Mais uma semana de balanço de uma excelente temporada, chega hoje a vez dos bi campeões nacionais, a equipa sub-17 do Sporting Clube de Portugal. Para muitos uma grande geração, para outros uma equipa que superou as expectativas. A verdade é que os Juvenis foram de uma competência incrível na fase de apuramento de campeão e nos deram golos e espectáculo. O campeonato voltou a ficar em Alcochete e as perspectivas para a próxima temporada ao serviço dos juniores são as melhores.
119 golos marcados, 26 sofridos, 35 jogos disputados, 29 vitórias, 4 empates e apenas duas derrotas.

Baliza
Filipe Semedo foi o titular desta equipa mas ainda não se conseguiu destacar verdadeiramente quando comparamos com outros produtos da formação naquela posição. A subida aos juniores será expectável e aí perceberemos se conquista o seu lugar ou não. Apesar de tudo, demonstrou competências, segurança entre os postes e acerto na hora da verdade.

Defesa
Gonçalo Costa – O nosso lateral esquerdo titular apresenta características bem diferentes dos jogadores que já referimos ao longo do ano, formados na mesma posicção. Foi-lhe dada uma liberdade ofensiva que lhe permitiu soltar as suas melhores qualidades. Velocidade, técnica, apoio ao ataque e a capacidade física de um comboio. Chegou ao Sporting em 2009, com apenas 9 anos e deverá ser integrado no plantel de juniores (como muitos dos que vamos referir). Sem dúvida uma das maiores promessas para a posição.

João Goulart – Chegou do Outurela em 2014 e, até ao momento, revela-se como uma aquisição acertada. Jogo aéreo de luxo, voz de comando e espírito de liderança. Goulart tem-se revelado uma surpresa ano após ano e nem sequer parece um juvenil. A maturidade e as características físicas que apresenta são dignas de um profissional.

Vaza – Médio centro que é central, Vaza pegou de estaca nesta equipa e foi um dos maiores responsáveis pela possibilidade de subida dos nossos laterais (principalmente Gonçalo). Sem ser vistoso, apresenta uma segurança defensiva e sentido táctico de grande nível, nunca perdendo o seu fantástico posicionamento.

Tiado Djaló – anteriormente destacado na equipa de juniores

Bernardo Prego – Defesa direito que também pode actuar em terrenos mais avançados, Bernardo estará sempre ligado ao título conquistado, pelo que emprestou à equipa ofensivamente (arrancadas de grande nível) e pela segurança defensiva. Jogador tecnicista, rápido, que parece ainda estar uns degraus abaixo dos referidos na sua formação.

Meio-campo
Babacar Fati – Chegou do CF Unidos a temporada passada e tinha a dura tarefa de se impor num meio-campo ofensivo de uma equipa campeão nacional. Cumpriu. Capaz de actuar a 8 ou 10, Babacar marcou golos importantes, muito importantes, mostrou inteligência no posicionamento e oportunismo em frente à baliza. Golos de “rato”, alguns até de cabeça e uma das peças importantes para as muitas vitórias conseguidas.

Bavikson Biai – Tem apenas 16 anos (cumpre 17 este ano) mas já o ano passado tinha sido destaque na fase final da temporada, celebrando esta época o bicampeonato. Está no Sporting desde os 10 anos e tem andado a saltar escalões como gente grande.
Um médio defensivo moderno, que alia um bom posicionamento à capacidade de antecipação e construção. Diria que a maior promessa naquela posição em Portugal, no escalão que representa.

Bernardo Sousa – Muito falámos de Bernardo Sousa este ano e acho que o faremos por muitos e bons anos. É, a par de Diogo Brás, a estrela maior da companhia. Um pé esquerdo incrível, visão de jogo de outro mundo, raça e combatividade e a ficar competente nas bolas paradas. Um 10 a quem não deverá ser retirada a liberdade das zonas interiores do terreno, o condutor e construtor maior desta equipa, que assinou verdadeiras obras de arte este ano.

Edmilson Santos – Quando compreender a sua própria velocidade, pode tornar-se imparável. Capaz de golaços incríveis, apresenta atitude, vontade e muita técnica. Tal como Bernardo Prego, o médio centro/ofensivo parece ainda estar a uns degraus dos jogadores mais talhados, mas pelos minutos, importância na manobra e na estratégia de ataque em velocidade, teria forçosamente de ser destacado.

Avançados
Diogo Brás – Artista que finta com o corpo, que tem golo e velocidade e, na minha opinião, alguém que não terá de esperar muito até chegar à equipa principal, até pelo que a estrutura de Alcochete nos tem dado a entender.
Um jogador a outro nível para o campeonato nacional de juvenis, que faz golos por pura diversão e mostra a frieza de tomar quase sempre a decisão certa. Um dos mais entusiasmantes produtos da nossa Academia, capaz de actuar nas duas alas ou até na frente de ataque. Um jogador com características muito diferentes dos habituais extremos que saem das nossas escolas e, por isso, uma certeza para o futuro.

Tiago Rodrigues – Já se apresentou a um nível muito superior, mas o ponta-de-lança não deixa de não merecer o devido destaque, pois foi praticamente sempre presença no onze titular. Contribuiu com mais assistências que golos, mostrou a sua técnica, foi importante no equilibrio da equipa, mas faltaram-lhe, sem dúvida, os números mais importantes de um avançado: o golo.

Miguel Velosa – Jogou menos, é certo, mas tem argumentos para ficar na lista de destaques. Um extremo capaz de cumprir em ambas as alas (assinalou 3 golos) e dá a sensação de que se conseguir dar o salto físico em breve, tem tudo para ser muito mais importante na equipa. Um jogador de recorte fino, que gosta de jogar de cabeça levantada e com muita qualidade de bola no pé. Não tenho dúvidas que será capaz de mais do que demonstrou este ano, apesar de ter sido extremamente importante na rotação da equipa. Chegou do Benfica em 2014 e tenho muita esperança de que ainda conseguirá chegar a um grande nível.

*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)