O Sporting parece ter acordado no meio do pesadelo que mais temia. Aquela convicção e o frio na barriga quando afirmávamos que quando o primeiro lugar estivesse muito perto, rapidamente o velho e corrompido sistema nos viria atirar para baixo, parecem estar mais certos que nunca. Tive esperança que não, confesso. Tive esperança que as mudanças que propúnhamos, onde até reunimos velhos rivais do futebol, fizessem de nós uma espécie de farol imaculado, que não merecia ser prejudicado como foi.

Já o escrevi aqui quando falámos da questão do Nacional, que parecia muito mais do que um simples engano ou inocente erro, mas não lhe conseguimos dar nome. Isso é, sem dúvida o mais revoltante. Não sabemos quem o conspirou, que nomes, o porquê nem o que estava em jogo. Sabemos que alguém, de nome e cara desconhecidos, deu a entender aquele árbitro que o Sporting era alvo a abater.

Temos de deixar de parte a nossa mágoa, para já. O primeiro lugar, com que sonhámos durante grande parte da época, está agora mais longe e mais complicado. Em campo, teremos de voltar a ser os leões que de raiva ganhavam a quem lhes passasse pela frente. Ver a reacção dos nossos jogadores, nas redes sociais e logo depois do jogo terminar, é a última prova que precisávamos para ter a certeza que em campo estão adeptos, que sentem a camisola como qualquer um de nós se pudesse. Jogadores estrangeiros, que descobriram o que era o Sporting depois dos seus 20 anos, mostrarem como Rojo, Maurício ou Jefferson que vivem o nosso grande amor, será ao que nos temos de agarrar a partir daqui. Adrien, um futuro capitão, foi voz da revolta que passava no balneário e que o nosso mister não ia extravasar, porque não o sabe fazer.

Para já, restam oito batalhas, que nos garantam que para o ano disputamos a principal competição de clubes do Mundo e que conseguimos equilibrar as contas para manter as pérolas do plantel. William, Adrien, Cédric, Mané, Rojo (agora que começou a ser um patrão) ou Montero não podem ir a lado nenhum e, com algumas integrações e contratações, vamos assumir a luta pelo título para a próxima temporada sem problemas. Aí seremos mais competitivos, teremos mais calo e a estrutura terá a fama de exigência que se pretende. Porque o ganhar a todo o custo, sem consequências nem ética, não faz parte do ADN de nenhum sportinguista, vamos ganhar títulos. É uma questão de tempo, mas vamos vencê-los em campo!

Aliviando agora um pouco o tom, para falar de bola que rola, que senhor patrão está feito o nosso João Mário. Aparece na ala, distribui jogo, é maestro e finalizador. Gostei muito de o ver jogar nos últimos jogos e o facto de aproveitar o jogo com o Sporting para mostrar qualidade não deve ser visto como algo negativo. Antes pelo contrário, prova que quer jogar no clube e que brilha para Leonardo Jardim lhe dar a oportunidade que cada vez mais reclama. A falta de intensidade que tantas vezes lhe foi apontada ou a displicência a defender são hoje piadas de mau gosto para o nosso polivalente médio, que poderá funcionar a médio de transição ou mais criativo (Adrien e André).
Penso que, para já, estão certas as integrações de João Mário, Rúben Semedo e Esgaio na próxima temporada, este último até porque Piris e Welder não deverão ficar, e o Esgaio pode vir a ser muito melhor em qualquer posição que bem lhe apeteça no campo.
O que lhes parece amigos leões?

TU VAIS VENCER, PODES CRER, PORQUE A NOSSA FORÇA É BRUTAL!

179302_galeria_arouca_v_sporting_j16_liga_zon_sagres_2013_14

 

Texto escrito por Maria Ribeiro