O bis de Slimani, a vertigem de Porro, o monstro Ugarte e a estreia de Essugo a titular. É a crónica do Sporting, dois! Arouca, zeeeeero!

 

Eu tinha saudades, tu tinhas saudades, nós tínhamos saudades. Do Slimani a marcar e a morder a língua em Alvalade, claro, ainda por cima duas vezes, ainda por cima a decidir um jogo.

Mas foi preciso esperar uma parte e mais quase nada para isso começar a acontecer. Depois da irritante derrota a meio da semana, frente ao fcp, na primeira mão da meia final da Taça de Portugal, Rúben Amorim aproveitou um jogo teoricamente mais fácil para promover a rotatividade do plantel. Esgaio foi lateral direito, Vinagre foi lateral esquerdo, Essugo, aos 16 anos, foi titular pela primeira vez na equipa principal e tornou-se no mais novo de sempre a fazê-lo, roubando um recorde que era de Luís Figo.

O miúdo até foi dos mais esclarecidos na primeira parte e, obviamente, viu um amarelo sem ter feito falta, só para perceber como é a vida dos crescidos que vestem a verde e branca. Também viu Slimani fazer um desarme à Palhinha e dar início a um golaço de Sarabia anulado por fora de jogo, quase viu Nuno Santos marcar um golo candidato a golo do ano depois de ganhar uma bola e assistir o extremo, viu Adan dizer “presente” na única oportunidade de golo do Arouca e viu o porquê dos adeptos torcerem o nariz às contratações de Esgaio e de Vinagre.

Depois, foi tomar banho. Não que Essugo fosse o culpado pelo jogo mastigado dos Leões, mas além de já ter visto um amarelo, era preciso fazer algo para que não andássemos outra vez a colocar o Coates a ponta de lança nos últimos dez minutos. Entrou Ugarte para o lugar do puto, entraram Paulinho e Porro para os lugares de Vinagre e de Esgaio. E tudo mudou para melhor.

Bastaram 40 segundos pós recomeço e já Porro marcava um canto direitinho para a cabeça do argelino desatar o nó. Depois, Ugarte ganhou uma bola na raça, foi por ali fora com classe e deixou para Paulinho disparar uma bomba que embateu na barra. Dois minutos volvidos, Paulinho permitiu o a subida de Nuno Santos, agora lateral esquerdo desde a saída de Vinagre, numa bela jogada de envolvimento que terminou com um cruzamento para a área, onde apareceu Slimani a marcar pela segunda vez.

O camisola 9 tornava-se na figura da partida e ainda teria oportunidade para fazer o terceiro golo, mas para lá do sentimento de termos um homem de área daqueles que resolve partidas, ficou a imagem de alguém que oferece uma alma e uma disponibilidade física à equipa que parece estar a faltar em vários momentos. Teremos ganho um novo fôlego para o que falta da época?

 

One is nine
Nine is two
Holy God and holy truth
Nine is God
Nine to come
Nine to breathe inside your lungs