«Eu não vi o jogo e hoje é dia de mandar um texto ao Cherba. Como é que eu me desenrasco?!», pensei com os meus botões. Não podia, ao fim deste tempo todo, deixar de informar os tasqueiros com o rigor e a exactidão que tento sempre colocar nas minhas informações andebolísticas, mas se não vi o que se passou no pavilhão Flávio Sá Leite, não posso ter a mesma capacidade para poder relatar a excelente vitória da nossa rapaziada. Tinha uma bota para descalçar.

Após pensar um bocado, encontrei a solução e aqui vai:
Olá, caros tasqueiros, apesar de ser eu quem conduz as linhas deste texto, é através do Pedro que vos deixo o que se passou em Braga.

– Pedro, como foi em Braga?
– Complicado amigo. Muita gente, um ambiente “hostil”, e uma arbitragem muito condicionada. Talvez a pressão que te falo, seja o principal factor. Entramos bem, mas fomos inconscientemente tirando o pé do acelerador. Tivemos sempre o jogo controlado, especialmente na primeira parte. Na segunda parte, cometemos alguns erros – infantis – e perdemos a vantagem de três golos. Eles cresceram, chegaram ao empate. Mas na bola que lhes dava para passar para a frente, eles falharam e nós marcamos dois seguidos e, aí, percebemos que a vitória já não nos fugia.
– Ou seja, o resultado de 32-33 engana?
– Não na totalidade. Mas tenho que admitir que estivemos quase sempre por cima do ABC.
– Então e tu, porque não estás na lista dos Melhores Marcadores? – (Frankis Carol e Pedro Solha foram os melhores marcadores, com sete golos cada)
– Eu ainda não estou a 100% por cento. Estava com uma contractura muscular mas durante o estágio da selecção trabalhei e recuperei bem. Já me senti melhor em Braga. Em breve, estou no ponto.
– Não espero outra coisa de ti. Porque não descansas agora frente ao Maia/ISMAI?
– Não vai ser fácil. Mas pode acontecer se estivermos a ganhar por muitos.
– Quando é que passamos para a frente da classificação?
– O nosso problema foi empatar nos Açores. Agora, vamos receber o Porto no dia 19. Vamos jogar em “casa”, era bom ter um ambiente a puxar por nós. Penso que esta seja uma boa oportunidade para assumir o primeiro lugar. Era tão bom ter um pavilhão cheio, amigo… ter um pavilhão só… Por falar nisso, sabes uma coisa curiosa? Não é que o nosso jogo para a EHF é a mesma hora do que o Futsal para a UEFA… Nós em Mafra, eles em Odivelas. Assim, por incrível que pareça, ainda fica mais complicado os adeptos estarem ao nosso lado.
– Acredito, Pedro. Em breve vais ter um, somos muitos a trabalhar para que isso aconteça. Mudando de assunto, não podia deixar de te dizer que foi com muito orgulho que li a última página do Jornal Sporting esta semana.
– Fiz aquilo que o meu coração dizia. Sinto-me bem aqui, todos me tratam muito bem.
– Fico feliz por ti amigo. Domingo é para ganhar! Um abraço.
– Domingo é para cilindrar! Abraço.

 

Texto escrito por Verde, logo Existo! (As Redes do Damas)

*às sextas, a bola encolhe. E passa do pé para a mão e do relvado para o pavilhão, dando ao nosso Andebol o destaque que ele merece.