Vitória por diferença escassa para tão grande diferença entre as duas equipas e para tantas oportunidade de golo criadas. Ainda assim, três pontos importantíssimos que deixam os Leões mais próximo do pódio

phellype

Este Sporting vs Moreirense arrancava com duas notas incontornáveis: as declarações de Silas, dizendo que no plantel do Sporting apenas existe um intocável (Bruno Fernandes), e as enormes clareiras nas bancadas de Alvalade, numa partida às 17h30 e com a presença de vários núcleos.

Ora, este que vos escreve duvida que a actual direcção do Sporting consiga ler os sinais de tão grande afastamento por parte dos adeptos, mas diz-vos que houve quem percebesse aquele recado do treinador, como que pedindo mais individualidades a não ter medo de assumir quando o colectivo emperra. Mathieu, obvimente, foi um dos que não hesitou em dar resposta e agarrou o prémio de homem do jogo normalmente atribuído ao intocável que, diga-se em abono da verdade, fez um jogo fraquíssimo em praticamente todos os capítulos.

Além de comandar a defesa, da qual Neto sairia lesionado, o francês fez a assistência para o golaço de Luiz Phellype e ainda levantou os 26 mil presentes com um livre directo que embateu no poste.

E já que falamos de remates, consta que o Sporting bateu o recorde de remates numa só partida da Liga NOS 2019/20. Foram 28 remates, 9 à baliza, 10 fora do alvo e 9 bloqueados. Um deles, por Bolasie, depois de uma abertura fantástica de Mathieu (ora…) e cruzamento a preceito de Borja, acabou dentro da baliza, mas o VAR viu que o colombiano estava um centímetro adiantado antes de cruzar e anulou (14′).

Teria sido o mote para uma partida bem mais calma, onde o domínio era avassalador, mas esbarrava ou em fantasmas (e que bem esteve Max, aos 22′, saindo para matar a única vez em que o Moreirense quis ser assombração) ou na falta de classe de quem rematava. Jesé e Luíz Phellype foram exemplos, apanhando-se na cara do redes e rematando sempre para o seu raio de acção.

Coates, que tinha entrado aquando da lesão de Neto, também foi lá à frente tentar um golão de cabeça (57′), mas seria um homem vindo do banco a resolver. Luiz Phellype foi aposta acertada de Silas, que prescindiu de um esforçado Jesé, e demorou seis minutos a responder ao voto de confiança: cruzamento de Mathieu e o camisola 29 a mandar uma cabeçada que o redes nem com asas conseguiria parar e que, garantidamente, ficará entre as melhores cabeçadas do campeonato («I told you homeboy u can’t touch this»)

Ficha de jogo
Sporting-Moreirense, 1-0
13.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa
Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)

Sporting: Luís Maximiano; Ristovski, Luís Neto (Coates, 27′), Mathieu, Borja; Doumbia, Wendel; Bruno Fernandes; Vietto (Rafael Camacho, 79′), Bolasie e Jesé Rodríguez (Luiz Phellype, 65′)
Suplentes não utilizados: Renan Ribeiro, Rosier, Battaglia e Eduardo
Treinador: Jorge Silas

Moreirense: Mateus Pasinato; João Aurélio, Iago, Steven Vitória, Abdu Conté; Fábio Pacheco, Filipe Soares (Alex Soares, 70′); Luther Singh, Pedro Nuno, Luís Machado (Bilel, 84′) e Fábio Abreu (Nenê, 86′)
Suplentes não utilizados: Trigueira, Halliche, D’Alberto e Mané
Treinador: Vítor Campelos

Golo: Luiz Phellype (70′)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Vietto (36′), Steven Vitória (39′), Mathieu (45+5′), Borja (54′), Iago Santos (56′ e 74′) e Pedro Nuno (90+2′); cartão vermelho por acumulação a Iago Santos (74′)