O Sporting empatou em Braga, e Rúben Amorim não hesitou dizer que “perdemos dois pontos”. Nada mais acertado, numa partida onde os Leões apenas deixaram de ser superiores… quando decidiram deixar de sê-lo

 

Um golaço de Pedro Gonçalves, aos 25 minutos, outro golaço de Álvaro Djaló, aos 79′, um ponto para cada equipa. num belo golo de pé direito em zona frontal. Os bracarenses empataram na segunda parte, ao minuto 79, por Álvaro Djaló, de livre direto. Pelo meio, um jogo cheio de faltas e de fartinhas, de provocações e “provocaçõeszinhas”, com muita disputa e pouca baliza, que o Sporting teve na mão até decidir segurar o 0-1.

O Braga até foi o primeiro a rematar com perigo, por volta dos 12 minutos, para Adán desviar por cima da trave um remate de fora da área. Foi, aliás, apenas de fora que os bracarenses conseguiram rematar, sempre sem a mira na direção da baliza, à excepção do livre, a dez minutos do final, que resultou no empate.

Depois desse primeiro sinal arsenalista, o Sporting pegou no jogo, muito por culpa de Morita e de um Diomande que fez uma enorme exibição e que, nas calmas, ia servindo como referência para sair a jogar e criar superioridades. Num desses momentos, lá foi ele, tranquilo, pisando terrenos mais adiantados e descobrindo Pedro Gonçalves para um momento Peter Potter daqueles que são imagem de marca do camisola 8.

Estava feito o 0-1 e, em vantagem, o Sporting experimentou recuar as linhas pela primeira vez, permitindo aos bracarenses chegarem à nossa área, enquanto a estratégia verde e branca parecia ser esperar por essa subida adversária para lançar o dinamite Gyokeres, que é claramente um alvo a abater. Torna-se patética a forma como os adversários procuram simular lances que valham amarelos ao sueco, ao ponto de haver cabeças a ir contra os braços do camisola 9 leonino.

O Sporting voltou a ter a bola e, com isso, voltou a chegar à área adversária, com Hjulmand a rematar de ressaca, de forma da área, e a fazer o 0-2 que viria a ser anulado porque na cabeça e do VAR, Pote, em fora de jogo posicional, prejudicou a visão do guarda redes. Discordo, mas é ficar atento a próximos lances parecidos, nomeadamente na Luz ou no Dragão, onde esta jornada foi bem clara sobre como se move a teia.

Veio o intervalo, e veio um Sporting claramente apostado em gerir a vantagem. A troca de Paulinho por Edwards era precisamente a pensar em aproveitar as transições rápidas do inglês, algo que até viria a acontecer por duas vezes, mas sempre com um último passe mal medido (a bola metida em Gyo, por exemplo, que quando a recebeu já tinha o redes a fazer a mancha). Depois, Geny veio para o lugar de Nuno Santos, para refrescar a ala esquerda, e, estranhamente, Hjulmand deu lugar a Bragança. Isto nada é contra a entrada do Daniel, de quem sou fã, mas será que o dinamarquês chegou assim tão em baixo de forma que rebente ao fim de uma hora de jogo? Se a ideia era segurar, porque não tirar Pote e meter Bragança, assumindo um miolo a três, com o “puto” à frente de Morita e de Hjulmand, deixando Edwards e Gyo livres na frente?

Pote até haveria de sair, para entrar Trincão, em mais um sinal de que a aposta seriam as transições, e a verdade é que o Braga não conseguiu entrar na nossa área, não conseguiu criar uma jogada de perigo de pé para pé, mas conseguiu ir chateando e andando a rondar. Numa dessas rondas, foi falta, da falta aconteceu o castigo.

Sim, podemos olhar para o copo meio cheio, porque vamos para a pausa na liderança partilhada, mas é impossível não sentir um bitter taste quando metemos o copo à boca e nos lembramos que não estamos isolados muito por culpa própria.