Corria o ano 2018 quando o Sport Lisboa e Benfica revelou que iria formar a sua primeira equipa feminina de futebol, e integrar a II Divisão Nacional. No entanto, foi desde cedo assumido pelo departamento de futebol feminino do Benfica, que o objetivo a curto prazo era a subida de divisão, e a conquista da taça de Portugal, estando, desde o primeiro dia, definidos também os seus objetivos a médio/longo prazo – a conquista da hegemonia a nível nacional, e a presença regular na UWCL. 5 anos e 5 épocas depois, podemos dizer que todos os seus objetivos foram atingidos e, muito provavelmente, dentro dos prazos definidos pelos responsáveis do projeto.
Dizem que o futebol feminino não dá dinheiro, e que é difícil investir sem retorno. Tudo isto tem um fundo de verdade. Mas quando olhamos para o projeto feminino do Benfica, fica claro que, sem investimento sério, estruturado e bem gerido, nunca será possível obter retorno, seja ele financeiro ou desportivo. Olhando para a época 2018/2019, época de estreia das encarnadas, verificamos que foi essa a época onde foi quebrada a hegemonia do Sporting Clube de Portugal, a nível das competições nacionais femininas, tendo o campeonato nacional sido conquistado pelo outro grande candidato, Sporting Clube de Braga.
Desde aí, o Benfica conseguiu subir à primeira divisão, conquistar o campeonato por 3 vezes (sim, é verdade que uma delas foi em plena pandemia, e ainda com possibilidade de o Sporting chegar à vitória, e a outra ainda não está “consumada”), venceu 1 taça de Portugal, 2 taças da Liga e 2 supertaças. A hegemonia foi conquistada, e apenas se permite ser quebrada a espaços, por Sporting e Braga. Em termos internacionais, o Benfica é, atualmente, a equipa portuguesa mais bem-sucedida, de sempre, na UWCL, e tem vindo a registar um crescimento exibicional enorme, reconhecido por todos os adversários que tem enfrentado.
Enfrentou, por exemplo, e na presente época, a poderosa equipa do Bayern Munique, e bateram-se como “iguais” durante a quase totalidade dos 90’ de jogo. Ano após ano, a equipa vai melhorando o seu desempenho, vai reforçando cirurgicamente o seu plantel, exponenciando o seu potencial e crescimento.
Mas este sucesso não surgiu por acaso, nem sem um grande esforço e investimento. Olhemos então para o plantel com que o SL Benfica “atacou” o futebol feminino português, em 2018/2019:
Guarda-Redes:
- Dani Neuhaus / Carolina Vilão / Catarina Bajanca – a primeira, na altura internacional brasileira, enquanto que Carolina Vilão era apontada como um dos maiores talentos nacionais, tendo, inclusive, representado o Sporting;
Defesas:
- Daiane Rodrigues / Ana Alice / Raquel Infante / Pipa Rodrigues / Diva Meira / Inês Queiroga / Sílvia Rebelo / Tayla / Tita / Yasmim – 2 internacionais brasileiras, 3 internacionais portuguesas, e 2 jovens portuguesas com grande potencial de crescimento;
Médias:
- Beatriz Cameirão / Daniela Santos / Paty Llanos / Ana Vitória / Pauleta / Francisca Nazareth / Rilany / Andreia Faria / Adriana Gomes / Maiara Lisboa – mais uma vez, um meio campo recheado de talentos. Além das jovens promessas Francisca Nazareth, Beatriz Cameirão e Andreia Faria, o Benfica foi capaz de contratar nomes como Pauleta (já conhecida dos adeptos em Portugal), a internacional brasileira Rilany, e uma das maiores promessas do futebol brasileiro, na altura, Ana Vitória (atualmente internacional pela seleção principal do Brasil);
Avançadas:
- Lara Pintassilgo / Darlene Reguera / Carlota Cristo / Jassie Vasconcelos / Geyse / EvyPereira – de novo, uma internacional brasileira, e nome consagrado do futebol do seu país, um dos maiores talentos do futebol brasileiro, que hoje representa o FC Barcelona, e 2 dos maiores talentos da sua geração, em Portugal.
Analisando a constituição deste plantel, vemos que o Benfica optou por investir em talentos consagrados (muitos deles provenientes do futebol brasileiro), algo que apenas aconteceu porque as condições (monetárias e desportivas) foram garantidas às atletas que, em muitos casos, já eram profissionais. Por outro lado, a aposta na formação foi, desde cedo, assumida pelo clube, integrando no plantel principal jovens jogadoras com enorme potencial, dando-lhes a oportunidade de crescer, desportivamente, integradas num contexto profissional. 5 anos depois, e vemos nomes como Cloé Lacasse e Jéssica Silva a brilhar na equipa do Benfica. Jogadoras com carreiras “lá fora” bem estabelecidas, e que encontraram aqui, em Portugal, as condições ideais para potenciar as suas qualidades.
E, como elas, tantas outras existem no plantel encarnado, que é cada vez mais capaz de atrair talento, seja ele em desenvolvimento, ou já consagrado.
Quando olhamos para os principais adversários, Sporting e Braga, testemunhamos alguma estagnação nos seus projetos, que reflete, não só, mas principalmente, falta de investimento nos respetivos projetos, algo que se torna notório sempre que confrontam a equipa do Benfica. E com isto não quero dizer que os plantéis de Braga e Sporting não têm qualidade.
Quero sim dizer que os plantéis têm de ser construídos de forma estruturada e equilibrada, garantindo que, para cada posição existem várias opções válidas, de igual qualidade, que garantam a continuidade do desempenho de elevado nível das respetivas equipas. Além disso, fisicamente, a equipa do Benfica tem “outro andamento”, adquirido, talvez, como consequência da participação nas competições europeias. Mas, não deverá isso servir de exemplo aos restantes clubes “grandes” (onde também incluo o FC Famalicão)? Não deverá o “exemplo Benfica” ser demonstrativo de que o investimento vale a pena? Deixo esta questão no ar…
Se há algo em que acredito, é que o sucesso atrai sucesso. E quanto maior o sucesso, maior terá de ser o investimento associado ao projeto, de forma a garantir a continuidade do mesmo!
Texto escrito por Margarida Bartolomeu no site Fair Play
*“outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na internet verde e branca
22 Março, 2023 at 20:54
Bom artigo. Said and done.
22 Março, 2023 at 20:55
Na mouche. Pouco mais há a acrescentar, a não ser um pequeno “pormaior”. Enquanto o nosso rival investe, nós ano após ano desinvestimos.
Assim, e pelo menos nos próximos 4 ,5 anos, título de campeão nacional será sempre dos rivais de carnide e para nós, quanto muito, uma taça de Portugal de tempos a tempos.
E este ano , infelizmente, não haverá patuscada nas matas do Jamor, como o ano passado, em que ganhamos o último troféu e podíamos ter batido o recorde de assistência em FF, mas que nós não o quisemos, tal como escrevi sobre o assunto, depois da final em causa.
Milagres, só se for os de Fátima.
Nuvens negras pairam não só sobre o futebol feminino, mas em praticamente todas as modalidades jogadas por elas, sendo a hegemonia encarnada, ditada pelo referidos investimentos, mas também pela execução dos planeamentos das épocas e lideradas e treinadas pelos melhores e mais bem preparados nas matérias em causa.
22 Março, 2023 at 21:35
Há uma coisa que realmente sou leigo e não sei. O Sporting está a desinvestir ou seja gasta menos dinheiro que há 3 anos ou gasta a mesma verba ? Em relação ao Benfica vemos que está a fazer um grande investimento .
23 Março, 2023 at 8:22
Investir não é apenas a componente monetária.
Por ex. a Maiara Niehues, no ano passado, oriunda do Internacional foi a contratação mais cara em Portugal. Mas o fivelas nisso tem muita experiencia em estourar dinheiro em contratações.
Os ordenados no carnide são cerca do dobro do Sporting, mas parece ser mais importante estourar o dinheiro nas contratações em vez de pagar mais às jogadoras.
Mas o problema pode ser mais grave até. Os colchões de alcochete podem precisar ser renovados…. isso é que deve ser o problema.
23 Março, 2023 at 9:54
Falando em colchões,tive que comprar um novo para o meu filho, pois o dele tinha mais de dez anos , as molas já estavam todas estragadas e andavam a lixar-lhe a coluna.. Quanto ao resto temos que dar mais luta ao Benfica com menos. Para mim o futebol feminino é essencial no que toca ao desporto de senhoras, o Voleibol também, o atletismo como modalidade fundadora do clube também, quanto às restantes, possivelmente só o futsal
23 Março, 2023 at 9:56
Isto em relação á alta competição
22 Março, 2023 at 21:43
Tão óbvio que até dói. Há é diferentes formas de construir projectos, filosofias e estratégias diferentes, tal como níveis de investimento diferentes. O que sabemos também é que projectos às três pancadas, projectos sem investimento ou projectos com desinvestimento, nunca poderão competir a sério contra projectos i) bem estruturados e ii) com investimento. Competência pode vencer dinheiro, até certo ponto. Dinheiro pode vencer competência, até certo ponto. Competência e dinheiro vencerão, quase sempre, quando só existir um dos factores. Falta de dinheiro e de competência nunca ganharão nada. Neste caso, há-que assumir que o objectivo não é vencer. Caso contrário, é ser parvo e/ou fazer dos outros parvos. Simples.
22 Março, 2023 at 23:33
Tenho lido muito que se escreve pelos vários fóruns, análiso, junto aquilo que vi durante quase 7 anos, converso com pessoas que estavam ligadas ao Sporting em 2016 e esta é o resultado da minha análise. Ao contrário do que se possa pensar, o Sporting, apesar de ter ganho tudo nas primeiras duas épocas, nunca teve a hegemonia. Hegemonia é o que o benfica tem hoje, onde, e infelizmente, sabes antecipadamente quem vai ganhar. Os nossos títulos duas Ligas, três Taças e uma Supertaça e todos ganhos de aflitos. O único jogo que não foi a prongamento foi a vitória do ano passado 2-1 ao Famalicão. Os dois títulos foram ganhos com 3 pontos de vantagem. Em caso de empate, o Braga era campeão por golos. E estes dois títulos, quem acompanha o Futebol Feminino desde o início, sabe que foram um feito e uma vitória do querer, porque o Braga, nos dois anos tinha planteis superiores ao nosso. No início, o Sporting investiu, mas o Braga ainda investiu mais. Já nessa altura, o Sporting tinha o mesmo problema que tem hoje. Falta de banco. Fomos buscar 7 jogadoras ao estrangeiro, mas dessas, as únicas que hoje certamente seriam titulares seriam a Ana Borges e a Tatiana e a Fátima como 12° jogadora. Mas essas 7 na altura, até estavam um patamar acima da maioria, mas depois completa-se o plantel com 6 jogadoras do Estoril, que tinha subido nesse ano, a Bruna que jogava com os rapazes no distrital de Faro. A Capeta vem do CAC que também subiu nesse ano. E no mercado nacional, poderiamos ter ido buscar se não estou em erro 16 jogadoras, fomos buscar 6. Nesse mesmo ano, o Braga, foi buscar, a Norton em Barcelona e vai buscar mais 5 internacionais portuguesas que jogavam em Portugal. Ou seja, das 16 jogadoras que se poderiam ir buscar, o Braga vai buscar 5 internacionais, Rute Costa, Sílvia Rebelo, Edite Fernandes Jessica Silva e Melisa Antunes e o Sporting vai buscar 2, Diana Silva e Patrícia Gouveia. Depois o Braga trás duas internacionais A Brasileiras e duas Olímpicas e junta 6 espanholas. Na época seguinte, o Braga vai buscar, Diana Gomes, Ágata Filipa, Kika Cardoso, Dolores Silva, Laura Luís enquanto nós, Matilde Fidalgo, Mariana Azevedo, Carole Costa e Ana Leite, além de começar o lote de estrangeiras em que até esta época e exceptuando a Raquel Fernandes, a Navena e a Brenda, parece que nunca se acerta. Carolina Venegas, Carlyn Baldwin e Sharon Wojcic. Tudo isto para dizer que sempre houve quem investisse mais do que nós. Não é de agora, o certo é que sem o terceiro player, o que se investia dava para disputar taco a taco e até ganhar. Mas hoje em dia isso já não é possível. Como todos devem saber, uma época não se planeia em cima do joelho e para a primeira época da direção atual, foram contratadas Navena e Carolina Mendes. Podemos considerar que aí já começou o desinvestimento 18/19,antes desta época, tinha sido o nosso anos hortibilis. Em 19/20, supõe-se que a primeira época já caucionada por esta direção, o investimento foi a Hannah Wilkinson. Curiosamente essa época e a seguinte foram as que andamos taco a taco com o mega investimento vermelho. Mas como ganhamos zero títulos, a treinadora teve que ir de vela. Para quem não sabe Alex Ferguson (o treinador mais titulado do mundo) ganhou a sua primeira liga 6 anos depois de ter chegado ao United (depois em 19 anos, ganhou mais 12) cá em Portugal num grande não há paciência. Nas duas últimas épocas é o que se tem visto. É óbvio que o fosso se vai cavando porque o rival investe cada vez mais. Mas sabendo-se que a treinadora tem a sua filosofia, as jogadoras que “leva para a guerra” e vendo a pouca utilização dos últimos reforços. Será opção politica, ou desportiva? E se for a equipa técnica a dizer que é com estas que conta. Uma coisa é factual. O Benfica investe, tal como investia o Braga e se antes conseguíamos contrariar isso, hoje não.
23 Março, 2023 at 17:25
“Uma coisa é factual. O Benfica investe, tal como investia o Braga e se antes conseguíamos contrariar isso, hoje não.”
Concordo.
No entanto, as comparações que fazes inicialmente, embora as compreenda, não são justas.
Sporting e Braga tinham. de longe, os melhores plantéis e o Sporting, com a equipa que tinha, conseguia superar o Braga (não hegemonicamente, mas conseguia).
A partir do momento que o Benfocas entra em cena, com os objectivos traçados, subiu-se no patamar de exigência. O Sporting (e o Braga) tinham uma época inteira (enquanto o Benfocas estava na divisão abaixo) para preparar um plantel que pudesse competir com o clube de Carnide. O Sporting pura e simplesmente não o fez – reforçou-se, mas não ao mesmo nível.
A partir daí, já todos sabemos a história.
23 Março, 2023 at 17:56
Exatamente, para mim o que falhou foi 17/18. A preparação da época de 18/19,onde teríamos que dar o salto aproveitando o facto delas estarem na 2 Divisão e da maioria das jogadoras portuguesas que agora lá têm andarem por outros lados. Só chegaram lá já na primeira divisão. Tínhamos um plantel que para mim era inferior ao do Braga, mas que deu títulos. E se calhar encostamo-nos a isso, esquecendo o terceiro player. O Sporting reforçou-se para o imediato não precavendo o futuro. Um futuro onde com Benfica, o patamar subiria.
23 Março, 2023 at 0:34
Bom rugido por parte da Margarida Bartolomeu, aliás como sempre 🙂
No entanto há uma questão quanto a mim não faz muito sentido nesta narrativa, generalizada diga-se, de que o Benfica FF está a investir e o Sporting e o Braga nem por isso. É verdade que existe mais atenção por parte da lampionagem na promoção do FF junto dos seus sócios, nesse aspeto até o Braga, o Famalicão, o Lank e o Torreense são melhores que o Sporting, mas para mim o único investimento do Benfica em comparação com os seus rivais diretos, Sporting em particular, tem sido a manutenção do 11 base do seu plantel desde o inicio do projeto e isso tem feito com que a equipa melhore, ano após ano. Mesmo tendo uma treinadora ao comando que está a meu ver uns furos abaixo da Mariana Cabral. Para segurar a Cloe, a Ana Vitória, Pauleta e cativar a Jéssica Silva ou até a Andreia Norton tem que haver dinheiro, pois está claro.
A diferença é que nós no Sporting, deixamos sair algumas jogadoras importantes nos últimos anos, na verdade, jogadoras importantes mesmo, foram 4: Nevena, Tatiana, Andreia Jacinto e Joana Marchão. O pior é que depois nunca soubemos colmatar essas saídas, as jogadoras da formação que subiram entretanto ainda não estão a um nível superior, ou seja estes erros ou desinvestimento como preferirem chamar fazem-se pagar, mesmo tendo contratado a Brenda, a Hannah Seabert, a Larroquete… tudo jogadoras com alguma experiencia mais as apostas interessantes nas revelações 2021/22 Chandra e Dutra vindas do Torreense, de qualquer forma tem sido insuficiente.
Pior que tudo é termos uma direcção que parece não dar valor nenhum a este departamento e não sabe que se apostassem verdadeiramente isso traria retorno em títulos e também retorno financeiro. Digo sempre isto: porquê ter só uma equipa de futebol que gera receitas e luta por títulos quando podemos ter duas equipas que geram receitas lutam por títulos?
Voltando à vaca fria, por exemplo, se o Benfica este ano não trouxer jogadoras ainda mais experientes para o seu plantel prevejo que vão ter o primeiro desgosto logo em Agosto nas pré eliminatórias da UWCL. É que ao acompanhar com regularidade as Ligas Espanhola, Inglesa, Francesa, Italiana, todas estas ligas estão num nível muito superior ao da nossa liga BPI e continuam a crescer. Nestes campeonatos o rival lutaria pelos lugares da champions esporadicamente só em Italia e em Inglaterra, em Espanha os três grandes de Portugal andariam no meio da tabela para baixo ou até a lutar para não descer.
Conclusão, o futebol feminino está numa progressão imparável lá fora. Nós em Portugal estamos também a crescer mas a percepção que tenho é que estamos a crescer mais devagar que lá fora. Temos a ilusão que estamos a evoluir com base no brilharete em dois jogos do rival na UWCL e com base na recente da qualificação para o mundial, mas continuamos com um campeonato muito fraco, com clubes sem dinheiro para profissionalizar os planteis, com as melhores jogadoras que saem para fora a não conseguirem pegar de estaca nas novas equipas estrangeiras (excepção para a Tatiana, para a Andreia Jacinto e para a Ana Borges e Neto), sem relvados em condições e sem transmissões decentes dos jogos. Enfim muito por fazer.
23 Março, 2023 at 9:54
Para mim, perdemos 6 jogadoras importantes e recebemos apenas dois reforços para colmatar. Há quem tenha saído em busca de novas experiências, e tenha subido patamares competitivos com isso. Há quem tenha saído com a mesma razão, mas infelizmente não tenha tido sorte com o clube que lhes calhou e há quem simplesmente tenha saído por dinheiro.
Das seis que saíram apenas a Dutra e a Neto colmataram as posições.
O desinvestimento não pode ser a única razão. Há algum tempo coloquei aqui uma lista de jogadoras portuguesas ou a jogar em Portugal que teriam lugar no Sporting, mas existe uma filosofia e essa filosofia dá primazia à formação. Os reforços jogam pouco.
23 Março, 2023 at 21:01
sim concordo, ainda temos a Maiara que parece ter uma margem de progressão grande, do pouco que podemos ver poderá vir a ser o motor da equipa, craque! A nossa formação é o que é, muitas jogadoras com muito boa técnica mas tem faltado algum músculo, o Miguel tem referido isso vezes sem conta e é verdade.
23 Março, 2023 at 23:00
A Maiara inclui-se nos reforços e como tal joga pouco.
23 Março, 2023 at 13:49
Nós fomos apurados para o Mundial porque a Europa passou de 9 equipas apuradas para 11. Nós fomos a 11ª equipa europeia apurada.
Se as coisas têm sido iguais, não tínhamos sido apurados.
É bom que se perceba isso!
A FPF deixa muito a desejar no que tem feito em termos de FF. Há coisas básicas que podiam ser feitas:
a) obrigar a que os jogos se jogassem em relvados bons
b) obrigar os clubes que vão às provas europeias a terem uma equipa feminina sénior!
c) tornar o campeonato mais competitivo, mudando a maneira como se disputa.
23 Março, 2023 at 14:41
b) obrigar os clubes que vão às provas europeias a terem uma equipa feminina sénior!
Quê?
E com que base ia obrigar os clubes a isso?
Que é que uma coisa tem a ver com a outra?
Agora o futebol masculino seria prejudicado por causa do fraco interesse que existe no futebol feminino?
Menos…
23 Março, 2023 at 21:19
pois, continua a assobiar para o lado, ontem em Itália no jogo entre a Roma e o Barcelona para a UWCL estiveram 39000 e tal espectadores, no Sporting – Arsenal 36000! Lá fora o crescimento tem sido exponencial, Portugal teria todas as condições para poder dominar a modalidade como dominamos no futsal a par da Espanha. No Sporting em particular com um pouco mais de visão, vontade e investimento poderiamos ser uma referência internacional mas pronto é melhor ir resgatar um gajo da nossa formação ao braga.
23 Março, 2023 at 8:09
Faltou referir o principal reforço encarnado na época 2018/2019: o fivelas.
O Sporting na primeira época conquistou os 6 trofeus em todos os escalões. Na segunda época continuou a dominar mas depois chegou o fivelas e curiosamente….. é o que sabemos.
O investimento leonino era correcto e estávamos no bom caminho. Mas quando se deixa de investir não se podem esperar milagres. E uma coisa é ser uma equipa portuguesa e outra é ter estrangeiras com uma camisola de uma equipa portuguesa.
23 Março, 2023 at 8:53
Não é só falta de investimento. É também falta de visão e competência.
Enquanto que as modalidades amadoras estão na alçada do Clube, e por isso condicionadas por receitas cada vez mais reduzidas devido ao afastamento da massa adepta e abertura de outra modalidade caríssima, no caso do Futebol Feminino é a SAD a responsável pela sua gestão.
A mesma SAD que apresentou lucro de 47,5M no primeiro semestre da época.
A mesma SAD que anuncia recordes de venda de Gameboxes e assistências no Estádio.
A mesma SAD que pagou 4,5M por Sotiris e 10M por meio Vinagre.
E por isso mesmo custa mais entender as razões para o Futebol Feminino quase desprezado, com a aposta na prata da casa apenas para não exceder o palfond, a insistir no fazer mais com menos quando o FF está em crescimento acelerado em todo o Mundo com um enorme potencial para gerar receitas como o Benfica cedo se apercebeu.
Quanto à hegemonia e ao investimento contra o qual é impossível competir, perguntem ao Nuno Dias o que pensa disso, e ao Atletismo Feminino, e ao Ténis de Mesa, e à natação.
O Manchester City, talvez o clube que mais investiu nos últimos anos, tem o mesmo palmarés europeu do Sporting, como alguém aqui bem lembrou. Mas então como é? O investimento não limpa tudo?
Se estamos desde já a assumir a nossa inferioridade, a nossa incapacidade de lutar contra o investimento rival, então não vale a pena manter modalidades abertas para aquecer. Enterrem o ecletismo e façam como o Real Madrid, Futebol e Basquetebol Masculino para as elites.
Voltando ao Futebol Feminino, infelizmente estes aprendizes de gestores olham-no mais como uma obrigação, como algo que apenas consome dinheiro e não dá nem retorno financeiro nem a mesma visibilidade mediática que a equipa de Amorim. Mais rápido fazem outro all-in para trazer Abel Ferreira ou CR7 do que investem milhão e meio nas miúdas…
23 Março, 2023 at 17:28
Isso.
23 Março, 2023 at 10:29
E a culpa é do Boda.
Nós não podemos fazer nada para contrariar isto.
É mais uma fatalidade do Universo Varandas.
23 Março, 2023 at 11:16
Ao ver certas opções, não sei se a aposta nas miúdas será mesmo por opção financeira ou por filosofia e romantismo de algumas pessoas.
Vamos esquecer as três primeiras épocas, pois éramos apenas dois players. Mas a 3, a nossa melhor época, foi a de 19/20, acabamos empatadas com elas e dessa equipa não saiu ninguém e em 20/21 a duas jornadas do fim estávamos em primeiro. Curiosamente nessa época em que acabamos empatadas, tivemos a nossa média de idades mais alta e também a maior média biométrica. 21/22, e 22/23, saem seis jogadoras importantes e os reforços de monta são poucos e avança a formação. Mas a pergunta que se coloca é: Opção política, neste caso da SAD, ou opção desportiva da estrutura técnica. Em ambos os casos a SAD é a responsável. Se é opção sua, é opção errada. Se é opção da estrutura, uma administração não se deve imiscuir na gestão desportiva. Mas se aos olhos de todos se vê que aquela filosofia não funciona. Tem que trocar por alguém que tenha uma filosofia diferente. Uma filosofia que funcione.
23 Março, 2023 at 12:41
Um nome: Varandas.
Bom dia.
23 Março, 2023 at 13:34
Já não tenho paciência para este tema!
“E com isto não quero dizer que os plantéis de Braga e Sporting não têm qualidade.”
Pois, a Margarida Bartolomeu não quer dizer!
Eu digo.
Os planteis do Braga e do Sporting não têm qualidade!
Ambos têm 5 ou 6 jogadoras interessantes para o nosso panorama. O resto é uma miséria e, aposto o que quiserem, a esmagadora maioria das jovens que hoje aparecem nas 2 equipas nunca serão nada de especial no nível sénior!
Depois, para agravar, os treinadores são muito fracos. Até a Patão é fraca. O FF precisa de melhores treinadores, precisa de mais exigência, precisa que metam velocidade no jogo, precisa que ensinem as moças a rematar.
3ª feira vi o Bayern 1 – Arsenal 0 e o Roma 0 – Barcelona 1 e, caramba, jogam num nível que nós nem sonhamos.
Não é verdade o que diz a Margarida sobre os jogos entre o Bayern e o Benfic@. As portuguesas não se bateram nos 90 minutos mas sim bateram-se durante 60 minutos… Depois acabaram fisicamente e só deu Bayern até ao fim, e foi por isso que perderam. Se o jogo tem acabado aos 60 minutos, o Benfic@ tinha ganho cá e provavelmente não tinha perdido lá… Só que os jogos têm 90 minutos!
Prepararem as equipas para só aguentarem 60 minutos é uma aberração…
Eu imagino o Sporting a jogar na WCL, pois se só aguentam 60 minutos contra um Benfic@, nem imagino o que deve ser a jogar contra Bayerns e Arsenais…
Portugal tem 15/20 jogadoras de um bom nível… e o resto é fraco. E a nível de treino, enfim, chega a ser deprimente!
Mas o Varandas está-se a cagar para o FF…
23 Março, 2023 at 14:52
Três presidentes do Sporting caminham pela praia, e encontram cada um sua nota de 100 euros.
O primeiro vai a correr para um restaurante de luxo, estoira o dinheiro em tudo o que é bom e depois vai para casa.
O segundo vai para casa, encontra um esconderijo e guarda o dinheiro bem guardadinho.
O terceiro estuda as suas opções, aplica esse dinheiro onde manda o seu instinto e passado um ano, tansformaram-se em 1000.
Como se chamam esses presidentes?
Pista: apertos financeiros todos tiveram. Mas com que presidente(s) conseguimos nos últimos 40 anos ter modalidades competitivas?
23 Março, 2023 at 14:59
1º Godinho e Varandas e Franco
2º Não conheço nenhum…eventualmente o JEB…
3º Mesma resposta do 2º mas sem o JEB….
23 Março, 2023 at 15:37
… o terceiro é TÃO ÓBVIO que até dói… eu faço o desenho… qual Presidente apanhou um Clube moribundo e sem meios financeiros, e passados 5 anos transformou-o numa potência ao nível dos ‘grandes’ tendo inclusive o Plantel mais valioso da Liga e com TODAS as modalidades de pavilhão CAMPEÂS???
… isso não foi só de 100 fazer 1000, foi de 100 fazer 100000… a falta de memória é fodida, mas a falta de carácter é bem pior…
23 Março, 2023 at 15:53
1º Entre Godinho e Varandas…um estoirou o clube com o estádio do projeto roquete e depois durante a sua estadia como presidente, o outro estoira em contratações como paulinho, esgaio, trincão e vinagre…
Mas fica o Godinho.
2º João Rocha, porque no tempo dele não foi preciso muito poder de anca para fugir a tanta merda acumulada
3º BdC, porque no tempo dele, foi tudo para ontem e foi buscar dinheiro onde ninguém sabia que existia. A cena da Galp é de génio.
23 Março, 2023 at 16:21
Tendo a concordar em geral. Juntaria o JEB ao 2o (foi o presidente medroso) mas subiria o João Rocha ao grupo 3.
23 Março, 2023 at 17:32
+1
23 Março, 2023 at 16:32
Vou colocar outra questão.
Qual é o único clube a nível mundial que tem uma classe de sócios declaradamente superiores aos demais sócios, intitulados de notáveis?
23 Março, 2023 at 17:23
No Benfic@ também há essa merd@…
23 Março, 2023 at 17:47
Os notáveis deles são um pouco diferentes dos nossos. São os jogadores históricos como Toni.
Diz a um benfiquista que o Malheiro ou o Guerra são notáveis e ouve a resposta deles…
23 Março, 2023 at 19:07
Tens gajos como o Seabra e outros…
23 Março, 2023 at 17:58
Uma classe de sócios responsável, ou no mínimo co-responsável, por quase 4 décadas de quase miséria desportiva. São notáveis, de facto, pela excepcional tacanhez que revelaram e revelam, anos a fio. World class, mas pela negativa.