Então, cá vai: foda-se, que um gajo não pode ter paz enquanto Sportinguista!

Desabafos à parte, não consigo olhar para a possível ida de Amorim para o Manchester United de forma racional. Se já me incomodou aquela viagem parva de avião, no final da época passada, supostamente para ir falar com o West Ham de forma a pressionar o Liverpool, sair à décima jornada, mesmo à beira de iniciar um ciclo de jogos que serão fundamentais para o resto da época (principalmente o fim de semana em que vamos a Braga e há um Benfica vs FcPorto), é daquelas coisas que, a acontecer, deixarão marca.

Sim, eu sei que fomos buscar o Amorim a Braga a meio de uma época, mas pensar que já percorremos um quarto da caminhada que nos conduz ao bicampeonato, e corremos o risco de deitar tudo a perder…

Sinceramente, tento nem pensar muito nisto, porque na minha cabeça apenas surge a noção de que existiu o compromisso entre direcção e equipa técnica de não vender os principais jogadores, e a imagem de um grupo completamente focado num objectivo que não se alcança há 70 anos (ser bicampeão), um grupo completamente focado em ganhar a única prova que lhe falta ganhar internamente (Taça de Portugal), um grupo completamente focado em ser um underdog na Champions, que, de repente, vê o seu capitão dizer-lhes, “rapazes, eu tenho uma oferta irrecusável para ir liderar outro grupo, mas sei que vocês vão conseguir continuar o que começámos!”.

Custa-me aceitar isto, mesmo sabendo, obviamente, que o Rúben tem o direito de aproveitar as oportunidades que lhe surjam, mesmo que esta possa ser uma oportunidade envenenada (duvido, por exemplo, que lhe seja dada a autonomia e o peso nas decisões do futebol, que lhe deram em Alvalade).

Resta-me, portanto, desejar que esta merda não passe de mais uma carrada de rumores que resultam em nada, como aconteceu com o Gyo durante o verão, e que continuemos, juntos, a subir cada degrau que pode conduzir-nos uma uma época histórica. Hoje há jogo, sexta feira há outro, e, desabafo feito, é só ganhar ambos que interessa.