A jogar em inferioridade numérica desde os sete minutos, o Sporting empatou na Polónia, num jogo que, pese o condicionalismo, não pode deixar de provocar o sentimento de dois pontos perdidos frente a um adversário imensamente frágil 2
As camisolas, na zona da publicidade, apresentavam um “heróis” no lugar do habitual “betano”, e logo eu pensei que o Amorim se tinha inspirado na cena, ao entrar em campo com as alas entregues a Esgaio e a Matheus Reis. Um mister que aposta em dois alas que jamais serão alas – um porque nem sabe o que anda a fazer em campo, outro porque neste momento já só sabe jogar como central numa linha de três – quando sabe que o seu sistema de jogo sem alas que façam a diferença no meio campo adversário transforma o 3-4-3 numa merda qualquer com cinco defesas, é um mister que quer desafiar as probabilidades. E nem estou a falar da aposta em Israel na baliza, algo que apreciei bastante.
É verdade que o adversário era um Rakow, que nunca havia marcado ou pontuado e jogos de uma fase de grupos das competições europeias, e a verdade é que os polacos começaram a despachar bolas para a frente, com o Sporting a fazer uma pressão bem alta, logo junto à área do oponente. Num desses momentos de pressão, Gyokeres não trava a tempo e acaba a pisar o aquiles de um adversário que tentava proteger a bola. Vê amarelo, o VAR faz queixinhas, e o amarelo torna-se em vermelho. Sim, o sueco não tem intenção alguma de atingir o adversário, mas ao ver as imagens percebe-se a decisão do árbitro.
Estavam decorridos sete ou oito minutos. O Sporting ficava com menos um, o gajo pisado seria substituído, e o substituto entrava a tempo de ver Coates elevar-se entre três ou quatro defesas e mandar uma cabeçada certeira para o fundo das redes, no seguimento de um canto.
Ora, o mais difícil estava feito e, aos 15 minutos de jogo, aquela cena da camisola a dizer “heróis” ganhava contornos engraçados. Pote havia recuado mais para junto de Morita e de Hjulmand, deixando as transições na velocidade de Edwards, e foi nos pés destes dois que estiveram mais duas oportunidades de golo antes do intervalo. Os polacos, esses, começaram a ensaiar o que viria a acontecer na segunda parte: cruzamentos atrás de cruzamentos para a área, com dois deles a provocarem calafrios a uma defesa que ia sendo exemplarmente liderada por Coates (e há quem peça a reforma do homem…).
Veio o segundo tempo e logo aos quatro minutos uma perdida escandalosa para o Rakow, na confirmação das limitações qualitativas dos intervenientes e da incapacidade de Matheus Reis perceber onde caem os cruzamentos. O jogo empastelava, Amorim sentia que Edwards e Pote tinham ficado sem combustível, Catamo e Paulinho eram lançados. Se a entrada do moçambicano se percebe, pelas características que encaixam perfeitamente na necessidade de jogar mais em contra ataque, a entrada do camisola 20 é um mistério, pois se há coisa que Paulinho jamais oferecerá à equipa são transições rápidas…
Com isto, o Sporting, que já parecia apostado em deixar correr os minutos, foi-se enfiando cada vez mais no seu meio campo (um remate nos segundos 45 minutos), e quando Plavsic, que já tinha mostrado ser perigoso a cruzar da esquerda, passou para a direita, os problemas aumentaram, bem como os cruzamentos, com o extra dos jogadores leoninos parecerem ter feito uma aposta entre si e metade deles terem entrado em campo com chuteiras que os faziam escorregar uma e outra vez.
O tempo ia passando, a vantagem ia-se segurando, até que, num livre a nossa favor, com o adversário todo enfiado nas imediações da sua área, acontece isto.
https://twitter.com/Nunomel1605/status/1717612798912401426
Esgaio, todo borrado por ser o último homem, a despachar a bola completamente à toa (se estavas borrado metias no redes, palerma! Foda-se!), com o extra de depois fazer figura de corpo presente quando o gajo que está a marcar entra na área. É injusto apontar o dedo a um só gajo? Possivelmente. Afinal, não é ele que se coloca no onze, semana após semana, faça merda ou faça sol, num exemplo de pequenez de espírito que irá trair uma e outra vez as mais bonitas perspectivas, mesmo que apareças com uma camisola a dizer “heróis”.
É triste, mas é verdade.
27 Outubro, 2023 at 17:37
O Ferrari Vermelho é o árbitro para o Bessa
O árbitro José Bessa da Associação de Futebol do Porto é o VAR
Está aqui uma rica equipa
27 Outubro, 2023 at 22:08
Belo texto! Concordo na íntegra
28 Outubro, 2023 at 8:50
Já está tudo muito preocupado com os árbitros e o Var no Bessa, a confiança na equipa abunda.
28 Outubro, 2023 at 10:50
O treinador estruturado não fala de arbitragem…