“O Sporting segue escrupulosamente o protocolo acordado pela Liga, que por sua vez foi feito com a DGS, e o Sporting vai mais além e faz testes diários de controlo antigénio. Pela primeira vez, desde agosto, que os resultados não bateram certo com os testes PCR. Recebemos a notificação e os jogadores [Nuno Mendes e Sporar] ficaram privados de serem utilizados com o Rio Ave. Os jogadores fizeram mais dois testes, mais dois de antigénios e deram sempre negativos. Eu sou médico e posso afirmar que os jogadores não têm Covid. Entrámos em contacto com o laboratório Unilabs, foi enviada toda a documentação e o próprio diretor clínico afirmou que se tratavam de falsos positivos, mostrando-se disponível para enviar a documentação. Numa amostra de 30 testes, o Sporting teve dois positivos. É muito azar mas aceitamos isso, acontece. Quando falámos com o diretor clínico do laboratório, a possibilidade de 1% quer dizer que em cada 100 testes existe, pelo menos, um falso positivo. Consequência disso, frente ao Rio Ave, fomos privados de usar os dois jogadores”, começou por dizer.

“Para espanto meu, no dia seguinte de manhã, já com a informação de todos os testes documentados, com o email do diretor clínico onde afirma que os jogadores tiveram dois testes falsos, remetemos toda a documentação e a Autoridade Regional de Saúde [ARS] autorizou a utilização dos jogadores. Com o número de casos a aumentar, é normal que hajam mais falsos positivos. Mas, dentro de muitos azares, existem coisas estranhas também. A delegada da ARS quando vai para liberar os jogadores do SINAVE deteta que o Nuno Mendes nem sequer esteve inserido no SINAVE. Por isso, nunca houve razão nenhuma para Nuno Mendes não ter sido convocado para o jogo com o Rio Ave, ao contrário de Sporar que tinha sido registado”, pormenorizou.

“A ARS assumiu que o caso foi muito estranho mas aconteceu. Temos provas documentais de que isto aconteceu, de que Nuno Mendes não estava inserido no SINAVE. Posto isto, a ARS liberta o Sporar e temos a notificação de que os jogadores podem treinar e jogar. Acontece que, a partir de hoje [terça-feira] de manhã, o documento que era necessário, onde o laboratório afirmava que falsos positivos, já não chegava para a DGS. Queriam que o laboratório emitisse um documento onde tivesse escrito que tinha havia um erro. A DGS enviou então um email a pedir para mudar o conteúdo, a palavra, de falso positivo para erro. Até agora a resposta não chegou. O jogo já decorreu”, explicou, a propósito do motivo que levou à ausência dos dois jogadores no clássico.

“Há só um pormenor que eu não tolero nem admito. Podem dizer que o Sporting joga mal ou que joga pouco mas há uma coisa que não admito: porem em causa a honestidade do corpo clínico e dos médicos que trabalham no Sporting. Vamos fazer uma queixa na Ordem dos Médicos do diretor clínico da Unilabs que, infelizmente, li que disse que não havia problema nenhum e que nem sequer tinha sido contactado. Pena que temos um email às 17 horas de hoje desse mesmo senhor. Volto a dizer, eu não negoceio valores, sejam presidentes, colegas, seja quem com for. Por fim, que já é tarde, vou abandonar este patético mundo de Covid porque dentro de poucas horas vou entrar num banco durante 24 horas para tratar doentes de Covid reais”, concluiu.

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As palavras de Frederico Varandas, na conferência de imprensa após o clássico, não devem ser olhadas de ânimo leve. E o Sporting não deve desarmar e continuar a tudo fazer para clarificar este assunto o mais rapidamente possível.

Até lá, fiquemos a saber um pouco mais sobre a Unilabs.