*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]

Para o jantar, reservei o prato confeccionado pela Maria Ribeiro, que vai mostrando que percebe de bola no blogue A Culpa é do Hassan.

 

Não me acordem deste sonho, by Maria Ribeiro
Hoje é um dia de felicidade, como há muito não me lembrava de sentir. Acordei, tomei o café, li as notícias muito rápido e pus-me no carro. Na rádio dizem: “Agora para o futebol, Sporting venceu ontem o  Gil Vicente e é líder isolado” (e atenção escrevo isto sem que tenha ainda ouvido a frase).

Durante toda a semana fiz cálculos matemáticos, equações, detectei as probabilidades de vitória e fui tentando adivinhar qual o desfecho de um fim de semana que arrancou logo com os dois pontos que o Arouca cedeu na Luz (senti o Pintassilgo muito inconformado com o resultado).
Confesso que ao saber que podíamos ser líderes, a dois pontos do segundo lugar , temi que o Sporting fosse Sporting isto é, que falhasse quando tem de acertar, que o ataque fosse tudo às três pancadas, bolas ao poste, Patrício a subir nos cantos, bom… as trinta jornadas do ano passado.

Os rapazes calaram os meus medos e hábitos. Não, o Sporting já não é o clube que quando tem de ganhar empata. Não, o Sporting já não é um clube que dá um campeonato por perdido depois de perder com um dos rivais. Não, o Sporting não tem um único jogador caro no plantel e no entanto ao ver aquele meio-campo trocar bolas choro um pouco por dentro. Vencer ao Gil é mais do que a liderança, é uma mudança de paradigma e de mentalidade, é o espírito de compromisso cada vez mais presente nos jovens que usam o manto sagrado.

Sabemos todos que a teoria nos diz para ter calma, para aguentar o verde coração que teima em fugir da racionalidade e imaginar-nos levantar o troféu. Mas eu, neste momento, quero que a teoria vá para onde o Enzo Perez mandou a bola de sexta.
Tenho 21 anos, a última vez que o Sporting foi campeão eu tinha 10. O meu pai arrastava-me num mar de gente ao pé da Praça do Município porque eu queria ver o Pedro Barbosa, o Hugo Viana e o Niculae. Lembro-me que o Viana chorou na varanda e eu, que gostava mais dele que dos outros todos porque era bonitinho e jogava bem, prometi a mim própria que só comprava outro cachecol quando o Sporting me levasse de novo à Praça do Município. Escusado será dizer o estado do meu mais preciso objecto…

Já passou tempo demais, foram demasiadas as desilusões, os “quases”, os anos de equipas fantásticas que ficavam sempre à porta, quer pelo sistema quer pelo azar.
Eu não consigo evitar imaginar-me de novo na baixa lisboeta, com muito mais noção, muito mais amor e mais ídolos. Eu “acredito” no Sporting campeão e assim estarei até Maio, quando alguém me acordar deste sonho. Não existe equipa que mereça mais do que a nossa. E, acima de tudo, não existem adeptos mais fiéis, criativos e dedicados do que a família leonina. Saber que os jogadores, treinador e presidente fazem parte dessa família só aumenta o nosso amor e entusiasmo.

Nota futebolística: O nosso meio-campo é cada vez mais dinâmico, certinho e criador de pura magia. 100% Alcochete a espalhar magia nesses relvados portugueses. A defesa tem estado impecável e irrita-me um pouco essa do “precisamos de um central”. Os dois titulares, Eric e Semedo dão conta do recado sem dúvida!
Quanto a “reforços”, se precisamos de um médio é a hora Iuri Medeiros (a 10 tem estado brilhante) ou João Mário. Parece que Magrão vai embora e Jardim já disse que vão subir jovens da equipa secundária. Acho sim que os extremos andam com menos poder de fogo do que o suposto. Carrillo e Wilson são inconstantes, Salomão é o Salomão, Mané é puto e Capel (ámen) parte sempre tudo. Luís Leal para jogar a falso extremo (como jogou Wilson Eduardo frente ao Gil) é a minha sugestão.