Os centrais canhotos sempre foram uma “espécie rara”, sendo que nos últimos anos as equipas de topo procuram ter no seu plantel, centrais que joguem com o pé esquerdo.

Tal acontece para melhorar a primeira fase de construção e para facilitar as “dobras” ao lateral esquerdo.

Os esquemas de 3 centrais vieram acentuar a necessidade de centrais canhotos, que continuam a escassear. Contudo em Alcochete, abundam os centrais esquerdinos, muitos deles candidatos a sucessores de Gonçalo Inácio.

Esta abundância conduz a que as equipas da formação, apresentem nas duplas de centrais, frequentemente dois centrais canhotos.

Na equipa B, a dupla preferencial inclui o destro Chico Lamba (2003) e o promissor canhoto João Muniz (2005), elemento que já faz parte do plantel da equipa principal.

O esquerdino Miguel Alves (2005) é o escolhido na impossibilidade de qualquer um dos outros estar presente. O quarto central com mais minutos é o espanhol Lucas Taibo (2006), igualmente esquerdino.

O jogador recrutado ao Deportivo da Corunha, tem jogado maioritariamente na equipa Sub 23, ao lado de Emanuel Fernandes (2003), também esquerdino, mas sem o potencial dos anteriores e já sénior de segundo ano (tal como Chico). 

Nos Sub 23 existe ainda o esquerdino Malam Malú (2005) mas com utilização quase nula.

Nos Juniores, vemos a dupla preferencial, constituída pelos esquerdinos Marlon Júnior (2005) e Rafael Mota (2007).

Nos Juvenis, a dupla preferencial é constituída pelo central destro Atanásio Cunha (2007, o destro de maior potencial da Academia) e o canhoto Afonso Lee (2007) que se tem apresentado em excelente nível. No último jogo frente ao V. Setúbal, quem fez dupla com Lee foi o canhoto Diego Coxi (2008). A mesma dupla que tinha terminado o jogo no Seixal, frente ao rival.

Diego Coxi faz parte do plantel Sub 17, mas também ganha rodagem nos Juvenis B, onde já fez dupla com o canhoto Duarte Correia (2008).

Nos Iniciados, as duplas de centrais incluem sempre um esquerdino, Alexandre Rosado (2009) ou o ucraniano Illia Iablonskyi (2009).

Os iniciados B, também já apresentaram dois esquerdinos no centro da defesa, Samuel Tavares (2010) e o brasileiro Eliabe Alves (2010), sendo que este se fixou nos últimos jogos, na lateral esquerda (como era habitual nos anos anteriores).

Analisando esta abundância, questiono se é algo aleatório ou se existe na formação uma preocupação específica em formar este tipo de jogadores que eram “raros”?

Penso que é algo natural, não havendo compromisso da apetência dos jogadores para outras posições.

Os jogadores esquerdinos são por norma habilidosos e a sua valia técnica jogando no centro da defesa, traz uma fluidez muito grande na construção.

No entanto, não podemos deixar de olhar para os centrais destros, pois brevemente em Alcochete, estes é que serão a espécie rara. E a “tradicional” falta de centrais esquerdinos, dará lugar à falta de centrais que jogam preferencialmente com o pé direito.

 

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