Exibição consistente e personalizada, numa vitória muito importante, alcançada num terreno dos mais complicados da Liga. O Sporting segue líder mais isolado, depois do 0-2 no Bessa 

“Vamos vencer tranquilamente. No mínimo por dois golos de diferença. Vai ser um jogo tranquilo e vamos ficar em 1 lugar isolados.”

Sousa Cintra começava o dia a provocar-nos arrepios, como se não bastasse ser um daqueles jogos em que sabíamos que ganhar nos permitia ganhar pontos a quem nos mordia os calcanhares, e isso… está mesmo a pedir Sporting daquele que escorrega.

Bastaram cinco minutos para perceber que os receios não eram necessários, fruto de uma entrada personalizada e autoritária, deixando claro desde o primeiro minuto que estávamos ali para ganhar. Pote ensaiou de livre directo, para defesa do redes, Geny sacou uma bomba de fora da área que fez cócegas ao poste e nos lembrou da importância que é ter laterais que façam realmente a ala toda e criem desequilíbrios no último terço.

Na resposta, os axadrezados isolaram Bozenik, mas o esloveno sacou um remate para a bancada, antes de Geny voltar a acelerar pela direita, derivar para o meio e, com classe, isolar Pote para uma perdida inacreditável. O Sporting dominava o jogo, pressionava alto, tinha em Morita um ponto de equilíbrio notável (é bom que alguém se lembre que vamos estar sem o Japonês em Janeiro/Fevereiro, quando estiver na selecção), em Hjulmand um trabalho invisível no meio campo defensivo, em Coates a segurança que permite a Inácio libertar-se nas saídas e a Diomande (outro que vai estar ausente no início de 24) ter permissão para dar asas às subidas de Geny (outro que vai estar out).

Foi precisamente Geny que, a dez minutos do intervalo, apareceu de rompante ao segundo poste, onde já ninguém esperava que alguém aparecesse para transformar em felicidade o cruzamento largo de Matheus Reis. De lateral para lateral, e que importantes eles são no desenho tático de Amorim, o Sporting chegava à justa vantagem com que chegaria ao intervalo.

No recomeço, ainda as equipa esticavam as pernas depois da pausa, Edwards teve a esperteza e a rapidez para aproveitar um enorme enterranço de um defesa e ir por ali fora, mas não teve a capacidade de ultrapassar o redes nem de, no ressalto, meter para o lado onde um isoladíssimo Gyokeres berrava impropérios em sueco que, ainda assim, não acordaram o inglês.

Começavam a ser demasiados golos desperdiçados, em em vésperas de Halloween as bruxas deram sinal de vida. Numa altura em que Coates tinha saído (poupado fisicamente?) para dar lugar a St Juste (seja bem aparecido), e a equipa afrouxava na pressão para começar a defender mais atrás, veio o golo do empate (grande remate de Bozenik), felizmente anulado com recurso ao VAR, que conseguiu ver o fora de jogo do esloveno.

Depois, seria Adán a dizer presente, antes de Hjulmand sacar um passe a 30 metros para isolar Pote, que mesmo embrulhado com os defesa ainda rematou ao poste. Os axadrezados tentam sacudir, mas é novamente Hjulmand a recuperar a bola, metendo em Geny, tantas vezes um extremo, passando no dá cá que eu aguento de Gyokeres, e na subida de Esgaio (elááááá), para um cruzamento ao qual Pote responde com a magia de um golo de calcanhar.

Era o golpe fatal no Boavista, que ainda esteve prestes a sofrer o terceiro num remate de Paulinho, mas isso já não encaixaria tão bem no momento Zandinga protagonizado por Sousa Cintra.

 

Trails of troubles
Roads of battles
Paths of victory
We shall walk