“O campeonato ainda não acabou. Claro que a nossa classificação está fechada, mas temos de vencer o jogo. Queremos aproveitar cada minuto para melhorar a equipa numa época em que os objetivos foram falhados. Crescemos, os treinadores cresceram, os jogadores viram que é difícil jogar no Sporting”

Rúben, com toda a sinceridade, só vou acreditar nesse crescimento se, na próxima época, acontecerem coisa relativamente simples como: termos um plantel com um ponta de lança (pelo menos), não termos o Coates como principal plano alternativo de ataque, a equipa ser capaz de jogar em mais do que um sistema se assim for necessário.

“O Franco [Israel] deu uma grande resposta e vai voltar a ser titular. A luta sempre foi do zero, entendemos durante a época que o Adán era a melhor solução, mas sabíamos que o Franco dava toda a confiança. Não só o Adán, mas toda a gente no Sporting, vai começar a próxima temporada do zero”

É mais do que justo o Israel ser titular em Vizela.

(chegou proposta do PSG por Ugarte?) “Não posso confirmar nada, essa parte ultrapassa-me. Obviamente que é difícil manter jogadores como o Ugarte, que tem vários clubes atrás, sabendo que nosso projeto passa por vender e que falhámos a Liga dos Campeões, o que torna tudo mais difícil. Estamos preparados para qualquer cenário (…) “Às vezes meto-me em assuntos que não são meus, vou deixar isso para a direção, terão de perguntar às pessoas da direção. Mesmo indo à Liga dos Campeões, como provámos nestes dois anos, tivemos de vender. O Ugarte é um dos jogadores mais cobiçados””

Se o nosso projecto passa por vender, o que eu até entendo até determinado ponto (e não é assunto para aqui, como dizes e bem há quem tenha que explicar o que fizemos ao dinheiro das vendas e o porquê de termos que continuar a vender, sem capacidade de estabilizar um plantel), convém estarmos preparados antecipadamente. Este ano espalhámo-nos ao comprido, precisamente por não estarmos preparados para a saída de Palhinha, Matheus Nunes e Sarabia. Estamos preparados?

“Não está planeado haver uma razia. Na minha cabeça fomos fazendo um plano. O importante é não cometermos os erros do passado, vamos tentar fazer as coisas com mais tempo”

Se está na tua cabeça, não passou nada cá para fora… Não sinto, sinceramente, que tenhamos preparado o que quer que seja, mesmo que a única saída seja o Ugarte.

“Nas conversas que tive com o presidente e o Hugo Viana, a primeira coisa que disse é que punha o lugar à disposição devido à falha dos objetivos, isso foi muito claro. Eu sei disso, mas se calhar é a única maneira de eu sair do Sporting, porque quando está tudo bem eu nunca quero sair. Sinto o apoio de toda a gente, mas já vejo futebol há algum tempo e sei bem como são as coisas”

Quando dizes que a equipa técnica cresceu esta época, espero que isso inclua perceberes que muitos dos créditos que perdeste foi por culpa própria.

(o que correu mal esta época) “Foi um conjunto de coisas. A forma como o defeso acabou, pelo impacto na equipa, foi um grande erro e causou bastante dano na equipa, até na relação entre todos, já o assumi. Depois demorámos algum tempo a acertar a harmonia e isso sente-se nos jogadores. Em certos momentos, não tivemos sorte, tal como, quando fomos campeões, eu fui o primeiro a falar da sorte. Fomos bastante inconsistente, não houve só uma razão, houve um conjunto de razões. Houve muitos arrependimentos: talvez o primeiro, porque sou responsável, é que, aquando da saída do Matheus, eu demorei muito tempo a centrar-me outra vez no essencial e andei umas semanas um bocadinho frustrado. Naquele momento, foi difícil para mim lidar com aquele momento”

Gostava de ouvir-te falar sobre este tema com mais tempo, mais profundamente e com perguntas mais concretas, mas, para já, é bonito estares a assumir culpas. Era bom que quem está acima tivesse vindo dar a cara na altura, tal como viesse dar a cara no final.