Depois de um relato de alto nível, JJ volta a mostrar que percebe muito da redondinha e dos 22 que a perseguem no campo. O nosso treinador analisa agora os jogos da selecção portuguesa no jornal A Marca, sediado em Madrid. Deleitem-se com um pouco de conversa real sobre futebol. Sem pseudo intelectuais e processos para tudo e mais alguma coisa. A linguagem é simples, como é sempre, mas explica mais em cinco linhas do que horas a ver os canais de informação em Portugal.

O resumo
Portugal entrou na primeira parte um pouco ansioso. Nos primeiros 15 minutos tiveram dificuldades em encontrar o seu nível. Depois melhoraram bastante o seu jogo e conseguiram dominar a bola. Duas oportunidades de Nani e outra de Ronaldo precediam o golo que nos colocou na frente. Depois controlámos em posse e não tenho dúvidas que a primeira parte foi muito melhor que a primeira.
No segundo tempo voltámos a surgir ansiosos. Sofremos o golo e perdemos tacticamente. Portugal deveria sempre ter ganho este jogo, porque é melhor. A Islândia tem qualidades tácticas e defensivas, mas individualmente tem pouca qualidade. Não conseguimos encontrar espaços na segunda parte para poder ganhar.

O protagonista
Cristiano esteve ao nível de toda a Selecção. Individualmente são todos de um nível muito alto, mas não fizeram um bom jogo. A Islândia, sem ser muito forte no ataque, esteve muito organizada na defesa e isso causou-nos dificuldades.
É o primeiro jogo e acontecem sempre coisas como esta. Ansiedade. É normal. Portugal vai estar melhor no segundo jogo. Esta partida deixou claro que o treinador tem de alterar algumas coisas, para sermos mais fortes.
(…) E não vou dizer quais (as alterações), mas depois deste jogo tenho claro que devemos fazer algumas. Portugal tem todas as condições para se qualificar, porque é a equipa mais forte do grupo.
Das três equipas, Hungria, Áustria e Islândia, os nórdicos são os que melhor defendem e que mais dificuldades nos podiam criar para ganhar espaços e fazer golos, apesar da boa primeira parte que fizemos.

O melhor
Todos tiveram a um nível médio, nenhum se destacou dos demais. Na segunda parte estivemos pior, perdemos tacticamente algumas das posições. Na segunda partida vamos estar melhor e estou certo que o Fernando vai corrigir alguns posicionamentos. (…)

Sobre Ronaldo
É altura certa para esta mudança na sua carreira (passar a jogar a 9) porque no futuro vai ser um ponta de lança puro e não vai partir de uma das alas. Vai adaptar-se ao nosso jogo na segunda partida e também vai estar melhor.

Renato Sanches
Renato é um jovem que fez uma grande temporada no Benfica e que está a tentar ganhar o seu espaço na Selecção, mas creio que, de momento, existem jogadores para a sua posição com mais experiência e por isso não acredito que deva ser uma primeira opção. Temos Adrien, André Gomes, Moutinho, João Mário. Renato vai ser um jogador de grande futuro.

Ponto fraco
O ponto fraco é que somos uma equipa que só joga em ataque posicional. Somos fortes, mas custou-nos jogar em função da organização defensiva da Islândia. Não tivemos muitas ideias em ataque posicional e procurámos sempre os espaços, por isso aconteceu o que aconteceu na segunda parte. Na primeira as coisas saíram melhor. Os islandeses sabem defender.

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa