Frente ao último classificado, o Sporting fez aquilo que lhe competia: ganhou sem margem para dúvidas, com o extra de ter resolvido o jogo nos primeiros vinte minutos. Foi a quinta vitória consecutiva dos Leões, numa noite que ficou ainda marcada pelo regresso de Neto à competição

É verdade que o Santa Clara mostrou o porquê de ocupar o fundo da tabela, mas não é menos verdade que o Sporting está afastado da luta pelo título e a correr atrás do prejuízo no que toca ao acesso à Champions, precisamente por ter perdido pontos contra equipas com muito menos argumentos.

Num misto de gestão de esforço, que isto é mês para haver jogos de três em três ou de quatro em quatro dias (Coates ficou na bancada, por exemplo), Amorim optou por três centrais com capacidade de condução de bola, de passe e, se assim for possível, de invasão e criação de superioridade no meio campo adversário: Diomande, Inácio e Reis. Foi o primeiro passo para tornar desconfortável a noite dos açoreanos, que viam Ugarte roubar-lhes todas as bolas que sonhavam colocar no ataque e, depois, se viam incapazes de suster as linhas para segurar a constante acção ofensiva de quatro homens, Pote, Trincão, Edwards e Paulinho, quase sempre com Nuno Santos e Arthur, ontem lateral direito, a ajudar.

Quando aos 13 minutos, após livre cobrado por Pote, Paulinho ganhou de cabeça no meio de uma molhada de jogadores, desbloqueou-se o marcador e fez-se o que, normalmente, é mais complicado de fazer nestes jogos. Quando, menos de dez minutos depois, Edwards aproveitou um passe de risco de um adversário para ir por ali fora e servir Trincão, o jogo terminou.

Inácio ainda acertou na barra, Paulinho nem na barra acertou quando já todos gritavam golo, mas seria só a abrir a segunda parte, após novo erro da defensiva açoreana, quando surgiria o terceiro golo: Paulinho roubou, passou, e Edwards gingou antes de fuzilar e dar o mote para os Leões tirarem o pé do acelerador, frente a 31 mil espectadores, muitos deles chegados através do Núcleos, pois, diz-se oficiosamente, este era o jogo deles.

Até final, para lá do remate ao poste por parte dos Açoreanos, aos 90, já os verde e brancos estavam com a cabeça no duche, destaque total para o regresso de Neto, ausente dos relvados desde Setembro do ano passado, ontem a receber um banho de carinho em forma de aplauso. Destaque, também, para as palavras de Amorim, no final: “Acredito que se ganharmos os jogos todos até ao fim vamos à Liga dos Campeões ou pelo menos à pré- eliminatória. É nisso que acredito”. Um já está ganho.