O ruído não é um bom companheiro na hora de atingir a máxima concentração. Chegados à decisão da época, aos 3 últimos jogos que faltam para atingir o objetivo principal da temporada, o que mais vejo, ouço e sinto é…ruído. A Doyen, passados tantos meses depois da decisão do TAS voltou com múltiplas revelações recicladas de emotividade e consequências drásticas. Os ex´s de prateleira do Carnide falam, à vez, sobre tudo o que se relaciona com o Sporting. A imprensa, sobretudo o pasquim OJogo alimenta a novela de abandono de Jorge Jesus. Os Lourenços desta vida regressam com o argumento da SAD leonina mais falida porque tem menos activos (mesmo que todos saibam como são calculados os activos das outras SAD). Os jornais divertem-se a inventar vendas e compras diariamente, sendo curioso que o único clube que prometeu revolução do plantel foi o Porto e olhando para as idades de muitos dos jogadores do Carnide seja fácil de imaginar saídas para ligas de final de carreira bem remuneradas (J.Cesar, Luisão, Eliseu, Silvio e Jonas). Enfim, todos os dias saem ratos fresquinhos da sarjeta, todos os dias há uma dificuldade qualquer inultrapassável que nos assombrará o final de época.

O sentido desta maré é claro. Quando olho para a época do nosso rival nortenho e vejo que são incontestavelmente menos criticados que o Sporting, quando se entende o estado das finanças do Carnide e reparo que é o nosso clube que é constantemente criticado pelas suas opções de investimento…meus caros, isto não é mania de perseguição. É perseguição pura e dura. Longe vão os tempos do “…faz falta um Sporting forte”. Acho que para muitos dos intervenientes do nosso futebol, há é muitas saudades do Sporting que se arrastava em polémicas internas, em que deixava passear os rivais por cima dos seus interesses. Este Sporting não é perfeito, deve melhorar (e muito) em muitas áreas, mas tem uma coisa que gosto particularmente e me motiva: luta! Pode não ganhar, pode não ser o melhor (e todos sabem que o foi esta época), pode até cometer erros de palmatória na gestão política dos seus posicionamentos, mas luta! Não se entrega. Não dá um euro por mal entregue às mecânicas do sistema do futebol “moderno”.

Na decisão da nossa época não é hora de discutir os perfis do Presidente, alimentar as polémicas que nos tentam servir como avisos, não é o momento de questionarmos se o nosso apoio vai beneficiar uma ou outra narrativa de apoio ao clube. Chegou a hora de apoiar. De estar lá. De ir lá. De marcar presença ao lado da equipa, da nossa equipa. Aquelas camisolas são as nossas, os emblemas que têm ao peito são o nosso. Este não é “um” momento da época. É “o” momento da época. Quem puder ir ao Dragão, tem de ir ao Dragão! Se não quiser fazê-lo sozinho bastará usar locais como este para procurar a melhor companhia. Este é “o” momento de mobilizar e mostrar aos jogadores que no momento mais importante da época, nós não abandonamos, e sim, viramos costas ao enredo fatídico da derrota neste clássico. Se é possível (e nunca como antes foi tão possível) vamos fazê-lo. Se existe a oportunidade vamos aproveitá-la. Se nos dão como derrotados, vamos dar-lhes uma bela surpresa. Esta é a hora!

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca