«Até ao dia de hoje, e desde que me entendo como gente, fui construindo um conjunto de valores pelos quais procuro reger a minha vida e dos quais procuro não me desviar. Desde muito cedo criei e cultivei o valor das convicções. E sempre soube valorizá-las, tanto em mim como nas outras pessoas. E, para mim, não há maior virtude do que a coerência. Pensar, falar e agir de forma coerente sempre foi algo que me seduziu…»
Os ingleses chamam a isto qualquer coisa como Put Your Money Where Your Mouth Is

Isto tudo vem a propósito de completar amanhã um ano (sim, o tempo passa, meus caros…) desde que o Sporting voltou para as mãos dos Sportinguistas! Faz amanhã, dia 27 de Março, um ano que Bruno de Carvalho tomou posse como presidente do Sporting Clube de Portugal. Clube eclético e centenário, recheado de História e histórias para contar, feitos e lendas intemporais. Um Sporting que teimava em permanecer refém das circunstâncias e das suas próprias debilidades e lamúrias, porque não dizê-lo. Um Sporting contra-natura, apático, anémico e sedento, bem lá no fundo, de recuperar o seu espaço, do qual abdicou, em parte, por culpa própria e de outros. Um Sporting sem exigência máxima e que não fazia o que podia e devia para ser aquilo que o seu fundador augurara aquando da sua criação: Ser tão grande como os maiores da Europa!

Na sua primeira vitória eleitoral, em Março de 2011, Bruno de Carvalho prometera muito mas não cumpriu! E não cumpriu pela simples razão que… não podia! Tiraram-lhe esse direito juntamente com um saco de votos desaparecidos, que voou debaixo dos radares e que nunca mais apareceu. Provavelmente nesta altura estará numa qualquer 5ª dimensão, universo paralelo ou triângulo das Bermudas da consciência (sim, sou um optimista) daqueles que o fizeram desaparecer.

Lembro-me como se fosse hoje, ver um presidente “encomendado e empossado” às pressas, acossado e rejeitado pelos seus (?) no meio duma madrugada turbulenta que nunca mais esquecerei como sendo o dia mais negro da História deste enorme Clube. Acordado até às 7 da manhã dum dia tenebroso, fui para a cama com a sensação de desconsolo e revolta. Senti-me traído por aqueles que ajudaram a trilhar aquele caminho que para mim era incompreensível… Estava convencido que vinha aí a devastação do Clube. Sarah Connor, no Terminator II – Judgement Day, quando adormeceu e sonhou com um mundo dizimado e em cinzas nem chegava lá perto daquilo que senti nesse dia. E pouco faltou para acontecer, Sarah…

Chegamos ao título que vos apresento mais acima. A diferença entre a palavra e a acção, e da palavra sem acção! Sem querer aprofundar o que foram aqueles dois anos “horribilis”, lembro aqui uma frase com a qual quiseram iludir-nos. “O Sporting está de volta”, vociferavam eles. Nunca acreditei, soava-me a nada… e em nada se transformou. Na realidade não se transformou em nada, transformou-se no avolumar dum buraco cada vez mais fundo onde se apressavam para colocar o Clube e do qual seria muito, muito difícil, sair. Não me vou alongar sobre este período negro… Vocês e muitos dos que defenderam esta “opção” sabem qual foi a minha posição. Basta relembrar com uma ida ao Cacifo no dia 1 de Maio de 2011, data do meu primeiro post, para perceberem que entrei logo em mode “fight & resist”. “O Sporting está de volta”… nunca estas palavras foram ditas de forma tão leve, sem conteúdo, sem peso, sem consistência, sem sustentabilidade, sem… SPORTINGUISMO! Lá está… a insustentável leveza da mentira feita em palavra. Para quem quis acreditar nela…

Dois anos volvidos, a 24 de Março de 2013 os Sportinguistas emendam a mão e elegem um Sportinguista praticamente desconhecido das grandes massas mas que sempre deu provas do seu pujante Sportinguismo e do seu envolvimento com o Clube, desde tenra idade. E foi isso que me fascinou nesta personagem. Nesse dia, sem máquinas publicitárias ou propagandistas nem slogans preconcebidos, nasceu de forma simples a MENSAGEM que deve ressoar nas mentes de todo e qualquer Sportinguista digno desse nome. Uma frase simples, que nasceu no meio dos Sportinguistas que festejaram aquela vitória e que simbolizava aquilo que tem sido, na prática, um ano de mandato desta direcção: “O SPORTING É NOSSO OUTRA VEZ”. E só alguém mal-intencionado ou desonesto intelectualmente poderá refutar a veracidade desta frase e da sua implementação no terreno. Passado um ano desde que tomou posse, a 27 de Março de 2013, ninguém se atreve a desmentir que aquilo que tem vindo a ser feito não tenha a devida “sustentável densidade da acção” implementada por esta direcção de indefectíveis Sportinguistas. Hoje vejo o Sporting renovado, revigorado e pronto para a luta pelo seu devido lugar, conquistado ao longo de quase 108 anos. E hoje, acredito tanto nisso, que sou mais um a exibir orgulhosamente o meu cartão de sócio!

Porque o caracter se alicerça nas convicções, hoje partilho a sustentabilidade das palavras de quem nos dirige com a densidade das suas acções! Teremos muito para melhorar? Sem dúvida! Mas hoje estamos mais perto de lá chegar pois o discurso não é vazio e a mensagem passa da palavra à acção!
Por isso, passado um ano, quero dizer OBRIGADO a Bruno de Carvalho e restante direcção por resgatarem o meu AMOR! Por me fazerem acreditar que com trabalho e exigência este Sporting poderia ser muito mais e melhor do que aquele que nos apresentavam como “inevitável”. OBRIGADO, BRUNO, porque tu sim, tens feito aquilo que dizias que farias! E muito mais farás! Lembrem-se: “Put Your Money Where Your Mouth Is”…

O Sporting nunca esteve de volta porque ele nunca saiu “daqui”, quiseram escondê-lo, isso sim! Mas é nosso… O SPORTING É NOSSO, sempre foi e sempre será… e é preciso cuidar dele! Por isso, a todos aqueles que ainda não tomaram a decisão, peço que lá no fundo e dentro das vossas possibilidades, ponderem a hipótese de se tornarem sócios. Hoje como nunca é mais “fácil” fazer parte da família… E a família, como os amigos, são para as ocasiões. Eu tomei esse passo em 1 de Fevereiro e espero nunca falhar ao meu AMOR. Não que o ser adepto me fizesse sentir menos Leão. Nada disso! Hoje vejo a falta que fiz ao meu Clube… e quero retribuir. Com tudo o que me for possível. Porque sei que ele me dá muito mais do que ele me “pede”.

E porque o estado d’alma também se canta: (clica)
Um abraço LEONINO!!!

Texto escrito por Ricardo Sampaio

 

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]