A Autoridade Tributária (AT) e a Unidade de Ação Fiscal da GNR estão a realizar buscas na Torre das Antes, do Futebol Clube do Porto (FCP), no estádio do Sporting e do Benfica. Também a casa de Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FCP e agente de futebol, a Gestifute, empresa de gestão de carreiras de jogadores de futebol de Jorge Mendes, estão a ser alvo das buscas esta quarta-feira. Em causa estão alegados crimes de fraude fiscal em transferências de jogadores.

As buscas desta quarta-feira terão, alegadamente, decorrido no âmbito da megaoperação “Fora de Jogo”, que já fez 47 arguidos, tendo a operação resultado já em mais de 100 buscas. Visam futebolistas, empresários, e as SAD dos principais clubes, assim como na abertura de várias dezenas de inquéritos no DCIAP.

Como já explicou o Observador, os principais clubes são suspeitos de terem criado esquemas alargados de fraude fiscal qualificada em sede de IRC, IRS e IVA e fraude contra a segurança social, em conluio com alguns dos seus principais jogadores e respetivos agentes. No centro destes inquéritos está a dupla representação de agentes de futebol nas transferências dos jogadores.

No caso das transferências do Benfica, o MP e a AT já tinham imputado um alegado benefício patrimonial ilícito superior a 8,4 milhões de euros, na altura em que o clube era liderado por Luís Filipe Vieira. As transações, contratos de trabalho e desvinculação dos jogadores Jonas, Gaitan, Júlio César, Bernardo Silva, João Cancelo e André Gomes já teriam, segundo os investigadores apuraram, resultado num prejuízo total para os cofres do tesouro e da segurança social de pelo menos 23,6 milhões de euros. Juntam-se agora à lista as transferências suspeitas dos jogadores Gonçalo Guedes, Rafa, Vlachodimos e Chiquinho, que hoje motivaram as buscas no Benfica.

O esquema do Porto é semelhante, como indicou aqui o Observador. No caso de 16 ex-jogadores azuis e brancos está em causa um alegado benefício patrimonial de cerca de 20 milhões de euros, sendo que a esmagadora maioria desse alegado benefício (cerca de 17 milhões de euros) será relativo a estrelas como Iker Casillas, Mangala, Falcao, James Rodriguez ou o internacional português Danilo Pereira.

O Sporting Clube de Portugal é o terceiro grande do futebol português a ser investigado pelo DCIAP.  O clube terá criado um alegado esquema de fraude fiscal e branqueamento de capitais em regime de conluio com os agentes Jorge Mendes e Deco. Além de Jorge Mendes, também Miguel Pinho, agente de Bruno Fernandes,  cuja transferência está sob suspeita, está na mira dos investigadores por alegadamente ter faturado ao Sporting serviços que não terão sido prestados.