Importará perceber a história dos dirigentes de um clube, neste caso nos últimos 22 anos, para avaliarmos o próprio clube? Claro que sim, mais que não seja para podermos avaliar o carácter de quem pratica actos de gestão e outros em representação do clube e consequentemente, extrapolar a natureza dos actos praticados por essa instituição no âmbito de uma competição.

Dito isto fica desde já um aviso para os mais sensíveis. Acrescenta-se ainda que não estamos a falar de uma ovelha tresmalhada que numa determinada altura denegriu o nome do clube (não tivemos nós um Godinho Lopes e Paulo Pereira Cristóvão, felizmente travados em tempo recorde?), são antes nomes, que no caso dos dirigentes máximos, representaram o clube desde 1994 até ao dia em que se escreve, denotando não uma casualidade, mas um padrão. Diria mais: um perfil, um requisito para a função. Vejamos então:

PRESIDENTES:

1994-1997 (Manuel Damásio)
Manuel Damásio foi presidente do Benfica entre 1994 e 1997 – Foi detido em 2016 pela Polícia Judiciária num processo associado à operação «Rota do Atlântico», por suspeita de branqueamento de capitais e tráfico de influências, conforme fonte policial. A PJ explica em comunicado que a detenção ocorreu no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público junto do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e decorre de uma investigação iniciada em finais de 2014.

Como explicava o Observador, de forma sucinta, os crimes de branqueamento estão relacionados com a aquisição de ações da empresa do Hotel Intercontinental, no Estoril, e com a compra de apartamentos no empreendimento imobiliário Atlântico Estoril Residence onde também está situada aquela unidade hoteleira.

Aqui também entra a parceria com Godinho Lopes, que como já disse acima, felizmente desapareceu de Alvalade num curto período de tempo. Diria tempo demasiado, ainda assim, pois quase levava o Sporting Clube de Portugal à falência, deixando como legado, certamente o período mais negro da história do Sporting.

A procuradora Susana Figueiredo, responsável pela investigação deste caso, entende que Manuel Damásio foi um importante parceiro de negócios de José Veiga e que aquelas aquisições visaram apenas branquear capitais da República do Congo, com origem ilícita.

Já o crime de tráfico de influências está relacionado com o processo de venda do Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) por parte do Novo Banco. Manuel Damásio é suspeito de, em conluio com José Veiga, ter tentado influenciar a decisão da administração de Stock da Cunha sobre a venda do ex-BES de Cabo Verde. Neste ponto, Damásio terá tentado obter a ajuda do ex-ministro Miguel Relvas, tal como o Correio da Manhã já noticiou.

O antigo diretor da SAD do Benfica, José Veiga, está em prisão preventiva, mas já lá vamos.

1997-2000 (João Vale e Azevedo)
Entre 1997 e 2000 surge um presidente que, pelas mais tristes e públicas razões, quase dispensa apresentações: João Vale e Azevedo. Foi detido no dia 16 de Fevereiro de 2001 e condenado a seis anos de prisão em cúmulo jurídico, acusado de se apropriar de 640 mil euros da transferência de Ovchinnikov. Em Agosto, fica em prisão preventiva, e é condenado, em Abril de 2002. Soma-se o envolvimento em Inglaterra numa gigantesca fraude de compra de parte de um banco privado alemão, detido pelo Deutsche Bank. O ex-presidente do Benfica pedia dinheiro a investidores e apoderava-se de elevadas quantias que lhe eram confiadas. Para atestar a sua credibilidade, Vale e Azevedo entregava documentos emitidos pelo banco que, ao que tudo indica, seriam falsos. Foi, em 12 de Novembro de 2012, extraditado do Reino Unido e encontra-se detido em Portugal. Tem em Portugal mais de 30 credores da empresa V&A Capital Limited que criou em Londres, tendo enganado mesmo a justiça e as finanças, ao apresentar em tribunal várias cauções que a Polícia Judiciária descobriu serem falsas. Em 2 de Julho de 2013, Vale e Azevedo foi condenado a dez anos de prisão efectiva.

Dou nota final que esta é a descrição mais curta de todas, porque simplesmente é a mais evidente e conhecida de todos. Falamos de um senhor, que até à maioria dos benfiquistas (nem todos, ainda assim) envergonhou, pelo que está tudo dito.

2000-2003 (Manuel Vilarinho)
Manuel Vilarinho destrona surpreendentemente Vale e Azevedo e até parecia um tipo honesto e pacato, cujo único problema se prendia com alguns excessos com a bebida. Mas contra isto nada tenho. No período relativamente curto em que foi presidente, ainda houve tempo para um caso em que Vilarinho se descartava da titularidade das 1680 mil ações, que haviam sido dadas como garantia de um crédito de 8,4 milhões de euros pedido em 2001, ao Banco Internacional de Crédito (entretanto adquirido pelo BES). Anteriormente, Vilarinho havia investido 21 milhões de euros na subscrição de ações da SAD da Luz, para ficar dono de 29,07% do capital da SAD do clube a que presidia. Mas em agosto de 2007, Vilarinho garantia que era o Banco Espírito Santo (BES) quem detinha 11,2% da SAD do Benfica. O banco de Ricardo Salgado também negaria a titularidade das acções e assim, resultou, que ninguém queria as ações do clube da Luz. Ninguém foi preso, como sempre e Vilarinho lá reinou como melhor soube.

Passados uns anos, em 2009, foi acusado de agredir uma mulher brasileira. Juliana Boncristiano era bailarina num bar e Manuel Vilarinho convidou-a para umas férias no Algarve, contou então o Expresso. A bailarina profissional admitiu ao semanário que era striper e que se tiveram de encontrar na região algarvia porque Vilarinho “era casado”. Uma história mais à Pinto da Costa portanto. O caso remontava a abril de 2007, altura em que, pelas quatro da manhã, a GNR de Sagres foi chamada a um aparthotel para responder a um caso de agressão. Vilarinho não foi detido porque não houve flagrante delito, mas o Ministério Público de Lagos faria a acusação: “Manuel Vilarinho desferiu em Juliana Boncristiano um número indeterminado de socos que a atingiram na cabeça e nos membros superiores, causando-lhe dores e equimoses no ombro direito e no braço esquerdo”. Nada de especial, portanto. Um bom chefe de família benfiquista quer-se assim, tal e qual.

Em dezembro de 2012, Manuel Vilarinho surgiu na imprensa associado ao caso “Monte Branco”, por ser suspeito de branqueamento de capitais e fraude fiscal. Na altura, o Diário de Notícias noticiou que o Ministério Público e a inspeção tributária fizeram buscas na sua casa e na imobiliária, a Edigest. Vilarinho constaria de uma lista de clientes de Francisco Canas, o dono da loja de câmbios Montenegro Chaves e Cª Lda. O ex-presidente do Benfica teria recorrido ao dono da loja para transferir dinheiro entre a Suíça e Portugal.

Em 2016, viu-se novamente associado a uma história judicial. Vítor Santos, conhecido como “Bibi do Benfica”, foi condenado a dois anos e nove meses de prisão por fraude fiscal, com pena suspensa, por não ter pago 3,7 milhões de euros devidos em impostos. E tudo aconteceu porque “Bibi” deu uma entrevista polémica à revista Maxime, na qual admitiu que financiou a campanha eleitoral de Vilarinho à presidência do Benfica e que mais tarde pagou um jogador para o clube. Falava de Roger, o canhoto que chegou do Fluminense em 2002, com estatuto de craque. Aquela história ficou estranha, digamos assim, quando Bibi informou que ganhava o salário mínimo, que na altura se fixava em 334,19 euros. Ou seja, era por isso que não apresentava declarações de IRS. Na mesma entrevista, no entanto, acabou por admitir que tinha dez milhões de ações da Sonae.

Por fim, e como a história já vai longa, lembre-se apenas que ainda recentemente, em abril deste ano, Manuel Vilarinho aparece no escândalo dos ‘Papéis do Panamá’. Parecia um bom tipo, não? Pois agora já não sei bem…

2003-…Até à destituição e futura detenção? (Luis Filipe Vieira)
Em 2003 aparece o actual presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira. Este “senhor” trazia um currículo ainda relativamente curto no dirigismo desportivo, mas já com um sucesso assinalável no “pequeno” Alverca, que tão depressa cresceu, como mais depressa ruiu, assim que Vieira abandonou o barco. Histórias pessoais e relacionadas com as suas actividades extra-futebol (desde venda de pneus, droga a construção), já havia muitas, mas escuso-me a lista-las por serem sobejamente faladas e, como quase sempre, carecerem de comprovação. No caso de Vieira, como de Vale e Azevedo, os indícios do seu (mau) carácter são tantos, desde a Porta 18 às compras e vendas inflacionadas no Benfica, que diria que à semelhança do último, só podemos imaginar que a justiça esteja à espera que perca as eleições no Benfica. Faz sentido e Vieira deve temer tal momento, porque ainda não há muitos anos, fez trinta por uma linha, alterando estatutos do clube à pressa e tudo, para fazer com que outro “senhor”, José Veiga, não se apresentasse como candidato e, não vá o diabo tecê-las, pudesse constituir uma ameaça “séria” à sua liderança.

Assim deixo só uma história, porque sendo digna de um filme, está pelo menos provada. Luis Filipe Vieira foi efectivamente condenado a 20 meses de prisão por roubo. Foi sentenciado juntamente com mais cinco arguidos (também condenados por roubo). Um deles apanhou, tal como Luis Filipe Vieira, 20 meses de cadeia, e os restantes quatro foram condenados em 18 meses. O caso remontava a Julho de 1993, altura em que o homem todo-poderoso do futebol da Luz foi julgado e condenado no Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa, pela prática de um crime de roubo. Como todos os malandros têm sorte, os seis arguidos, Luis Filipe Vieira incluído, beneficiaram de duas leis da amnistia – uma de 1986 e a outra de 1991 -, que lhes valeram o perdão total das penas de prisão que lhes foram aplicadas pelo colectivo do 3ºJuízo Criminal de Lisboa. No acordão, o juiz-presidente, Afonso Henrique Cabral Ferreira, destaca o facto de Luis Filipe Vieira ter sido o único que não se declarou arrependido pelo crime cometido. Note-se que tudo isto foi bem antes de candidatar-se ao Benfica, o que já de si, mostra um facto curioso: Ser um ladrão condenado, não colide minimamente com os requisitos para se apresentar à candidatura de presidente do Benfica, de tal maneira que vence as eleições e lidera o clube até aos dias de hoje. Será que ser ladrão condenado foi, ao invés, um ponto que favoreceu a sua candidatura? Pura especulação, ao contrário dos acontecimentos comprovados que se seguem:

Estes remontam aos princípios de Março de 1984, altura em que José Luis Gama, um industrial de Arganil, de 62 anos de idade, se queixou a Luis Filipe Ferreira Vieira, na altura com apenas 35 anos e com a profissão de comerciante, do comportamento de Adriano Varela. Trata-se de um caso de contas que não foram honradas, relacionado com uma cessão de quotas na TIM – Transportes Internacionais de Mercadorias, Lda., empresa sediada em Lisboa. Do património desta sociedade fazia parte um camião (veículo tractor) e o respectivo semi-reboque. Tudo no valor de 4.400 contos.

Em julgamento provou-se que, vendo o seu amigo José Gama agastado com a situação, Luis Filipe Vieira instigou-o a contratar os serviços de António Manuel Suzano como sendo a pessoa certa para lhe resolver o problema. Luis Filipe Vieira explicou a José Gama que já havia utilizado os serviços de António Suzano para cobrar um cheque. Em julgamento ficou também provado que foi Luis Filipe Vieira quem fez os contactos com o homem das cobranças difíceis, dando-lhe instruções para forçar António Varela, tido por mau pagador, a liquidar a alegada dívida, de milhares de contos.

Para esse efeito, traçaram um plano que consistiu em roubar os referidos veículos a António Varela e à empresa TIM. Vieira contratou os serviços de Suzano, e este não perdeu tempo em apresentar-se com um grupo composto por três “amigos”: António Mourato, motorista, então com 40 anos, Albino Rosendo, de 32 anos, e Francisco Aboim. Luis Filipe Vieira pagaram, como acontece nos casos de cobranças difíceis, os serviços da rapaziada musculada.

Foi no dia 28 de Março de 1984 que tudo se concretizou. Por volta das duas horas da madrugada, e depois de terem tentado localizar o camião e o semi-reboque em Setúbal, António Suzano e a sua equipa acabaram por encontrá-los no parque da Alfandega de Lisboa, onde estavam guardados pelo motorista António Casaleiro. O “quarteto” bateu na cabina do tractor, e o seu motorista, que pernoitava no seu interior, abriu o vidro lateral. Foi então que António Mourato teve a ideia de identificar-se, tal como os seus acompanhantes, como sendo da Interpol, e disse a Casaleiro que vinham apreender os veículos.

Não satisfeitos com este anúncio, Suzano e os seus “boys” mostraram os coldres, que não tinham qualquer arma, ameaçando-o de prisão se não conduzisse os veículos para o local que lhe seria indicado. António Casaleiro acabou por aceder, conduzindo o camião para as instalações da Caterpneus, firma de Moscavide de que Vieira era um dos sócios. Após ter estacionado, o quarteto revelou-se simpático: deu ao motorista dinheiro para pagar o táxi e regressar a casa. José Gama ordenou a António Mourato que os veículos fossem escondidos em Matosinhos, acabando o camião por ser interceptado em Pombal numa operação-stop.

No acórdão, os juízes referem, com ironia à mistura, que esta história é “digna da sétima arte e constituiu, sem margem para dúvidas, um crime de roubo”.

Luis Filipe Vieira recorda a história com alguma revolta: “O queixoso, que nos devia dinheiro, nunca foi julgado. É a justiça que temos”.

Este artigo de Pedro Guerra e Luis Filipe tem ainda uma segunda parte que diz em certa altura acerca de demissões e cisões na direcção: “Fontes bem colocadas recordam que Vítor Santos (Bibi) poderá aproveitar o enfraquecimento da posição de Vilarinho para lançar Luis Filipe Vieira para a liderança do clube. Aliás, para os apoiantes incondicionais do presidente do clube e da SAD, “Vieira está em campanha eleitoral, o ‘golpe de Estado’ já está em marcha”.

E passado algum tempo, depois de tudo o que escreveu sobre Vieira, este mesmo Pedro Guerra entra para o Benfica e é hoje, um dos mais acérrimos defensores de Luis Filipe Vieira.

Para fechar com chave de ouro, surge recentemente, via jornal Expresso, uma interessante lista dos 50 maiores clientes do BES antes do escândalo financeiro que provocou a sua derrocada. Muitos deles nunca pagariam as suas dívidas, continuando o Novo Banco, a manter enormes prejuízos por causa desses créditos antigos. Aqui chegados, é sem surpresa que encontramos o império de Luis Filipe Vieira. Assim e como 3.º maior devedor do BES (logo atrás de Mello e Mota Engil), surge a Promovalor, Luis Filipe Vieira, com uma divida de 381,52 M€, mais abaixo, Obriverca Capital, com uma divida de 183,64M€, depois, Sport Lisboa e Benfica, 107,8M€ e ainda, Eduardo Nunes Rodrigues, com 97M€. Este “pequeno” mundo de Vieira, soma em dividas ao BES à altura do seu colapso, a impressionante quantia de 770M€, mais coisa, menos coisa. Mas aqui já se sabe, se for necessário, cá estarão os contribuintes de todos os clubes e cores, para democraticamente, de forma directa ou indirecta, pagarem o buraco que Vieira deixar.

OUTROS DIRIGENTES:
José Veiga
Chega à Luz em 2004 pela mão do ainda presidente Luís Filipe Vieira, interrompendo logo na primeira temporada um ciclo de derrotas, conquistando o campeonato de 2005. É campeão logo na primeira época, mas as candeias de ambos vão ficando às avessas até 2007, ano em que o presidente se chateia com o empresário e Veiga abandona o clube

Uma fonte que foi próxima de Veiga, diz que se vai pondo a jeito dos problemas. “Começa a meter-se em muita coisa. Tem uma tendência muito grande para se ligar a pessoas que não prestam”

Em 2007 surge o livro “José Veiga – Como Tornar o Benfica Campeão” dos jornalistas Camilo Lourenço e José Marinho

O empresário José Veiga, conhecido pelas suas ligações ao futebol e agora relacionado com bancos em África, Paulo Santana Lopes (irmão do ex-primeiro-ministro e atual provedor da Santa Casa Pedro Santana Lopes), e uma advogada portuguesa foram detidos pela Polícia Judiciária por crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio e fraude fiscal.

José Carriço
Diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores do Benfica, foi detido no final de julho de 2015 pela Polícia Judiciária, por suspeitas de tráfico de droga. Segundo o Jornal de Notícias, que revela a situação esta quinta-feira, o dirigente encarnado foi apanhado quando transportava 9,5 quilos de cocaína num veículo do clube e encontra-se em prisão preventiva.

A detenção aconteceu no âmbito da operação Porta 18, a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE). Durante a operação, a PJ realizou ações de vigilância no Estádio da Luz, tendo registado dezenas de entradas e saídas por parte de cidadãos colombianos na porta 18 do recinto, para se reunirem com José Carriço.

O dirigente foi detido na A1, num automóvel do Benfica, tendo sido apreendidos os 9,5 quilos de droga. Ao mesmo tempo, estavam a ser feitas buscas no seu gabinete no estádio. O suspeito foi responsável pelo departamento de apoio aos jogadores do Benfica e foi também motorista de Luís Filipe Vieira.

Concluindo, isto é um pequeno retrato dos últimos 22 anos de dirigismo do Sport Lisboa e Benfica. Isto é tão só uma parte da negra história destes homens (porque acredito que seja só a ponta do iceberg) que, em nome do clube, compraram, venderam, influenciaram, traficaram e sabe Deus mais o quê para seu proveito e do clube que lhes dava o estatuto, a protecção e o ganha-pão. Nem me atrevo, porque dava um livro, a falar de agentes como Jorge Mendes, off-shores, fundos, políticos, agentes de justiça, media e afins intermediários. Não. Em nome da vossa e minha saúde, abrevio este pantanoso percurso referindo apenas dirigentes e factos conhecidos.

Como disse no início, não se tratam de episódios fugazes que ensombram um determinado período de um clube, são duas décadas que se estendem à actualidade e se prolongarão com a reeleição de Vieira. Isto não é uma casualidade, é uma tendência, um padrão. Estes homens não chegam à cadeira de presidente de uma instituição e tiram o chapéu de criminosos para negociar honestamente enquanto lá estão. Não, estes homens chegam a um lugar daqueles porque correspondem ao perfil que a instituição quer e é nesta que encontram a sua extensão, o poder, exponencialmente aumentado, de fazer mais e pior. Como acreditar que o Benfica, pelo menos nestes 22 anos, possa ter sido um clube que actua com legalidade, honestidade e transparência, quando são estes homens que o representaram?

E já agora (para acabar, porque isto cansa-me realmente), onde está o escrutínio da justiça e dos media em relação ao denominador comum que é o Benfica? Onde está a simples conta de somar que permite ver nestes dirigentes, ou partes, o todo que é o Benfica destas duas décadas? Não está, porque são, também eles, parte activa desta grande mentira, são cúmplices e pior, são o veículo da propaganda e desinformação que visa tão só, esconder o que é básico, essencial e afinal tão simples: A fraude gigantesca em que tem assentado a história do Benfica!

 

ESCRITO POR Lion eats tonight (by F.)
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]