“O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.” – (José Saramago)
Todos temos em mente que o português Nobel da Literatura em 1998 não se referia exclusivamente à modalidade da qual nós, andebólicos verde e brancos, exaustivamente saboreamos semana após semana. Porquê trazer então esta expressão para aqui?

Depois de saber o resultado caseiro frente ao Ismai o meu queixo não terá sido o único a rasar o dedo grande do pé. Os finais 30-35 deixam aquela impressão de que fomos sodomizados à bruta por um conjunto com modestas aspirações na tabela, tanto pelo historial das duas equipas como pela potência clubística que elas mesmas representam no panorama desportivo. Poderá existir mais do que uma explicação para o sucedido mas porquê falar do contra ataque assim ou a movimentação defensiva assado, se a segunda parte “à moda do Sporting” não existiu? Ou melhor… existiu para o conjunto da Maia depois de termos ido para o intervalo a vencer por 19-18.

Foi uma facada na classificação que nos deixa uma visão mais turva do primeiro lugar, agora a 3 pontos. Foi também uma punhalada bem assente na moral, principalmente de adeptos que embora tenham o dever de ser compreensivos a uma partida incomum, também têm o direito de exigir mais quando assim lhes é demonstrado. E como nem tudo é mau, este percalço também irá servir para mostrarmos o nosso carácter na hora de nos levantarmos. Sem querer ser derrotista (partam-me as teclas se algum dia o parecer) seria um pior cenário se ganhássemos este jogo ao ADA Maia Ismai tendo perdido o anterior, em Braga. Teríamos os mesmos pontos mas um adversário directo teria mais 3, neste caso o ABC.

Há coisas que às vezes acontecem… bem… que não acontecem por uma unha negra e posso dar como exemplo uma partida, jogada há bem pouco tempo, do Atlético Clube da Sismaria com o ABC para a taça de Portugal: o conjunto leiriense esteve o jogo todo na frente e depois de correr atrás do prejuízo a equipa bracarense deu a volta nos últimos 2 minutos já com o fato de macaco vestido. Vi o jogo em Leiria e a equipa da 2ª Divisão do Nacional de Seniores, recheada de jovens, acreditou ainda mais com o decorrer do jogo que “era possível ganhar” e fazer história. Até podiam estar cheios de cãimbras mas se desse para agarrar a bola com a boca, seria uma alternativa viável.

A motivação também se ganha nos treinos. Sábado há novo jogo, mais um direitinho às regiões autónomas, desta vez frente ao Madeira SAD e os jogadores já se estão a preparar. Não, isto não é conversa de encher chouriço caros amigos. Como gosto de ler notícias desportivas também gosto de ficar de olhos nos nossos rapazes principalmente nas redes sociais. Há que trabalhar para dar a volta pois não é uma batalha que nos vai fazer tirar os olhos da Guerra!

 

Texto escrito por Verde, logo Existo! (As Redes do Damas)

*às sextas, a bola encolhe. E passa do pé para a mão e do relvado para o pavilhão, dando ao nosso Andebol o destaque que ele merece.