Na ressaca do brilho europeu, o Sporting foi a Paços de Ferreira fazer uma exibição extremamente adulta, controlando quase sempre uma partida que venceu de forma inequívoca

 

Se existiam dúvidas sobre como o Sporting iria apresentar-se em Paços de Ferreira, depois da goleada imposta ao Besiktas a meio da semana, elas ficaram dissipadas com a forma como os Leões entraram em campo. Coates, na sequência de um canto (surpresa, surpresa!), e Ricardo Esgaio, aparecendo bem ao segundo poste para tentar de primeira, colocaram à prova André Ferreira, com o redes a confirmar o porquê de ser uma das figuras dos castores.

A bola não entrou e apesar de continuar na maioria do tempo nos pés dos jogadores do Sporting (até deu para Matheus Nunes se deslumbrar e provocar o único calafrio a Adan em toda a primeira parte), faltava encontrar forma de alvejar a baliza adversários. Palhinha aproveitava um jogo de intensidade muito alta (mérito para a postura do Paços, apesar dos momentos teatrais personalizados por aqueles rapazes que correm muito e se atiram para o chão aos gritos) para voltar a exibir-se em modo monstro no meio-campo, Matheus Nunes arrancava uma e outra vez de forma imparável por ali fora, mas o problema era criar reais oportunidades de golo, voltando a ser Esgaio quem esteve mais perto de inaugurar o marcador.

Ao intervalo, Amorim deve ter dito a Coates que iam repetir a fórmula da entrada em jogo, mas que ele não ia cabecear para a baliza. O Capitão não hesitou: foi lá acima, subindo mais alto do que os dois que o marcavam, e meteu para onde estava o menino Inácio, que só teve que empurrar com a testa para o cantinho da felicidade.

I hid in the clouded wrath of the crowd
But when they said “sit down”, I stood up
Ooh, Growin’ up

O sorriso meio envergonhado não escondia a felicidade de colocar a sua equipa na frente, mas foi curiosamente na resposta ao tento verde e branco que os pacenses mais perto estiveram da nossa baliza. O remate levava fogo, mas embateu em Esgaio, que tinha o braço tão coladinho ao corpo que nem um Godinho podia dizer que sim aos pedidos de penalidade. Com a equipa a ter dificuldadem em ter bola, Amorim tirou Sarabia e lançou Tabata, com o camisola 7 a entrar muito bem na partida e a acabar por ter contribuição decisiva no 2-0: grande jogada entre ele e Esgaio, com o nazareno a meter no meio da área, onde apareceu Peter Potter a marcar um golo de classe e a cerebrá-lo com aquela cara de puto charila.

O jogo acabava aí, aos 69, até porque a partir daí o Paços perdeu a fé na possibilidade de chegar ao empate e o Sporting agarrou o jogo de forma ainda mais adulta. Paulinho e Daniel Brança tiveram nos pés golos feitos, mas falharam, Coates meteu-a lá dentro, mas Nuno Santos (que grande jogo como lateral esquerdo) estava fora de jogo quando assistiu o capitão de uma equipa cheia de miúdos que, para nossos contentamento, mostram estar cada vez mais crescidos.