Isto da palmadinha nas costas a dizer “Quase” e “Para o ano é que é!”, não me provoca nenhum friozinho na barriga. Pensar que depois de todas as semanas em que foi enaltecido o nosso tão gigante andebol. chegámos ao fim com um sabor amargo mas com a certeza que este jogadores apenas baixaram a cabeça para beijar o símbolo que trazem ao peito.

Um dos pontos que me faz dormir que nem um bebé, é que não perdemos nada. O campeonato foi para o Porto pela hexaésima vez porque têm vindo a demonstrar altos níveis de qualidade, ainda mais premiada com a chegada à Champions esta época, o que logo aí passou a pressão da “tocha olímpica” para os lados deles. Claro que não digo que nunca nos poderíamos bater cara-a-cara por serem excessivamente superiores e isso viu-se até ao fim do campeonato e nos dois troféus que conquistámos.

Agora o que fazer à moral e à pressão? Para já, pressão não temos nenhuma e o espírito de grupo mantém-se. Também a moral só tende a ser fermentada à medida que os jogos passam porque vendo bem o que fizemos na EHF e, já depois de termos limpo 2 taças, o nível manteve-se e até cresceu de jogo para jogo. Falarmos que perdemos porque houve um jogo menos bom aqui ou ali, em dada altura da competição, é relativo porque em muitos, que seria certa uma não-vitória há uns anos. O Sporting superou muitos adversários mas sobretudo superou-se a si próprio.

É por termos a moral a rebentar pelas costuras e a pressão em níveis razoáveis que vejo com bons olhos a próxima época. Dá-me para comparar com um campeonato da Europa de futebol em 1992 em que a Dinamarca (Avé Schmeichel) que estava fora pontualmente foi chamada a substituir a Jugoslávia e os jogadores que se preparavam para queimar a virilha numa qualquer praia sulista, entraram sem preparação física, fizeram uma fase de de grupos a roçar o razoável e no fim foram reis do mais velho continente do mundo. Não acontece sempre, mas aí a pressão era inexistente e a moral foi crescendo à medida que o tempo passava.

O Porto tem o 6º campeonato consecutivo, agora que aguente. O Sporting em nada foi inferior e daqui a uns meses começamos uma fase em que já toda a gente se conhece. Já se diz que no norte o Wilson Davyes e o Gilberto vão pregar a outras freguesias e no Sporting também deve também existir um ataque forte a algumas peças fundamentais que se tenham destacado ao longo do último ano. É aqui que acreditamos na estrutura e não nos interessará que os adversários fiquem mais fracos porque para o ano… vai ser a partir tudo!

Deixo novamente um grande obrigado ao capitão Ricardo Dias que no fim rematou “Joguei no clube que sempre quis”, um Welcome Back ao Bosko que nos fará mais fortes (defensivamente) para a próxima época. Um “Boa Sorte” aos 5 leões que integram o estágio da Selecção Nacional – Candeias, Solha, Portela, Bruno Moreira e Fábio Magalhães – e um Óscar de Leão a todos os que aderiram (e ainda vão aderir) ao Missão Pavilhão.

Embora soubesse que a única hipótese que nos interessava na última jornada seria o Benfica não ir ao Porto (mais uma vez) para os ver festejar acreditei até ao fim nos nossos jogadores e staff e considero-os, apesar de tudo, campeões!

A finalizar… Andebol é altamente! Praia é genial! Se pensas que já viste tudo sintoniza agora as EBT Finals 2014 na Grécia! Os campeões portugueses Raccoons D’Areia já por lá andam a espalhar magia por isso é hora de beber uns canecos e apreciar piruetas. Dados os compromissos profissionais Rui Silva e Pedro Portela não os podem acompanhar porém, têm por lá a alma e quem aprecia andebol não deixará certamente escapar um bom espectáculo na areia, com umas boas imperiais na bancada e umas divas em biquini a espalhar charme enquanto o andebol estiver a descansar.
Só coisas boas, portanto!

Texto escrito por Verde, logo Existo! (As Redes do Damas)

*às sextas, a bola encolhe. E passa do pé para a mão e do relvado para o pavilhão, dando ao nosso Andebol o destaque que ele merece.