Já há muito que os adeptos leoninos o pediam e à 11ª jornada tiveram direito a uma espécie de dois em um: «epá, em Alvalade temos que jogar com dois avançados contra 95% dos adversários!», “sem dúvida! e temos que entrar para matar os jogos na primeira parte, senão andamos a sofrer até ao fim e a perder pontos estúpidos!”

E assim foi. Marco Silva juntou Montero e Slimani no onze inicial e a equipa entrou e campo à procura do golo de forma furiosa. Logo ao primeiro minuto, Mané é mais rápido que a sombra de Hélder Cabral, rouba-lhe a bola, vai corredor fora e serve Slimani que fica de boca aberta por não esperar a fífia do defesa (aquele François é dos centrais mais medonhos que me lembro de ter visto jogar). Três minutos volvidos, foi a vez de ficarem os adeptos de boca aberta: Montero, pura classe, desmarca Cédric, este cruza redondo e Slimani consegue não acertar na baliza. Inacreditável. Não dá pela direita, tentamos pela esquerda. Jefferson saca o cruzamento, Slimani cabeceia para a bancada. Agora é Nani… defende o redes. Olha, lá vai o Jefferson outra vez! Cruzamento, vai Slim, ahm, Fredy, poste! “&#§@-se!” Livre frontal. “É agora”, pensamos todos. Bomba de Jefferson, defesa. Maurício fora de jogo, golo anulado a Slimani. Lá vai o menino Mané, desta vez arrancando da esquerda para o meio, finta um, dois, três, quatro e ninguém o acompanha… Ui, Montero outra vez (oh Postiga, anda cá ver o que é um nove e meio), passe gourmet para Cédric, cruzamento… penalti! Não?!? Fora de jogo a Slimani?!? (pois é, caros hipócritas da vida que fazem do jornalismo uma vergonha: e se em vez de puxarem para as capas o mau gesto técnico do William que está no começo da jogada do primeiro golo, escrevessem que há um fora de jogo mal tirado a Slimani, aos 28 minutos, e que o argelino é derrubado, dentro da área, por Manú? Dois erros na mesma jogada, meus merdas!).

Agora que já descarreguei a minha indignação, permitam-me dizer-vos que aquele turbilhão de emoções teve lugar em menos de trinta minutos. Ou seja, com meia hora de jogo, a partida podia estar arrumada. Mas a verdade é que o placard continuava a assinalar um teimoso zero a zero. Nani e Montero ainda voltariam a testar a atenção do redes sadino, mas a verdade é que o intervalo chegaria com a equipa a desacelerar e com um nulo que nos amargava a boca. E que, diga-se de passagem, devia ser guardado na memória de todos os que se apressam a insultar e condenar a equipa quando se empata com um adversário miserável como este, que só pensa em defender. Sim, isto podia ter dado para o torto e podíamos ter perdido mais dois pontos. Ias fazer o quê? Deixa lá, não precisas de incomodar-te que eu sei a resposta.

A toda para os segundos 45 minutos foi exactamente igual: só uma equipa a preocupar-se em jogar à bola. Slimani continuava a desperdiçar, Montero ensaiava a primeira bomba. Marco Silva abanava a equipa, trocando Adrien e Mané por João Mário e Carrillo. João Mário quase marca na primeira vez que toca na bola. E o Sporting marca mesmo, passado um minuto. Grande cruzamento de Jefferson (mais um) e Slimani a redimir-se de todos os disparates anteriores. «Como fez bem ao Jefferson terem-lhe apertado os calos com a titularidade do Jonathan. Granda gestão do Marco», pensava eu, quando deixei de pensar com a bomba de Montero. «É agora que estes gajos vão encher o saco!». Não foi, infelizmente, porque o que o Domingos merecia era levar seis ou sete batatas para premiar o seu futebolinho deprimente (já agora, não te vi tão indignado quando o Capela te enrabou em tons de vermelho, no Bonfim).

Capel ainda roubaria a Slimani o prémio de falhanço do dia, Carrillo faria o centro perfeito para uma grande cabeçada do argelino. 3-0, resultado curto para o regresso do Leão à normalidade, na noite em que Fredy Montero confirmou que existe um plano táctico B que merece ser mais vezes colocado em prática.

fredyslim