Este texto é, em primeiro lugar, dedicado a todos os emigrantes sportinguistas. Porque eles sabem bem o que é estar de volta a Alvalade depois de uma temporada valente fora de Portugal.

Desde que cheguei já estive presente em 3 belos momentos: Fui ver o futsal, Maribor e Setúbal. Ganhámos os 3. Pelo meio conheci tasqueiros, revi velhos amigos e, finalmente, curei a ressaca gigante que tinha de Sporting. Não é fácil ser junkie de uma droga que só se pode tomar noutro continente. E como qualquer agarrado, quando cheguei a Alvalade desforrei-me. Com a felicidade de ver 3 vitórias, sendo a do futsal absolutamente épica! Neste momento, sinto-me como um puto que recebeu exactamente aquilo que queria no Natal.

Tenho a sorte de ir a Portugal e ver um Sporting a dar lucro pelo segundo exercício consecutivo, que tem um excelente treinador, que tem o Nani, que se opõe a um Sistema cada vez mais descarado, que joga sempre com metade da equipa a vir da formação, que fechou a reestruturação mais importante da nossa história, que recuperou modalidades, que está na nata do futsal…que tem um rumo. Finalmente. E por isso sou um sportinguista feliz. A estabilidade (natural, não a apregoada) é um sinal de que as coisas estão a correr bem. E, na verdade, posso dizer que isso não é de menosprezar. Classificação à parte, já há muito que não via tanta competência em tão pouco tempo. Normalmente, estas minhas viagens periódicas acabavam numa depressão brutal pela crise que atravessámos. Esta vai acabar com a certeza de que o clube que encontrarei na minha próxima ida a Portugal será ainda mais forte do que o actual. Sem depressões, apenas a boa (e desta vez genuína) esperança de um futuro melhor.
Pela primeira vez em muitos anos (talvez desde sempre) sinto que tudo caminha numa direcção melhor. Não, não estamos em primeiro. Mas vamos estar. Ou estamos cada vez mais próximos de estar. Não “em primeiro” neste campeonato viciado à partida. Mas em primeiro, consistentemente, nos próximos anos. Eu acredito nisso.

Aqui vai a minha mensagem para todos os emigrantes e vai em modo telegráfico:
– O País continua na merda. STOP
– Pelo menos já vai gente dentro STOP
– O Sporting continua Enorme. STOP
– A Onda Verde é mesmo real. STOP

 

* todas as sextas, directamente de Angola, Sá abandona o seu lugar cativo à mesa da Tasca e toma conta da cozinha!