Depois de três épocas penosas, no que toca a resultados desportivos e qualidade de jogo (que coincidem com o regresso da equipa B), o início de época dos Sub 23 trouxe sinais de evolução no planeamento e gestão desta equipa.
A equipa volta a ser liderada por João Pereira que, por ausência das habilitações mínimas para Treinador na Liga e Taça Revelação (grau III – UEFA A), é representado nas antevisões e rescaldos das partidas pelo treinador-adjunto, Tiago Teixeira.
No entanto, o antigo lateral direito está cada vez mais confortável no lugar, o que se percebe pela forma como interage ao longo dos desafios, tanto com os jogadores, como com as equipas de arbitragem.
Nas primeiras quatro jornadas, assistimos a uma vitória e três empates, mas os indicadores foram bons e parece que não vamos ter nova época de agonia.
Contudo, na composição do plantel e nos onzes escolhidos, existem algumas opções que causam estranheza.
Foi tomada a decisão de incluir alguns jogadores de 2003 para dar experiência à equipa. Um deles, Domingos Andrade, foi promovido a capitão, no entanto o Internacional Angolano saiu nos primeiros dias de Setembro para o Felgueiras da Liga 3.
Foi o melhor para o Domingos. É a terceira época dele em Portugal, é sénior de segundo ano e não foi integrado na Equipa B, ficando pelos Sub 23. Sinal que pouco contava. No entanto, trata-se de um jogador com características ideais para jogar como central numa linha de 3.
A equipa tem jogado num 433 híbrido, uma vez que em vários momentos do jogo, o médio defensivo, baixa para junto dos centrais fazendo o papel de central do lado direito, acontecendo esta mudança frequentemente, tanto em construção como em transição defensiva.
Esse papel era assumido pelo Domingos ou por Henrique Arreiol, que agora deve ficar com a exclusividade do mesmo.
No que toca à constituição do plantel, para a baliza existem Martim Botão (2006), Salvador Gomes (2005) e o reforço Diogo Clara (2006).
O mais utilizado tem sido Guilherme Pires (2005), que faz parte do plantel da B. Espero ver Francisco Silva (2005) e Diogo Pinto (2004) a somarem minutos nos Sub 23, pois na equipa B estão tapados por Diego Callai (irão ainda rodar no papel de terceiro Guarda-Redes nos jogos da equipa principal).
Na visita ao Seixal, Guilherme Pires esteve ausente e a escolha recaiu sobre Martim Botão.
O Martim, em 2022/2023, era a quarta escolha nos Sub 17, atrás dos ainda juvenis Miguel Gouveia e Tiago Leitão (2007), bem como de David Ivanov da mesma idade.
Salvador Gomes pouco tem jogado nos últimos anos, ele que nos Iniciados dividia a titularidade com Guilherme Pires e Francisco Silva, tendo os três sido chamados nesse ano à Seleção Nacional de Sub 15.
Diogo Clara foi contratado ao Estoril, clube onde não era indiscutível e dividia a titularidade com outro Guarda-Redes. No Sporting, até agora esteve apenas um jogo no banco dos Sub 23, não tendo somado minutos.
Na lateral direita, José Silva (2005) tem apresentado um excelente nível, mas com o excesso de jogadores para a posição na Equipa B (Barroso, Esteves, Travassos e Monteiro), a descida aos Sub 19 tem de ser considerada. Apresenta velocidade, capacidade nos duelos e mantém-se ligado ao jogo em vaivém constante.
A outra opção é Gonçalo Braga (2003), que no ano transato fazia parte do plantel dos B, mas deve estar a cumprir o último ano de leão ao peito.
Como centrais têm jogado dois esquerdinos (algo que tem acontecido nos diferentes escalões da formação, por elevado número de centrais esquerdinos de qualidade e escassez de centrais destros).
Emanuel Fernandes (2003), também fez parte do plantel dos B em 2022/2023, mas não parece que regresse aos mesmos, tendo sido ultrapassado por jogadores dois ou três anos mais novos.
Lucas Taibo (2006), espanhol contratado há um ano ao Deportivo de La Coruña, faz parte do plantel dos B e impressiona pela sua estatura física, qualidade técnica e capacidade de passe longo. Uma das maiores promessas de Alcochete.
Existem ainda Guilherme Silva (2005) e Malam Malú (2005), sendo o guineense também esquerdino.
Guilherme Silva nunca foi um titular nas suas equipas, mas apesar de ser júnior de segundo ano, foi integrado nos Sub 23.
Malam Malú (2005), foi inscrito em Janeiro deste ano, mas até agora o guineense, apenas somou um jogo, no fecho da época passada. Deveria ter somado minutos nos juniores, onde também poderá competir este ano.
Pedro Silva (2005) da equipa B, terá de somar minutos neste escalão.
Na lateral esquerda, Tiago Parente (2004) mantém-se emprestado pelo Estoril, mas o seu desempenho melhorou significativamente. Mais afoito ofensivamente, com movimentos interiores muito interessantes e mais seguro defensivamente. Isto valeu-lhe a chamada e a primeira internacionalização pelos Sub 20 de Portugal (tinha um jogo pelos Sub 18).
Rodrigo Dias (2006), deverá continuar a somar minutos nos Sub 19, até porque David Moreira (2004), terá pouco espaço nos B e deverá somar minutos nos Sub 23.
Como Médio Defensivo, Henrique Arreiol (2005) tem demonstrado muita qualidade e apesar de estar atrás de Essugo e Alexandre Brito na hierarquia da formação, com a sua capacidade física, jogo aéreo, capacidade de desarme e qualidade de passe, não tem deixado ninguém indiferente.
Tiago Octávio (2004) sofreu uma lesão e foi recentemente operado a um joelho.
Na posição de Médio Centro, Rafael Besugo (2004). Esquerdino, com qualidade técnica, esforçado, mas longe de outros nomes da nossa formação.
Como Médio Ofensivo, Guilherme Santos (2005). Um maestro, com qualidade técnica e visão de jogo acima da média, cuja genética tem atrapalhado a sua afirmação. Sem chamadas à Seleção há dois anos, espero que o seu talento supere as dificuldades existentes quando as exigências físicas aumentam.
A outra opção é o reforço Diogo Cardoso (2004), ex Académica de Coimbra, que também pode jogar como extremo. Evoluído tecnicamente, forte no um para um, capacidade de desequilíbrio e bom remate. A sua afirmação vai depender da adaptação e da aposta nas suas qualidades.
Nos extremos, estão o destaque e a surpresa da equipa. Aqueles que mais têm entusiasmado os adeptos leoninos, Geovany Quenda (2007) e Ewandro Santos (2004).
Geovany Quenda, não só confirmou que estava preparado para os Sub 23, como pela Seleção Sub 17, demonstrou ser um dos melhores jogadores da sua geração. Lamine Yamal do Barcelona, é o melhor, mas também poderemos ver um juvenil a quebrar recordes.
Ewandro Santos (2004), brasileiro emprestado pelo Alverca em Janeiro, não apresentou nos Sub 19, qualidades que justificassem a manutenção do empréstimo e integração nos Sub 23. Mas com o seu virtuosismo, capacidade de drible e relação com a baliza, tem encantado.
Luís Gomes (2004), regressou de lesão após um ano parado por lesão, procurando os níveis de desempenho que lhe permitiram ser comparado a Luís Figo e despertaram o interesse do Manchester United, em 2020.
Pedro Sanca (2005), internacional Sub 19 por Portugal, viu o seu estatuto beliscado pelos desempenhos de Quenda e Ewandro, contudo é um excelente valor, esperando ver a sua velocidade e capacidade de aparecer em zonas de finalização, na equipa de Juniores, pelos quais já disputou um jogo. Quando melhorar a definição, será um jogador a ter muito em conta.
Isnaba Mané (2004), é um jogador que poderia estar num patamar diferente, se o seu entendimento do jogo fosse superior. Muitos se lembram de o ver brilhar no Torneio da Pontinha em 2017, tal como na equipa de Iniciados que venceu o campeonato nacional em 2019. Era um menino especial, atualmente demonstra individualismo e soma decisões erróneas em campo. Espero que ainda consiga dar a volta.
Lucas Dias (2003), apesar de ser jogador do plantel dos Sub 23, parece não contar. O Internacional Sub 23 Canadiano, entrou em declínio, desde que há um ano o Sporting não o deixou sair para o Estoril. Em 2022/2023, não disputou qualquer jogo na Equipa B (fez dezanove jogos nos Sub 23), quando na época anterior tinha feito quinze jogos na Liga 3 (mais sete na Youth League e oito nos Sub 23).
Na posição de Ponta de Lança, Francisco Canário (2003). Jovem alentejano que regressou há um ano, após saída para o Vitória SC. Alguém achou que em 2022/2023, estava preparado para a equipa B, algo que não se confirmou. Na presente temporada, voltou a descer aos Sub 23, mas as suas limitações técnicas, deixam os adeptos sportinguistas desesperados.
O seu substituto é o brasileiro Gabriel Melo (2006), que curiosamente nos Sub 17 em 2022/2023, também era a quarta opção (atrás de Gabi Silva, João Infante e Diogo Martins). Foi surpreendente a sua integração nos Sub 23, apesar da sua estampa física. Assinou contrato profissional na passada semana. Curioso para ver a sua evolução, mas acredito na avaliação do seu treinador na época passada, José João.
Lucas Anjos (2004) da equipa B, dará também o seu contributo aos Sub 23. Algo que deveria ser feito de forma continuada, uma vez que voltou à posição de PL e precisa de tempo de jogo. Era a sua posição até aos Iniciados, tendo depois passado a jogar como extremo. Iniciou bem a época e também já somou a primeira internacionalização pelos Sub 20 por Portugal (ele que tem 28 jogos entre os Sub 15 e Sub 18 Lusos).
O sucesso desta equipa vai ser medido pela evolução dos jogadores, subida de jogadores à equipa B e apuramento para a fase de campeão da Liga Revelação e Taça Revelação.
A pertinência da manutenção da equipa Sub 23, ficará para uma crónica futura…
*”Crónicas para Formação Lovers é um espaço da autoria de sporting_343
14 Setembro, 2023 at 8:44
o Quenda e o Ewandro deixam efectivamente água na boca, mas deixam também uma pergunta: até quando lhes será permitido deixarem destapado o frasco com perfume a futebol de rua?
14 Setembro, 2023 at 9:02
Excelentes as palavras de riquelme ontem sobre este tema
https://www.record.pt/internacional/detalhe/riquelme-diz-que-nao-jogaria-no-futebol-atual-e-atira-o-culpado-e-o-busquets
14 Setembro, 2023 at 9:38
Isnaba Mane tal como Joelson Fernandes (e Diogo Brás) sentiram e de que maneira a transição para seniores. Mas quando falham no entendimento de jogo a culpa não pode ser só deles.
É bom saber que o escalão de sub-23 finalmente começa a ser levado a sério pela estrutura ao invés de ser aproveitado para manter a forma das segundas linhas da B, como parecia ser o caso.
Por fim esperar que comece a aparecer aposta efetiva nos nossos jovens na equipa A.
Ver um puto de 16 anos a estrear-se em grande pela Seleção A de Espanha lembra-me que a muito tempo não temos um CR7, um Gelson Martins, um Nuno Mendes a tomarem de assalto a titularidade na equipa A.
Se os vizinhos (a gastarem centenas de milhões!) conseguem, porque razão não conseguimos nós?
Obrigado pelo post e SL.
14 Setembro, 2023 at 10:04
Não se aplica…até porque andar a estrear putos com essas idades dá quase sempre bons resultados.
Neste momento devemos ter das melhores equipas sub-23 do Mundo:
Um onze rápido….
4-3-3: Diogo Costa, Dalot, A.Silva, G.Inácio, N.Mendes, João Neves, Vitinha, F.Vieira, R.Leão, G.Ramos, J.Félix
14 Setembro, 2023 at 14:04
Ainda me ri quando disseste que há muito tempo não temos e eu só pensava no Nuno Mendes…que não foi assim à tanto tempo…heheheh
O Gelson acho que é deslocado. Como o Gelson há muitos…
Não saí um talento mesmo talento bruto desde o Nani. Entre o Nani e o Nuno Mendes que não aparece um talento daqueles que vai direto e tranquilo para o topo europeu.
Mantenho que o único que passou perto disso e que podia ter acontecido foi o M. Pereira…mas entre ele e os treinadores que o Sporting teve, foderam tudo…
14 Setembro, 2023 at 14:21
Rafael leão
14 Setembro, 2023 at 14:23
Não conto com ele porque esteve meio ano na equipa principal do Sporting, menos que isso…
Mas sim, podia ter sido também.
14 Setembro, 2023 at 15:20
“É bom saber que o escalão de sub-23 finalmente começa a ser levado a sério pela estrutura ao invés de ser aproveitado para manter a forma das segundas linhas da B, como parecia ser o caso.”
Desculpa o que vou dizer, porque normalmente gosto dos teus comentários, mas dizeres isto é de quem não pensa um bocadinho no assunto!
Vamos lá ver…
Temos os Sub15, Sub17, Sub19, Sub23 e Equipa B no processo de formação principal – há ainda os sub14, sub16 e, acho que, sub18 que competem a nível regional e são, digamos segundas linhas.
Das primeiras linhas, qual é o campeonato que realmente interessa menos? Obviamente, os Sub23.
Faltando jogadores, o que se faz?
Colocam-se os melhores das idades na equipa B e nos Sub 19, usando os Sub23 para rodar e manter outros jogadores interessantes mas não tão bons em actividade.
Toda a equipa B podia jogar nos Sub 23, e mais de metade podia jogar ainda nos Sub19.
Grande parte dos Sub19, a maioria, podiam jogar nos Sub17.
Muitos dos Sub17 podiam ainda jogar nos Sub15.
Há que perceber isto.
A equipa menos afectada é a de idades inferiores – Sub15. Depois a dos Sub17.
A equipa Sub19 já é muito afectada porque um nº enorme de sub19 jogam nos Sub23 e equipa B.
A equipa Sub23 é a mais afectada porque normalmente é o “refugo” dos que não jogam nos Sub19 nem na equipa B.
Não é falta de interesse nenhum! É ser racional e fazer o que o bom senso diz… Prioridade aos campeonatos onde joga a equipa B e a equipa Sub19. Ao pé destes campeonatos, é óbvio que a Liga Revelação é menos importante – o que não quer dizer que não seja útil e tenha a sua importância. E é fácil de ver isso se olhares à época 22/23 do Muniz, que fez 6 meses nos Sub23, com idade de sub19, e depois passou para a equipa B com um desempenho muito mais regular e de maior nível do que tinha antes. .
14 Setembro, 2023 at 18:16
Então na tua opinião os sub-23 continuam a servir de espaço de recobro, certo?
Então enganei-me na apreciação ao post.
Gracias…
14 Setembro, 2023 at 19:55
Não, nem foi isso que disse, caralho!
É um processo que leva anos a mudar e que, no nosso caso, tem a dificuldade acrescida de teres acrescentado uma equipa ao que havia na formação – a equipa B!
O Benfic@ também fez a transição – pelos vistos a memória não é o vosso forte – e na altura gozavam com eles.
De repente tens 2 planteis – cerca de 60 jogadores que já tinha dado para perceber que não se ia aproveitar nenhum – para deitar fora – dos planteis Sub19 e Sub23 que o Varandas, e eu bem antes disso, disse a tal frase do gap – e precisavas de cerca de 90 jogadores novos para fazer 3 novos planteis – novos Sub19, novos Sub23 e equipa B.
Ora isto não se faz de uma época para a outra. Não pegas em 60 gajos e despachas, e pegas noutros 90 e enches 3 planteis… Isto não existe, a não ser na ilusão dos “eróis do sofá”!
Levaste 3 anos a despachar 60 gajos – o que dá uma média aceitável de 20 gajos despachados por ano – que tiveste de substituir por gajos novos que vieram dos Sub17 (na altura era a equipa do Quaresma, do Inácio, do TT, do Nuno Mendes, etc.) e outros que foste contratando.
Da equipa de Sub17 tiveste que meter putos nos Sub19, nos Sub23 e um ou outro na equipa B. Tiveste de espalhar 40 gajos que sobraram dos que não interessavam (Sub19 e Sub23 que não estavam nos 20 que foram embora) nas equipas Sub23 e equipa B.
Obviamente que espalhando a qualidade que estava concentrada num plantel em 3 planteis, deu planteis de qualidade inferior.
No ano seguinte, mais 20 gajos foram embora – ficaram outros 20 para irem no ano seguinte – contrataste mais um ou outro de fora, e voltaste a ajeitar os planteis com o que sobrava do que tinha vindo dos Sub17 anteriores, com a agravante que os mesmo bons (Nuno Mendes, Quaresma, Inácio, TT) foram para a equipa A.
No ano seguinte, despachaste os 20 gajos finais – dos tais 60 – contrataste mais uns putos fora, e ajeitaste novamente os planteis.
O ano passado já a coisa foi mais pacifica, sem tanta rotação entre equipas, e este ano vai ser ainda melhor, com menos rotação.
Agora, também depende muito da qualidade e do empenho dos jogadores. Isto é o processo. Mas o processo não é tudo. É só a base. Depois há a parte do trabalho, da qualidade do treino e dos jogadores, de cenas como não ficarem a jogar computador até de madrugada e outras merdas.
Tens de perceber o processo para poderes analisar o que está a ser feito e o que vês com algum conhecimento. Se analisas sem ter em conta todo o processo, que é o contexto que existe – que, por exemplo, é super diferente do do Benfic@, do do Porto e até do do Braga, que têm processos já concluídos e já rolam no que querem – acabas por fazer uma analise injusta e irrealista.
É muito diferente treinar com um plantel fechado e no fim de semana tiras daí o 11, ou treinares com planteis abertos, onde umas semanas estão uns e noutras estão outros, e ainda recebes putos que treinam a semana toda com os A e têm de jogar… Acho que qualquer pessoa percebe isto, apesar de muitos de vocês terem zero isto em conta.
A equipa que mais foi afectada foi a equipa Sub23, porque é isso que faz sentido – dá-se óbvia prioridade à equipa B, e depois aos Sub19 (que grande parte são sub17).
Para mim faz todo o sentido, o processo ser feito desta maneira.
Se queres falar do treino, isso já é outro assunto, que podemos falar também. Ou da qualidade dos jogadores… Agora, para mim, o processo foi feito como tinha de ser, e nunca, na vida, seria feito sem um erro aqui ou outro ali. Erros há sempre. E tens o caso do miúdo dinamarquês que, para mim, é um erro crasso do Clube e uma coisa absolutamente inaceitável!
15 Setembro, 2023 at 0:03
O gap só existe na tua cabeça e na do atrasado que preside o Sporting.
Se me disseres que a equipa B não tinha o aproveitamento que deveria ter, nisso concordo. Agora que havia gerações podres contaminadas com gap…
Foi uma merda inventada por Varandas para depreciar a direcção anterior, tal como o abandona da Academia e os colchões, ou o clube parecer uma roulote. Até custa ver um gajo inteçigente como o Miguel comer essa patacoada!
Se perguntar a ti ou ao Varandas qual é o plantel e porque têm gap, quando outras gerações que jogam na mesma Academia, foram descobertos pelas mesmas pessoas, treinaram da mesma forma com os mesmos treinadores, consegues responder?
E o que é esse gap? Falta de capacidade física, falta de intensidade, falta de jeito para jogar a bola, problemas cognitivos?
Gelson Martins, Matheus Pereira, Rafael Leão, Nuno Mendes, Tiago Tomás, Gonçalo Inácio entre outros não treinaram com as mesmas pessoas e dormiram nos mesmos colchões? O gap é uma falácia!
Há gerações em que aparecem jogadores com mais qualidade e potencial, e há outras que não. Sempre foi assim e sempre será.
E aquilo que estás a fazer com contas de entrar e sair jogadores vale bola!
Entrar e sair jogadores é o que acontece em todos os clubes com formação, do profissional ao amador. Era o que acontecia no clube em que fui director, e é o que vai acontecer no Sporting agora como foi no passado.
A cada nova época aproveitas os melhores e acrescentas novos jogadores observados e contratados a outros clubes.
Como num funil, quando chegarem a seniores vais tentar aproveitar 2 ou 3 jogadores, mas poderá acontecer como agora em que Amorim não acredita que nenhum seja bom e recorre ao mercado.
E aí dizes que a geração do Essugo e do Afonso Moreira não tem gap mas são uns conas moles, ou falta-lhes inteligência, ou arrebentam aos 60 minutos, e não têm qualidade para serem titulares no Sporting.
Sabes onde realmente existe gap? Nos treinadores que o Sporting tem tido ao longo dos anos que preferem arriscar em jogadores da treta por desconfiança do que tem dentro de portas.
E o que não falta ao Amorim são erros e mais erros na avaliação de jogadores…
14 Setembro, 2023 at 15:46
O Joelson sentiu porque é um gajo baixinho, franzino, e, de repente, estar a jogar com gajos que correm como ele mas têm o dobro do tamanho e peso, é, obviamente, fodido.
Enquanto andou a jogar com gajos do tamanho dele, era diferenciado. No futebol sénior passou a ser mais um que ali anda…
O Isnaba já penso que seja um problema de mentalidade. O gajo fazia grandes jogos mas outros andava para ali… Isso não funciona quando vais para um nível competitivo muito mais difícil porque, imaginemos, passa de 50/50 em grandes jogos/andar para ali para 10/90 em jogos bons/andar para ali.
A esmagadora maioria dos putos – diria 90% a 95% – não percebe que quando sobes de escalão tens de dar mais também, porque a exigência também sobe. Se dás o mesmo, a tua prestação, se antes era 80%, passa para 60% – e passas dum gajo bom para um gajo mediano.
Por isso é que eu fiquei abismado de haver gajos na Academia a jogar computador até de madrugada. Quem faz isto é um gajo burro, que não tem noção de onde está e qual é o caminho a percorrer para se ser futebolista do Sporting ou até da 1ª Liga.
Muita gente aqui na Tasca comenta que vê jogos dos putos e que a quantidade de más decisões que tomam é tão grande que só pode ser por serem pouco inteligentes… Isso pode muito bem vir daí…
Os video-jogos são bons para o desenvolvimento cognitivo no fase inicial e até um certo ponto, mas chega aí e pára… Depois disso só atrasa o desenvolvimento cognitivo e quem faz horas e horas disso por dia torna-se muito limitado. Há estudos sobre isto e um dos males que apontam é a quantidade de pessoas que são viciadas em jogos e passam horas nisso.
14 Setembro, 2023 at 14:00
Ainda não vi jogos dos sub23….sinceramente é um escalão que desde que há equipa B deixou de me interessar. Vou vendo mas é tudo tão mau….
Este ano ainda não vi nada. Tenho de ver…
14 Setembro, 2023 at 14:03
Só vejo qualidade inegável nos extremos … mas não acompanho, só vejo uns resumos de vez em quando, portanto esta minha percepção pode estar toatalmente errada.
14 Setembro, 2023 at 14:15
Adoro estes posts!
14 Setembro, 2023 at 15:07
Bom post, que deve ter dado muito trabalho – de observação ao longo do tempo.
Como venho dizendo, estamos num processo de transição de uma metodologia para outra, com a agravante de se ter criado mais uma equipa – por terem feito o erro de terminar com a equipa B.
No geral, as coisas vão melhorando, não de forma igual em todos os escalões mas no geral. Esta será, do meu ponto de vista, a penúltima época de transição. Será melhor que a anterior. Para o ano será a ultima época de transição e em 25/26 estaremos a atingir o ponto de equilíbrio entre os diversos planteis. A partir daí será possível ter alguma estabilidade nos planteis, que poderão ser planeados melhor, e isso levará a uma melhoria gradual que terá as oscilações que a qualidade dos atletas de cada ano em cada escalão determinar!
Muita gente nunca quis compreender que leva tempo a passar de uma metodologia para a outra, e pior ainda quando se acrescenta mais um plantel na formação – a equipa B – que ainda por cima é o plantel que compete com o maior grau de dificuldade da formação!
Compreendo que a mudança de metodologia é questionável. Uns acharão que como estava estava bom, até porque o Porto mantém-se assim. Outros acharão que é melhor como estão a fazer agora, até porque o Benfic@ mudou para isto com muito bons resultados. Enfim, não é uma ciência exacta… e a bola entrar ou não condiciona sempre as opiniões porque a maioria comenta resultados e não processos.
Eu, como já disse várias vezes, defendo o processo actual, e compreendo a dificuldade que é esta mudança – não é por ser o Varandas a fazê-la que a vou criticar!
O post do sporting_343 parece apontar ao que tenho dito: tenham calma que isto vai lá, porque é uma coisa que leva tempo/anos!
14 Setembro, 2023 at 15:14
Mas há algo aqui que está a faltar…
Eu percebo o argumento de fazer os putos saltar de escalões, em busca de maior competitividade e de não entrarem em zonas de conforto de ser o melhor dos sub15, mas já com o sub 16 fica mais dificil.
Mas parece-me haver aqui algo que sirva como final da etapa de formação e principio da carreira no futebol sénior:
A) É de esperar que putos com 17/18 se afirmem na equipa principal do Sporting depois de terem andado por todos os escalões de formação (equipa B incluida). Porque é isso que fizemos com Essugo, M.Fernandes, Nazinho, R.Ribeiro, A.Moreira…. etc
B) Queremos ou achamos que o espaço da equipa B (uma equipa com média de 18 anos) é a Liga 3? ou preferimos que esses jogadores consigam estar mais tempo na equipa B e compitam na Liga 2 (tal como faz o Benfica ou o Porto por exemplo) ?
c) Há uma politica de empréstimos definida para jogadores com 17/18/19 anos cuja competição numa Liga3 já não faça sentido, mas que ainda não têm espaço na equipa principal?
É que tenho a sensação que apesar de poder concordo com este modelo, há aqui algumas questões que deveriam ser melhor consideradas para afinar todo o processo….
14 Setembro, 2023 at 15:31
“A) É de esperar que putos com 17/18 se afirmem na equipa principal do Sporting…”
Se tiverem qualidade para isso e a mentalidade que é precisa!
A maioria não tem.
Nem no Sporting, nem no Benfic@, nem no Porto, nem em lado nenhum…
Num ano podes aproveitar 3 ou 4 e noutro anos pode não aproveitar nenhum. E vai acontecer-te 1 vez em 10 a primeira e 8 vezes em 10 a segunda…
B) O contexto é Liga3… Se tens equipa B, tens de ter jogadores a jogar lá, e não podem ser pinos, porque de outra maneira vais para os distritais…
Aceito que quem passa, por exemplo, 2 anos na equipa B e não passe a ser opção na equipa principal, possa ser emprestado para a 2ª Liga ou para a 1ª Liga.
Acho que isso também faz parte do processo.
C) é o mesmo que a B…
O processo não está terminado. Ainda faltam 2 anos – este e o próximo. Só quando estiveres equilibrado em termos de planteis – e falo nisso no meu comentário – podendo definir os planteis melhor, sem constantes mudanças, é que podes passar a questionar isso. Agora, acho muito cedo para se estar já a meter mais uma variante porque todos os jogadores fazem falta. Depois, sim, poderás prescindir de 3 ou 4 dum bom nível, mas não tão bom para estarem na equipa principal.
14 Setembro, 2023 at 16:49
Excelente análise, demonstra um conhecimento aprofundado e atento da formação.
Duas notas…
É fascinante ver jogadores a aparecer com uma qualidade inegável e estampa física fora do normal, quando uma ou duas épocas atrás eram suplentes, ou às vezes nem isso, em escalões de formação inferior. Só demonstra que o processo evolutivo do jogador é algo muito volátil, e que tem que ser sempre analisado com muita atenção. Quem sabe não teremos hoje craques ainda por descobrir nos diferentes jogadores da formação.
A segunda nota prende-se com a análise à competição sub23. Um erro que temos cometido de forma geral, é olhar para esta competição para ganhar, e depois ficarmos desiludidos com as fracas performances, dando origem a uma critica, que na minha opinião, é injusta. Isto porque mais de metade da liga sub23 é composta por equipas “pequenas”, que usam esta competição para ter uma equipa “B”.
Isto cria dificuldades gritantes para quem, como o sporting, usa maioritariamente jogadores sub18/19 neste escalão.
Sub23 para manter. Primeira porta de entrada num mundo “sénior” para jogadores e treinadores, sem a obrigação competitiva de ganhar 3pts todos os jogos para não descer de divisão.
Quando joguei futebol, bem que me tinha dado jeito algo do género, subi logo aos séniores com 18 aninhos, a apanhar raposas velhas de 35 para cima, só tocava na bola nos treinos, ao fim de semana era só palminhas no banco e ir buscar água para a malta.
14 Setembro, 2023 at 19:41
Bom post.
Saliento no entanto uma coisa, que geralmente se vai falando e que é o saltitar entre as diversas equipas.
Podem jogar na B ou sub-23, sub-19 e alguns são Sub-17.
Este não saberem bem onde ficam, com quem treinam, onde vão jogar, ainda que lhes dê experiência a jogar em escalões acima, é prejudicial em termos colectivos, de entrosamento.
Penso que deveria haver uma maior estabilização para cada escalão.
14 Setembro, 2023 at 19:48
Este artigo da Bola é muito bom
https://www.abola.pt/futebol/noticias/a-bola-da-a-conhecer-o-onze-do-futuro-do-sporting-2023091417134899839
14 Setembro, 2023 at 20:00
É o que eu digo, o trabalho está a ser feito na formação. Não erram? Claro que erram. Quem não erra?
Mas há um trabalho, há uma linha, há uma aposta numa série de miúdos com potencial. Mas só potencial não chega. Não vejo o Rodrigo Ribeiro, que tem qualidade mas é um cona de sabão, vir a dar jogador…. É um gajo que precisava dum Conceição na vida!
15 Setembro, 2023 at 20:57
Sinceramente… a ideia que me dá é que isso é tudo um logro.
“Muito trabalho, um percurso, blábláblá” e de repente os miúdos têm 23/24 e há sempre um uruguaio, um espanhol, um costa-marfinense qualquer com 20 anos, certamente com uma formação inigualável que é “o melhor da sua geração” e que está prontinho prontinho para assumir a titularidade… e o “percurso” e o “trabalho” vão jogar pró vizela ou prá roménia, onde seja…
No fundo, no fundo… se há sempre putos de 19/20 capazes de entrar e jogar e os nossos nunca estão prontos… a realidade é que a nossa formação é uma merda.
15 Setembro, 2023 at 0:20
Eu sou do tempo em que a direção do Sporting não só assinava contratos com jovens da formação, como de seguida vendia a maioria da percentagem dos passes desses jogadores ao Álvaro Sobrinho para conseguir dinheiro para o seu plantel de pinos.
E sou do tempo em que putos como Gelson Martins, Podence e Rafael Leão treinavam com o plantel principal, e pasmém-se!, até jogavam com os adultos!
Alguém quer arriscar em quantos e quais dos jogadores listados pela Bola serão titulares indiscutíveis no Sporting? Miguel?
15 Setembro, 2023 at 2:27
Eu sou do tempo em que se ganhava campeonatos