Olhando para o que tem sido a pré-época, fica a sensação que o melhor que o plantel tem, já cá andava o ano passado. Isso ao contrário do que parece (ou tentam fazer parecer) só diz que o trabalho da época anterior foi sólido e que a inteligência de o valorizar esta época também é sólida.

Investimos mal esta época? Não. Elevámos a fasquia e já não é qualquer um que chega e dá cartas no onze inicial. Ainda por mais temos uma coisa que se chama treinador de futebol, que não precisou (nem podia) de implodir o passado para afirmar a sua “mão” nos sucessos futuros. Marco Silva, está a construir…continuando. Aproveita o bom para tentar chegar ao óptimo e não será menor treinador por o fazer. Bem pelo contrário. Um treinador, como um gestor de uma roulotte de bifanas, não muda a carne, aprimora a mostarda. Em último caso aumenta o decote da “moça”.

Olhando para os reforços que já chegaram, ainda ninguém destacou o sabor ou se excitou com a “promessa”. Claro que seria mais fácil se tivéssemos a mesma imprensa que sonhava com os hits de Djavan. Claro que seria mais fácil se Ronaldo e Messi tivessem entrado pela 10A com Armani e saído de Macron. Claro que seria mais fácil se todos os adversários fossem o Achilles ou o benfica (concordo que estes tenham sidos jogos mal programados, claramente abaixo do nível de dificuldade exigível).

Mas na minha opinião, estamos todos (hrrr..humm) com a chamada avaliação precoce. O chamado “Complexo de Rui Santos”. Geraldes, Oliveira, Rosell, Slavchev, Gauld e Tanaka não são todos da mesma valia, não vão agarrar todos a oportunidade ao mesmo tempo, não partem todos no mesmo plano competitivo. Mas relembro aos Serpas e demais sábios de bigode que eu ainda sou do tempo do William “ainda inseguro e inconstante”, do Slimani “algo excessivo e perdido” e de um Montero “de complexão algo suspeita para segurar uma frente de ataque”.

As avaliações de Agosto valem o que valem. E as pilosidades dos senhores de pin da águia escondidos ainda se imiscuem demasiado na clareza das suas observações. Pela minha parte, é me igual as asneiras de Geraldes ou a veia goleadora de Tanaka. É demasiado cedo. Até provavelmente para achar que Shikabala ou Gauld deviam ser mais testados. Talvez daqui a precisamente um ano, estarão muitos dos “apressados” a degladiar-se por ver quem escreve os maiores elogios à nossa política de contratações, afectados por aquela amnésia sazonal típica de quem diz o que os outros esperam que seja dito e às páginas tantas perdeu a memória do que verdadeiramente pensou.

 

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca