Fico contente ao ver que foram (estão a ser?) repensados alguns pormenores que envolvem a Missão Pavilhão. E estou curioso para saber se, daqui a pouco, quando comprar o jornal Sporting, vou ter mais informação (onde vai ser construído, quando se perspectiva que esteja pronto, qual é o projecto, etc) sobre este que é um sonho de todos nós e para o qual vou, obviamente, contribuir.

Agora, no meio da alegria que é sentir que estamos a dar um passo incontornável rumo a uma das vertentes mais importantes da nossa história, o ecletismo, não posso deixar de manifestar o meu profundo desagrado face a uma medida que, a meu ver, promove algo que me incomoda: as desigualdades sociais.
Acho muito bem que quem paga 50 euros tenha direito a uma camisola e a dinheiro para quotas. Mas não concordo, minimamente, com a ideia de que existe um preço para ter o nome inscrito num mural. Os 50 euros que muitos vão dar (conheço quem diga que vai dar 250), são bem mais simples de desembolsar que os 10 euros com que vários vão contribuir. Mais, há muito boa gente que vai depositar 50 euros, só para ter o nome no mural. Depois, não veste a camisola que ganha, esquece-se do prazo para entregar o dinheiro em quotas e talvez vá à inauguração do pavilhão, só para poder fotografar o seu nome no mural e colocar no facebook. Por outro lado, há quem vá dar 10 euros e compre, anualmente, a gamebox, vá a todos os jogos em casa com a sua verde e branca vestida, vá ver jogos das modalidades e passe a ser presença assídua no novo pavilhão.

Eu entendo que subjacente à Missão Pavilhão esteja uma fortíssima vontade (e necessidade) de aumentar o número de sócios, mas creio, sinceramente, que havia melhores formas de premiar as bolsas leoninas mais desafogadas (um convite duplo para o jogo de inauguração do pavilhão, por exemplo). Olho para isto e, basicamente, imagino uma Tasca Solidária (na primeira tivemos pessoal a contribuir com valores entre o 1 euro e os 90 euros) em que eu vos dizia que só quem dá acima de 30 euros é que tem o nome no póster final. Isso faz sentido? Para mim, não. Até porque, no dia-a-dia, estou cansado de ver exemplos que promovem uma pirâmide social assente em desigualdades de poder de compra. Estar a sentir que isso se transpõe para uma acção que tinha tudo para ser agregadora, deixa-me incomodado.