Em considerações feitas (nos comentários subsequentes) na última crónica sobre o futebol feminino, manifestei a minha estranheza pelo facto do seleccionador nacional, Francisco Neto, ter optado pela inclusão da Ana Borges nos últimos 3 jogos (completos) da Algarve Cup. Isto no espaço de cinco dias, e depois da nossa capitã
ter estado parada devido a lesão… Após ler as declarações do nosso treinador, Nuno Cristóvão, no “pré-jogo” frente ao União Ferreirense, mais se me afigurou pertinente esssa minha observação, como poderão constatar:
“Mais de metade do plantel ao serviço da selecção é um motivo de orgulho. Aliás, pediram-me duas coisas quando aceitei este desafio: títulos e promoção do maior número de jogadoras à equipa das quinas. Temos conseguido cumprir com esses desígnios. Naturalmente, é o reconhecimento do trabalho que o Clube desenvolve. Não fico nada aborrecido por isso, posso é ficar menos agradado com a gestão das jogadoras, que pode ser feita menos de acordo com o que entendo ser o melhor.”
E continuou: “Aproveitámos a presença de duas equipas que estão a estagiar no Algarve para fazer dois jogos-treino.
É algo que andamos sempre à procura para poder dar competição com outros tipos de futebol. Jogámos com uma equipa da II Divisão suíça (Oerlikon) e com as campeãs do ano passado da Estónia (Tallina Kalev). Era muito importante para as jogadoras que não foram à selecção, poderem ter um ritmo semelhante às que estiveram fora. Conseguimos duas vitórias folgadas, embora o resultado seja sempre o menos importante e onde deu até para observar jogadoras sub-19 e sub-17″.
Sobre o jogo com o Ferreirense, adiantou: Antes de tudo, queremos somar mais três pontos. É esse o objectivo do Sporting, estamos a seis jornadas do final do campeonato e queremos manter a distância que temos para os mais directos perseguidores e jogar claramente para ganhar, independentemente de ser uma semana difícil em que só na sexta-feira é que teremos todo o plantel à nossa disposição. Mesmo assim, com algumas limitações porque vêm as sub-19 nesse dia e as AA no dia anterior. É preciso ter em conta a equipa do Ferreirense, que está a fazer um campeonato muito tranquilo. Tive oportunidade de as observar no último jogo que tiveram com o Futebol Benfica. No seu estádio causam muitas dificuldades devido às dimensões do campo, mas também pelo apoio que têm do público”.
Sobre o jogo frente ao União Ferreirense, foram convocadas as seguintes 18 jogadoras:
Guarda-redes: Carolina Vilão, Inês Pereira.
Defesas: Carole Costa, Mariana Azevedo, Matilde Fidalgo, Matilde Figueiras e Rita Fontemanha.
Médias: Carlyn Baldwin, Fátima Pinto, Sharon Wojcik, Nadine Cordeiro e Tatiana Pinto.
Avançadas: Ana Borges, Ana Capeta, Ana Leite, Bárbara Marques, Carolina Venegas e Diana Silva.
Alinharam inicialmente:
Inês Pereira; Matilde Fidalgo, Carole Costa, Matilde Figueiras e Rita Fontemanha; Carlyn Baldwin, Sharon Wojcik e Fátima Pinto; Ana Borges, Diana Silva e Bárbara Marques.
Assisti, através do Sporting Apoio, por TM, ao vídeo da chegada da nossa comitiva ao Complexo Desportivo Freguesia da Moita (Anadia) e desde logo, pelas poças de água bem visíveis à entrada (caiu até granizo), deu para perceber que não seria tarefa fácil para a nossa equipa, a que acrescia o sintético de dimensões mais reduzidas da
Liga Allianz. Foi também pelo TM que presenciei a transmissão feita. Sem quebras dignas de registo, com qualidade deficiente pela imagem na vertical mas, como “sou pobre no pedir”, bem melhor do que não a ter… Enquanto o SCP não se voltar, como aqui já se alvitrou, para plataformas alternativas, é mesmo o que temos…
Desde logo se viu a equipa da casa muito recuada e, apesar do intenso domínio da nossa formação, estava difícil desbloquear a “teia” montada pelo União Ferreirense. A bola começava a prender num terreno onde cairam fortes aguaceiros, mas aos 22 minutos, Diana Silva acorreu a um bom centro da direita (creio que da Ana Borges) e, de cabeça, inaugurou o marcador. Antes, já a guarda-redes adversária efectuara duas boas intervenções vindo, no restante jogo, a confirmar a sua qualidade.
Aos 28 minutos, a Diana Silva, num bom remate à entrada da área, de pé esquerdo, aumentava o marcador e, no que me diz respeito, afastava alguns receios que este jogo me inspirava. Temor que advinha de uma equipa que apenas sofrera goleadas nas visitas a Braga (0-5) e Alcochete (0-8) mas que à 12ª. jornada vencera no seu reduto o Boavista por 5-2. Infundado, felizmente, já que a turma da Anadia nunca colocou em perigo a baliza à guarda da Inês Pereira.
Continuou a pressão do Sporting, numa muito agradável exibição, tendo por base uma constante circulação de bola, com o meio campo em bom plano e a servir as alas com preceito, nomeadamente a direita. Até porque do lado esquerdo estava a Rita Fontemanha, num lugar que é uma adaptação, não podíamos contar com as descidas a que nos habituou a época passada… no lado oposto. E o 3-0 acabou por surgir, por Bárbara Marques, iam decorridos 42 minutos. A nossa jovem jogadora apareceu isolada frente à guardiã adversária e foi calma na finalização.
Segunda parte muito inferior à primeira, o que é compreensível perante o quadro que Nuno Cristóvão referiu na antevisão do jogo, a que se juntou o tempo muito pouco convidativo, com frequentes e fortes aguaceiros também neste período. Digno de realce o nosso quarto golo, obtido pela Ana Leite, numa “chapelada” perfeita, ela que substituíra a Ana Borges por volta dos 68 minutos. O golo surgiu aos 75. Entre o golo e a saída da Ana Borges, ocorreu outra substtuição: a Nadine Cordeiro entrou para o lugar da Fátima Pinto.
Ao único momento de relativo perigo causado pelo Ferreirense opôs-se a Inês com uma oportuna saída a pontapé fora da área. A Bárbara Marques terá sofrido uma lesão já no final do jogo, não me tendo sido possível saber de que tipo e até se foi substituída. A outra solicitação fui chamado…
Pelo que me foi dado ver, por alguns comentários de adeptos Sportinguistas no decorrer da partida, creio não ser descabido considerar a Matilde Fidalgo como a figura do jogo. Com os seus dois golos de hoje, a Diana Silva atingiu os 17, mas porque a Laura Luís também bisou, mantém a segunda posição na tabela das melhores marcadoras, já que a bracarense chegou aos 18 golos.
Mais uma vitória, mais um passo firme na caminhada para a revalidação do título, mais um jogo sem sofrer golos, o décimo quarto consecutivo.
Nos restantes jogos, destaques para a robusta vitória do nosso principal adversário ante o Vilaverdense, por 6-0 e a goleada do Estoril (5-1) na deslocação a Valadares. O Futebol Benfica foi vencer o Cadima por 3-1 e o Quintajense foi presa fácil, no seu terreno, do Clube Albergaria (0-5). Entretanto outra surpresa fornecida pelo inconstante Boavista, que recebeu e perdeu com o A-Dos-Francos da nossa “ex” Catarina Lopes, por 1-2.
Na ronda costumada pelas nossas outras formações, tivemos os resultados seguintes:
As Juniores venceram fora o Palmelense por esmagadores 13-0. prosseguindo a sua impressionante carreira. Pelas Leoas marcaram Vera Cid por 4 vezes, Beatriz Conduto por 3, Inês Macedo, 3 também, cabendo os restantes à Nicole Araújo, Marta Ferreira e Joana Martins.
As Juvenis tiveram jornada dupla. No sábado venceram o Rio de Mouro por 9-0, com os golos a serem apontados pela Núria Monteiro (3 ) Alícia Correia (3) Joana Prazeres, Margarida Caniço 1 e Caetana Costa, sendo o campo o nº 3 da Cidade Universitária. No mesmo recinto, já no domingo, nova vitória, agora frente ao EFF Setúbal, por 2-0
com golos da Nádia e Margarida Caniço.
As Infantis perderam fora (3-4) com o Águias de Camarate, e averbaram segunda derrota consecutiva mas, segundo relato de quem as acompanha, revelando nítidos progressos.
Quanto à nossa principal equipa feminina de futsal, uma verdadeira desilusão. Empate absolutamente impensável, em casa, frente ao Santa Luzia, a dois golos. Isto depois de terem estado em desvantagem por 0-2 entre os 13 e os 30 minutos, até que Tania Sousa, de grande penalidade, e a guarda-redes Tany, aos 39, estabelecessem o resultado final. Santa Luzia que recebeu o slb na primeira jornada, sendo derrotado por sete golos sem resposta, também em casa (2-6) com o Vermoim e que contava por derrotas todos os jogos até sábado disputados.
É já muito difícil aspirar ao título, pois a nossa formação, embora apenas com cinco jornadas cumpridas, tem 5 pontos de atraso para o Novasemente (13 pontos) e 4 para o slb (12). O Sporting ocupa a 5ª. posição, com 8, menos um que Vermoim e Golpilheira, equipa que recebemos na próxima jornada. Única esperança que nos resta é esperar um
deslize das rivais na deslocação a Vermoim. Na segunda volta o Novasemente visita-nos, bem como o slb…
Procurei saber a lesão sofrida pela nossa jogadora Débora Queiroz, mas nada consegui apurar. E muito tentei, sobretudo no Site Oficial do Clube…
Outros resultados:
Novasemednte, 2 – Vermoim, 0
Nun’Álvares, 3 – Quinta Lombos, 2
Benfica, 6 – Golpilheira, 0
O Sporting sagrou-se campeão distrital em juniores femininos ao vencer o slb no segundo jogo da final, por 3-1, conforme merecido destaque dado pelo Cherba, em post de ontem.
Finalmente o FC Parada foi ao terreno do Oliveira do Douro e venceu por 3-2, desfazendo a igualdade pontual que se registava e está agora isolado no terceiro posto.
Tenham uma boa semana. O dono da Tasca, os frequentadores e… o Sporting.
* às segundas, o jmfs1947 assume a cozinha e oferece-nos um mais do que justo petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino
12 Março, 2018 at 9:11
Há uma omissão nas substituições. A Carolina Venegas entrou para o lugar da Diana Silva, creio que em simultâneo com a troca entre as duas Anas.
12 Março, 2018 at 13:32
Entretanto, na luta pela “bola de prata”, a Joana Vieira, também com 2 golos na vitória do “Fofó” sobre o Cadima, igualou a Diana Silva no segundo lugar.
12 Março, 2018 at 9:25
Um amigo Sportinguista chamou-me a atenção para um curioso estudo feito sobre a Liga Allianz e que podem ver mais esmiuçadamente no Portal do Futebol Feminino.
“Números apresentados por um estudo do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol mostram a realidade das jogadoras do principal escalão do futebol feminino em Portugal.
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) apresentou esta sexta-feira as conclusões de um inquérito realizado às jogadoras da Liga Allianz que visa avaliar as condições laborais e o seu perfil socioeconómico. As concluões comprovam o que os números apresentados esta quinta-feira pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já deixavam antever: há razões para haver otimismo, mas há também muito trabalho para fazer.
Jogadora Portuguesa tem formação
As melhores notícias apresentados por este estudo intitulado “A jogadora portuguesa ao raio-x” – que integra uma pesquisa global feita pela FIFPro – prendem-se com o nível de escolaridade e a média de idades das futebolistas do principal escalão do futebol feminino português: 82% têm o 12.º ano ou mais – 33% têm curso superior (licenciatura ou mestrado) – e 65% integram o escalão etário de 23 anos ou menos. Estes números deixam antever um futuro muito risonho, até por serem superiores a outros campeonatos com grande tradição.
Por outro lado, 70% das jogadoras definem-se como amadoras (no universo FFPro há apenas 43,8%) e 45% não recebem retribuiçao mensal nem dispõem de benefícios sociais. Estes dados demonstram a existência de algumas discrepâncias em relação a países com os quais Portugal quer competir de igual para igual. Neste sentido, a aposta nos escalões de formação e no recrutamento cada vez mais precoce de jogadoras para a prática da modalidade poderão ter um papel fundamental.
Este inquérito tem ainda indicadores muito interessantes sobre o perfil das jogadoras portuguesas, nomeadamente no que diz respeito ao vencimento, à projeção de carreira e à consciência de classe.”
12 Março, 2018 at 9:47
Mais uma demonstração de serviço ´público.
Um bem-haja!
12 Março, 2018 at 10:02
Obrigado por mais uma bela escrita, caro Jmfs
12 Março, 2018 at 10:10
É sempre um prazer ler as crónicas do grande jmfs1947 🙂
12 Março, 2018 at 10:18
Com muita tristeza minha não pude ir ver o jogo.
Mas infelizmente responsabilidades familiares “falaram mais alto”.
Estamos a 2/3 vitorias de carimbar o campeonato não é?
12 Março, 2018 at 10:34
O futebol feminino do clube é uma das partes que me deixa mais orgulhoso do meu clube. O trabalho aí desenvolvido tem sido brilhante. Um pouco como as crónicas do JMFS. 🙂
Não assisti ao jogo do Sporting mas vi um pouco do jogo do Braga – comecei a ver pouco antes do 1-0 e vi até aos 3-0 porque depois fui ao PJR ver o volei.
Nessa parte do jogo, o domínio do Braga foi grande. Poucas vezes o Vilaverdense passou do meio campo. É imprescindível que o campeonato ganhe qualidade e apareçam equipas mais competitivas. Provavelmente a entrada do Benfica limitar-se-à a trazer mais uma equipa a lutar pelo titulo e o resto ficará na mesma. Estou bastante curioso para ver que jogadoras os e-Toupeiras irão buscar ao Sporting e ao Braga – provavelmente não este ano, que duvido que as boas jogadoras queiram ir jogar para a 2ª Divisão, mas no ano seguinte.
Provavelmente a partir do próximo ano teremos umas freiras a fazerem companhia aos padres do costume! As missas prometem…
12 Março, 2018 at 14:03
Miguel, em relação à tua abordagem ao reforço da qualidade das equipas na Liga, recebi esta notícia de um amigo e grande Sportinguista, copiada do “Rascord”:
“O Benfica escolheu o Dia da Mulher para apresentar o projecto de futebol feminino do clube. O clube da Luz vai estrear-se na próxima temporada, onde vai alinhar na segunda divisão. Esta opção foi tomada “por respeito aos clubes que têm honrado o futebol feminino português”, referiu Fernando Tavares.
Segundo o vice-presidente do Benfica, o plantel já está “praticamente fechado” e todas as jogadores são internacionais pelos seus países. “Vamos apostar forte na formação e o plantel terá muitas jogadores sub-19, elas são o futuro e há muita qualidade”, confessou.
Os objectivos estão muito bem delineados e passam por: subir de divisão e ganhar a Taça de Portugal na primeira época; ganhar Supertaça, ser campeão e ganhar a Taça de Portugal; e ser candidato a ganhar a Liga dos Campeões no terceiro ano.
Quer equipa técnica, quer direcção partilham do entusiasmo que este projecto está a levantar e prometem sucesso: “Queremos afirmar-nos no nosso país e tornar o Benfica numa potência a nível europeu”, concluiu o técnico João Marques.
Numa primeira fase a equipa vai estar sediada no Estádio Universitário, com os jogos a realizarem-se no Caixa Futebol Campus.”
A minha primeira reacção à informação recebida, foi de alguma incredulidade quanto ao facto de ser já no Campeonato de Promoção que o slb apostaria forte. Hoje, admito que, para além de pretenderem dar
uma “bicada” no Sporting (o bico está constantemente a partir-se…) particularmente com: ” Esta opção foi tomada “por respeito aos clubes que têm honrado o futebol feminino português”, referiu Fernando Tavares.”, são
bem capazes de apresentar já uma equipa competitiva na primeira participação.
As jogadoras, mesmo com uma época a “treinarem” na divisão inferior, podem ter um forte “incentivo” que nunca será comparável ao que os dirigentes investem noutras modalidades, portanto exequível…
“Cheira-me”, face a outra notícia do referido jornal, que a Cláudia Neto deve ser um dos alvos…
A consumação das promessas estará certamente ao nível daquela que atingiram no futebol masculino, a nível europeu, sem esquecer o número de sócios prometido pelo orelhas…
12 Março, 2018 at 14:14
Esforço-me por não comentar as notícias da incursão desse grupo organizado de corruptos no futebol feminino, mas acabo sempre por o fazer.
A circunstância de continuarem a insistir nessa lengalenga de não querer entrar directamente para a primeira divisão quando já toda a gente atenta sabe que isso seria regulamentarmente impossível no próximo ano e que até tentaram comprar o lugar do Futebol Benfica mostra bem ao que vêm.
Mas já que falei, remato com a minha incredulidade face aos Sportinguistas que esboçam algo menos que profundo asco pela chegada disso ao futebol feminino. Estão mesmo à espera de quê?
12 Março, 2018 at 15:06
A verdade, Hadji, é que o futebol feminino dificilmente evoluirá o necessário, e desejável, em Portugal sem o Benfica e sem o Porto. Pelo menos sem uma delas.
Para isso acontecer, outras equipas teriam de investir ao nível a que investiu o Braga. Se 4 ou 5 equipas investissem a um nível similar, ou quase, seria possível essa evolução sem o Benfica e/ou sem o Porto. Mas isso não vai acontecer pelo que a natural evolução da modalidade em Portugal passará pela entrada dos clubes corruptos, ou pelo menos de um deles – que penso que não levará ainda ao desejável.
Portanto, e na parte que me toca, como amante da modalidade, é difícil a escolha: como está não tem piada – os jogos interessantes em Portugal resumem aos Braga-Sporting, que são 4, 2 do campeonato, 1 da Taça e a Supertaça; a entrada do Benfica trará mais visibilidade, uma natural evolução e mais competitividade, mas arrasta tudo de mau que esse clube tomado por malfeitores trás sempre onde aparece.
Qualquer pessoa bem informada sabe porque razão o Benfica entra pela 2ª Divisão. Só os rabolhos lampiões comem o que os dirigentes trafulhas dessa agremiação dizem. Entram pela 2ª Divisão porque não conseguiram comprar ninguém para entrarem directamente na 1ª e porque não há outra maneira de o fazer.
Acredito que este ano não tirem ninguém relevante nem do Braga, nem do Sporting. Não estou a ver as melhores jogadoras irem jogar para a 2ª Divisão, mesmo que alguma, sendo benfiquista, até gostasse de envergar a camisola da corrupção encarnada. Apostarão em estrangeiras – a maioria brasileiras – e em jogadoras portuguesas que joguem no estrangeiro sem ser nos melhores campeonatos e em boas equipas. Com certeza subirão de divisão facilmente e terão, como querem, uma equipa interessante para disputar a Taça de Portugal. Não saindo ninguém, do Sporting e do Braga, dificilmente terão equipa para ganhar às duas mas acredito que dêem mais lutas que as equipas actuais da Liga Allianz.
No ano seguinte, época 2019/20, é que poderão investir em boas jogadoras e acredito que tentarão a Cláudia Neto. E algumas das jogadoras do Sporting e do Braga, além de outras internacionais portuguesas que jogam lá fora. O treinador que foram buscar é conhecedor e saberá escolher boas jogadoras. Com certeza lutarão pelo campeonato nesse ano.
O Benfica, é a minha convicção, terá uma estrutura muito similar à nossa – o que o Braga não tem e duvido que terá – e apostará também na formação. Provavelmente parte do trabalho feito nestes 3 anos – estes 2 mais o próximo – com as miúdas da formação irá dar frutos no Seixal pois algumas jogadoras devem passar para lá. Faz parte. Se fosse ao contrário também isso aconteceria, se bem que as jogadoras passassem sempre para um clube melhor, e não para pior, ainda que maior.
Acredito que o Sporting esteja a tratar de se precaver destas situações, dentro do que é possível. Do que sei, só a Ana Borges tem um contrato de mais de um ano – tem este e mais 2 anos. O resto devem ter contratos anuais, pelo menos a maioria. Pode ser que agora mudem isso. De qualquer maneira a maioria das atletas são sportinguistas. Lembro-me de que quando foram anunciadas, a maioria disse que ia jogar no clube do coração. Tenho fé que não saiam por 100 ou 200 euros – que no futebol feminino já é, muitas vezes, dinheiro! Mas teremos de aguardar.
De uma coisa eu estou certo: haverá uma mudança significativa em termos de arbitragem. A isenção que se tem assistido, quase a 100%, acabará… As freiras entrarão em campo com os padres e muita missa será rezada.
12 Março, 2018 at 16:34
Estou como tu. Esta entrada do carnide no futebol feminino não augura nada de bom.
12 Março, 2018 at 15:15
JMFS, o que eles dizem não se escreve. Ou só se escreve para dar entulho aos pasquins…
Farão uma boa equipa, que garanta a subida de divisão e que possa dar luta ao Braga e ao Sporting mas não acredito que tenham uma equipa ao nível destas duas. Provavelmente farão um misto de boas jogadoras com experiência, brasileiras, com jogadoras portuguesas novas e internacionais nas camadas jovens (sub17 e sub19). Chegará para subirem e para fazerem um bom percurso na Taça de Portugal mas duvido que formem uma equipa que dê para ganhar a Taça de Portugal como disseram.
A informação que eu tenho é que a equipa do Braga do ano passado custava mais que a nossa. Este ano não sei pois fomos buscar várias jogadoras lá fora e o Braga deixou sair algumas estrangeiras. É capaz de estar mais equilibrado.
Se o plantel está “praticamente” formado, e não dizem quem contrataram, é muito possível que muitas venham de equipas de cá e que, por isso, não convém ainda anunciar.
12 Março, 2018 at 10:38
As miúdas não falham.
Para os “especialistas” na matéria, que tipo de investimento podemos fazer para chegar um pouco mais longe na Europa para o ano?
12 Março, 2018 at 13:29
Amigo, não sendo um especialista, respondo-lhe como interessado que, isso sim, sou e muito.
Tenho constatado que o nosso índice de aproveitamento nas bolas paradas, é muito fraco. Reparo que as equipas adversárias, mesmo que bem inferiores tecnicamente à nossa, excepção feita ao Braga, têm apresentado centrais de boa compleição física. Não me recordo de um cabeceamento certeiro da nossa parte, na sequência de cantos e livres. Na inversa, o golo do Braga, no jogo da primeira volta, foi obtido de cabeça pela Janaina, central das arsenalistas.
A excepção a esta “seca” têm sido os livres directos da Carole, dois, se a memória não me trai.
Gostava de ver um “pinheiro” no ataque e, nesse particular, as nórdicas pontificam.
E, sem hesitação, desde que a bolsa do Clube permita, ia buscar a Jéssica Silva. A Cláudia Leite, uma enorme praticante, não deve estar ao alcance
do nosso orçamento e pode ser alvo da cobiça de outras cores…
Abraço
12 Março, 2018 at 13:31
Caro especialista interessado, sendo assim venha de lá uma ou duas nórdicas e depois é só “metê-la lá dentro”.
Com o devido respeito.
12 Março, 2018 at 13:40
Gosto do “especialista interessado”…
Quanto à frase derradeira… não há que ter contemplações… quando se trata de a meter (à bola) lá dentro…
12 Março, 2018 at 14:21
Também sou da opinião de que o nosso futebol ofensivo precisa, por vezes, de uma “âncora”. As movimentações da Diana, Capeta e Ana Borges seriam, no meu entender, melhor complementadas com uma presença física mais forte na área. E, para a europa, será sempre de prever a necessidade de “chuveirinho”.
De resto, eu reforçaria o plantel com alguém para o meio campo defensivo e alguém para ponta-de-lança de qualidade inqustionável, que fizessem subir realmente um nível. Havendo possibilidades, seria mais uma boa (e grande) central ou uma rapidissima extremo-esquerdo.
12 Março, 2018 at 15:38
🙂
Não partilho a mesma ideia do amigo JMFS.
Para mim a aposta no ataque era trocar a Ana Leite e a Venegas pela Jéssica Silva. Penso que os ordenados das 2 chegavam para o ordenado da Jéssica. No ataque não mexia mais.
Estamos bem com a Ana Borges, a Diana, a Solange, a Capeta, a Constança e a Barbara, mais a Jéssica que chegaria. Penso que não precisamos do tal pinheiro no ataque mas sim da velocidade que a Jéssica, a Borges e a Diana dão, mais a precisão da Solange e o instinto matador da Capeta. As jovens Barbara e Constança também são muito promissoras.
A minha aposta seria numa central e numa trinco, altas e fortes fisicamente – que seriam os pinheiros nas bolas paradas – pois o que falta a esta equipa é altura e poder de choque. Isso é notório sempre que jogamos com o Braga e foi notório na fase de grupos da WCL, onde perdemos um jogo exactamente por perdermos constantemente nos duelos físicos e em altura – em futebol jogado não fomos nada inferiores.
Portanto, eu investiria nessa central, em troca com a Mariana, que não me parece melhor nem que a Figueiras – viram a reportagem com a mãe dela na Sporting TV? – nem que a Bruna. Com certeza por essa Europa do norte haverá uma jovem alta e forte com potencial, que possa vir para cá.
Igualmente, apostaria numa trinco estrangeira também. Prescindia da Baldwin – que é interessante mas nada de especial e é muito pequena para o que a posição requer – e procuraria alguém que fizesse realmente a diferença. Também sou favorável ao empréstimo da Joana Martins e da Neuza Bezugo pois são duas jovens de qualidade mas que precisam jogar com regularidade.
E não mexia mais no plantel!
Com estas mudanças teríamos um 11 melhor e um plantel muito similar ao deste ano. Acredito que faríamos uma WCL interessante – passando o grupo e talvez mais uma eliminatória, pelo menos – e lutaríamos pelos troféus internos com mais à vontade, mantendo o orçamento muito similar ao deste ano – ligeiramente acima pelas 2 estrangeiras, ainda que uma viesse para o lugar da Baldwin e outra para o da Mariana.
12 Março, 2018 at 10:42
Eduardo, dos 5 jogos que faltam, precisamos de ganhar 3 e empatar 1.
Temos 4 jogos em casa, por esta ordem:
Cadima, Futebol Benfica, Valadares e A-Dos-Francos (esperando-se que este, o último do campeonato, seja em Alvalade) e somente 1 fora: Estoril. Aparentemente o mais difícil.
P.S. – Obrigado ao Nuno, Bruno e Ricardo pela bondade demonstrada.
Responder individualmente seria mais correcto e aumentava o número de comentários, mas lá ia outra face da correção ao ar…
12 Março, 2018 at 10:45
“P.S.” extensível ao Miguel que só agora vi.
12 Março, 2018 at 11:09
Apenas dez comentários… nem com o empate do futsal a coisa se deu.
O Chef podia lançar um post para discutir o estado da arte das “modalidades”. Expectativas e tal… podia até acontecer não haver alusões ao futebol.
12 Março, 2018 at 11:11
Mais uma bela crónica.
Dos jogos que faltam, preocupa me a visita à Amoreira. Mesmo perdendo esse jogo, o título está ali à mão. Não acredito que percamos. Confiança total na nossa equipa, respeito total pelas outras e o bicampeonato será realidade em breve.
12 Março, 2018 at 15:42
Não vamos perder!
Podemos até ter dificuldade em ganhar mas vamos ganhar! 🙂
Limpamos tudo até ao fim e vamos terminar o campeonato só com vitórias, excepto o jogo com o Braga em casa.
12 Março, 2018 at 11:23
Para além da alegria natural das vitórias das “nossas” meninas…
Também fiquei satisfeito com a vitória da equipa de A dos Francos…aqui minhas vizinhas…
Força Leoas…!!
SL
12 Março, 2018 at 12:03
A conta do jantar preparado pelo chef vai ser puxadinha. Excelente crónica do nosso futebol feminino. Parabéns!
12 Março, 2018 at 13:02
Obrigado pelas info, já o disse e vou repetir, estas equipas do futfem estão no meu top e as tuas crónicas também
SL
12 Março, 2018 at 13:18
O Sporting vai fazer uma captação de novas jogadoras no Colégio São João de Brito dentro de dias, não sei se o caro JMFS 1947, sabe alguma coisa desta ação.
12 Março, 2018 at 14:50
Desconheço totalmente, Chico Faria.
Em que sustenta a sua afirmação?
12 Março, 2018 at 15:51
Li algures essa informação, penso que foi no site do clube, mas não tenho a certeza.
12 Março, 2018 at 15:54
https://www.facebook.com/SportingCPFutebolFeminino/
12 Março, 2018 at 21:31
Caro Miguel, obrigado, dia 25 de Março às 15 h, vou ver se levo a minha afilhada
12 Março, 2018 at 14:06
Saúdo-o e agradeço a crónica, jmfs.
Desta vez não consegui melhor que ir acompanhando pelo twitter, mas as transmissões que vão aparecendo, mesmo por iniciativa de clubes amadores, são de saudar. Se houvesse em Portugal uma estação pública de televisão…
O jogo não aparenta ter tido muita história, a menos de ter sido mais um passo seguro em rumo ao título.
Já foi abordado neste espaço, mas acho pertinente voltar à questão do boletim clínico. Temos várias jogadoras fora por lesão e seria interessante, na óptica do adepto, perceber se as vamos ter para a recta final. É o caso da Marchão e da Solange. Também fiquei curioso por saber se a ausência de meses da Venegas se deveu a lesão ou opção/compromissos no seu país. Parece-me que, sem ter deslumbrado, cumpriu nas poucas vezes que foi chamada.
As declarações do nosso treinador surpreenderam-me. Ter jogadoras na selecção como objectivo? Bom, só pela realização pessoal que lhes possa transmitir e, eventualmente, para ganhar ritmo em jogos internacionais, no entanto acho que não se justifica. A nossa selecção é o Sporting e mandar jogadoras para a selecção dessa organização corrupta, para jogarem fora de posição sob as orientações ébrias de um afilhado prepotente, só mesmo por obrigação.
12 Março, 2018 at 14:47
Amigo Hadji, ainda ontem no decorrer da transmissão, um Sportinguista de que já falei aqui e pessoa muito interessada na modalidade, chamava a atenção para a falta de informação quanto às jogadoras com impedimentos físicos.
“Humberto Fernandes · Há que fazer força junto do SCP, para que emitam boletins clínicos nos principais impedimentos: a Joana Marchão está fora há semanas!”
E esta foi a informação do Sporting Apoio, hoje dada quando perguntei sobre a lesão da Bárbara Marques:
“Bom dia, ela saiu com gelo no tornozelo. Deve ser avaliada hoje.”
Ontem, no vídeo que referi àcerca da chegada das jogadoras ao campo,
pareceu-me ver a Joana Marchão. Nada sabemos dela, que lesão teve a Ana Borges, a Venegas, como o amigo refere…
A Solange vai dando conta da sua recuperação, bem como a Constança Silva, mas do Clube não tenho conhecimento de nada, embora aqui não possa ser taxativo porque concentro também a minha atenção no Fox Crime e Fox Movies…
12 Março, 2018 at 16:28
Bem gerido Campeãs.
12 Março, 2018 at 22:16
Carla Couto, a futebolista portuguesa mais internacional de sempre, em entrevista (retirado do Portal do Futebol Feminino).
https://www.mixcloud.com/MadreMedia/nas-orelhas-da-bola-10-o-futebol-tem-género/
13 Março, 2018 at 0:43
Tinha ouvido dez minutos apenas quando coloquei aqui o link.
Vale a pena. A experiência na China tem contornos muito
curiosos. Aconselho.