Não foi bonito, mas foi justo. O árbitro complicou, o adversário engonhou, Paulinho marcou e o Sporting venceu o Famalicão por 1-0, alcançando a terceira vitória consecutiva neste arranque de campeonato 

40 mil nas bancadas, Hjulmand em estreia no meio campo, um Sporting à procura da terceira vitória em três jogos, frente a um Famalicão com um cartão de visita carimbado com uma vitória em Braga, logo a abrir o campeonato.

Entraram bem os Leões, a pressionar alto e enfiando o adversário no seu meio campo, algo com que os famacicenses pouco pareceram importar-se: a equipa de João Pedro Sousa surgiu mais preocupada em retirar a profundidade ao Sporting (e a Gyokeres), do que propriamente em tentar chegar à área do Sporting. Não admira, por isso, que tenha sido necessário esperar pelo últimos dez minutos para ver os de branco tentarem passar do meio campo sem ser em lançamentos longos, sempre à procura de Cádiz.

Os de preto e dourado, equipamento com que o Sporting se apresentou, tiveram total domínio da partida, com Pote a juntar-se a Gyo e Paulinho na frente, Morita mais liberto de tarefas defensivas e a bola a circular de pé para pé, procurando uma nesga por entre as pernas de tanta gente.

Paulinho esteve perto de marcar, com o redes a defender por instinto, com a cabeça, ali por volta dos 20. Depois, outra vez Paulinho, agora num toma lá dá cá com Esgaio que terminou com um defesa a safar, antes de Gyokeres arrancar em modo “touro enraivecido” e sacar uma buja do meio da rua que aqueceu as mãos a Luiz Junior. O Sporting apertava, o Fama atirava-se para o chão, uma, duas, três vezes, numa sequência exasperante que deixou os jogadores e os adeptos do Sporting à beira de um ataque de nervos, muito por culpa da complacência do árbitro, André Narciso, que, vá lá, vá lá, pelo menos não foi na tentativa dos jogadores do Famalicão de forçarem a expulsão de Gyokeres.

O intervalo chegava com 0-0, castigo para o desacerto dos Leões na hora de finalizar ou fazer o último passe, ficando a ideia da necessidade de elevar a velocidade e de colocar em campo um dos abre latas que estavam no banco: Edwards ou Geny.

Nem um nem outro entraram, e Pote lá deu um ar de sua graça de livre directo, com a bola a esbarrar na trave. Depois, num momento raro, o Famalicão lá tentou atacar, perdeu a bola e o Sporting conseguiu lançar a corrida de Gyokeres. O sueco correu com a bola dominada e sem deixar quem alguém lha tirasse, acabando por ser derrubado junto à área. Nuno Santos ajeitou, cruzou, Coates foi ao primeiro andar, Paulinho subiu ao segundo e mostrou os dentes pela quarta vez nestes três primeiros jogos do campeonato: belo golo de cabeça, numa demonstração da confiança que vive o camisola 20!

Gany e Bragança fariam parte das opções a partir do banco, e foi deles o protagonismo nos dois lances em que o Sporting, já mais preocupado em segurar a vantagem do que em ampliá-la, este perto de voltar a marcar: França rematou de fora da área com o pé direito, para defesa do redes; Geny deu cabo dos rins ao seu marcador e oferecer o golo de bandeja a Pote, que parece ter alergia a marcar quando é fácil.

Com pouco brilhantismo, mas com total justiça, o Sporting somou a terceira vitória em três jogos, preparando a visita a Braga com a missão de chegar à primeira paragem no campeonato (selecções) como líder do campeonato.