“Estão a ver quando o super herói quase que sucumbe às mãos do vilão e mesmo no fim do filme ergue-se e inventa uma reviravolta ao ponto de nos tirar aquele meio litro de ar residual nos pulmões? Aquele “Ufa” de suspiro ao mesmo tempo que se forma um sorriso? Foi exactamente o que se passou no nosso quinto jogo da EHF Cup.

Recebemos o Skjern da Dinamarca e ganhámos por 30-28. Parece que dizer isto é o mesmo que dizer que controlámos os 60 minutos de andebol mas a verdade é que estivemos a perder por 8 na primeira parte. Pode se falar de algum desacerto ou nervosismo da nossa parte mas também pode ser a essência do desporto em si. Quando os visitantes embalaram parecia que já não os iríamos apanhar. Ainda conseguimos chegar ao intervalo com “apenas” uma desvantagem de meia dúzia de golos (16-10). As aspas do “apenas” meteriam medo se ainda estivéssemos no intervalo desse mesmo jogo onde a derrota pairava no ambiente do pavilhão, mas ligou-se um Beast Mode na 2ª parte e quando tomámos as rédeas do marcador, a 12 minutos do fim, não mais as largámos. Aqui sim já podemos dizer que gerimos o resultado.

Somos grandes (clica)

Temos os melhores (clica)

Ora o belo do sportinguista provou mais uma vez que os jogos se vivem até aos últimos momentos. Talvez porque já quando tivemos a bola nos pés o nosso querido Slimani nos ensinou que tudo é possível até ao fim. Em toda a santa modalidade já estamos preparados. Pessoalmente quando no futsal o Sporting joga com 5 jogadores de campo desligo do resto do planeta para olhar para a TV. Por vezes os golos parecem pãezinhos a sair.

Voltando para o desporto dos 7 metros, aéreos e roscas, tão feliz como nós, esteve o nosso presidente nas bancadas também para festejar esse passo certo nos quartos de final da Taça EHF. Somos os mais eclécticos e uma das grandes provas disso também dá a cara sempre que pode. Um tal de Bruno de Carvalho que alguns reis vão ter de aprender a gostar.
Segue-se uma viagem a França. Temos uns assuntos a vingar com o Montpellier…

Já na última quarta feira recebemos o grande rival Benfica em Mafra. Imperativo ganhar mas também uma tarefa complicada como previu o nosso pivot João Antunes. “Eles defendem num 6 x 0 muito fechado, por isso temos de defender muito bem e jogar em contra-ataque, da forma mais rápida que conseguirmos. Se actuarmos dessa forma, será possível vencermos”. Palavras certas antes de um jogo com uma rivalidade há muito semeada.

O resultado não nos agradou mas não deixa de ser positivo. 60 golos num jogo equilibrado e emotivo. Os 30-30 no marcador fizeram o preço do bilhete parecer super barato para quem viu o embate nas bancadas. Claro que queríamos mais, nesta fase do campeonato a competição aumenta e perder pontos não interessa a ninguém, principalmente porque o Porto está a ganhar vantagem. Mas esta competição é para todos e se no fim a festa for verde não vai ser surpresa nenhuma para ninguém que jogue contra o Sporting.

A ambição dos nossos jogadores é infinita como se viu no jogo contra o Skjern e o lema cá do nosso Cherba faz todo o sentido quando tatua no nosso pensamento que um leão só baixa a cabeça para beijar o símbolo que traz na camisola. Porra, somos gigantes! E falaremos disso todos os dias…

Texto escrito por Verde, logo Existo! (As Redes do Damas)

*às sextas, a bola encolhe. E passa do pé para a mão e do relvado para o pavilhão, dando ao nosso Andebol o destaque que ele merece.