos no nosso máximo. A exigência da concorrência não permite relaxamento quando o assunto se torna sério. A uma equipa com armas diferentes dos outros, pede-se perfeição. “Mas isso não existe”. Ok.

Saudações Leoninas

 

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.