Primeiro, desapareceram as listas da mangas.
Depois, desapareceu a Stromp.
E, ainda com o pessoal a borbulhar o champanhe de festejo da conquista do campeonato, lançou-se uma camisola principal nunca vista, preta, com um nadinha de verde e branco.

“Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor. Nós é que nos devemos sentir honrados por ter esta camisola vestida” – Francisco Stromp.
Na época de 1923/1924, Francisco Stromp vestia pela última vez a camisola. O seu legado ficou para sempre, eternizado no Sócio n.º 3 e perdura vivo no tempo. Dois anos mais tarde, em 1926, Salazar Carreira introduzia a camisola listada verde e branca no rugby, que seria adoptada transversalmente em 1928 até aos dias de hoje.
No centenário da última época do fundador, atleta, capitão, dirigente e lenda do Clube o Sporting CP lança orgulhosamente, em sua homenagem, o 1.º equipamento da época 2024/2025. O jogo contra o GD Chaves, no próximo sábado, que encerra uma época de recordes, será o momento escolhido para este lançamento tão especial.
A camisola que representa a fusão entre passado e presente. Que valoriza a fusão de tudo o que fomos e somos.
Nós Somos o Nosso legado.”

 

ora, desde o primeiro momento que me mostrei contra adopção desta camisola como equipamento principal. Gosto da camisola, bastante, e continuo a achar que seria a melhor camisola alternativa lançada desde que temos a Nike como marca, mas esquecer que a nossa identidade também passa por vestir de verde e branco…

Ora, há coisa de uma semana, percebeu-se que esta homenagem a Francisco Stromp, tinha, afinal, um modelo usado como camisola de treino do Celtic, em 2014. E como se isso já não fosse suficientemente  mau, ontem assistimos ao lançamento do equipamento 24/25 do Vorskla Poltrava, esse colosso ucraniano que, imagine-se, vai jogar com a camisola “criada para homenagear o atleta, capitão, dirigente e lenda do Clube”.

Nos entretantos, e porque por vezes a vergonha faz corar mesmo quem a não tem, o Sporting veio dizer que tem um direito de exclusividade da camisola, tal como foi acordado com a Nike, e explicar que isto não devia ter acontecido: «O equipamento foi negociado em exclusividade com a Nike. Esta questão já tinha sido reportada e está a ser tratada ao mais alto nível junto da marca.»

O André 2.0 Bernardo pensa que ainda está na década de 80, e que o pessoal não tem acesso ao que se passa no resto do mundo, por isso imagina-se o mais esperto da praceta. No final, fica uma senhora vergonha, mas ainda há quem diga “lá vens tu criticar” ou “já cá faltava o histerismo por causa da camisola”.

É isso. Afinal, somos campeões, e pouco importa se nos tratam como parvos, e se tudo o que nos dizem é, “paga mais e fala menos!”