Não é fácil olhar para o jogo de ontem sem soltar um lençol de críticas. Ou sem disparar em todas as direcções, se preferirem. Não há adepto leonino que goste de ver a sua equipa apresentar-se como se fosse beber um copo ao Tamariz. E não há adepto leonino que goste de coleccionar mais um empate, ainda para mais frente a uma equipa que pensou em estender-se no relvado umas quatro vezes ao longo de toda a partida.

Fizemos um jogo fraquíssimo. Ponto. Intensidade nos mínimos e muito pouca capacidade para criar situações e golo. Montero terá estado em praticamente todos os lances de perigo da equipa, exceptuando aquela cabeçada de Tanaka que o redes desvia para o poste por instinto, e a verdade é que, logo aos seis minutos, o colombiano vê ser-lhe mal assinalado um fora de jogo quando ficava com a baliza escancarada. Não serve isto de desculpa para a primeira parte confrangedora, mas se a nossa paciência é pouca para exibições como a de ontem, também deverá sê-lo para os constantes erros do apito.

O regresso dos balneários trouxe uma equipa mais solta, com vontade de ir atrás da desvantagem no marcador. Foram 20 minutos dinâmicos, não o suficiente para conseguir dois golos, até porque a partir dos 70 minutos voltou o problema de não ter ideias para ultrapassar uma equipa apostada em preservar o pontinho. E, sim, esse tem sido um problema, nomeadamente quando Nani e/ou Carrillo estão em dia não e quando falta a referência Slimani no centro do ataque. Poder-se-à dizer, como no caso de ontem, que o Sporting deveria ter jogado com dois homens na frente. A verdade é que, a três semanas da final da Taça, não é de estranhar que Marco Silva volte a apostar no desenho utilizado ao longo de quase toda a época. Do meu ponto de vista faz, até, sentido.

Não quero acreditar, sinceramente, que jogos como o de ontem venham a ter influência no de dia 31. Aliás, diria que é lá que está a cabeça de praticamente todos os jogadores. Sim, eles continuam a receber o seu ordenado, sim, nós continuamos a pagar quotas e bilhetes para vê-los jogar. E ainda faltam dois jogos que prometem ser rasgadinhos e cheios de manhas. Já para não falar das manchetes onde, quase aposto, para lá dos nomes de possíveis contratações e vendas, surgirão nomes de novos treinadores. As próximas semanas serão um teste. Não à equipa, que acredito que estará no Jamor ao nível dos melhores jogos realizados esta época, mas à paciência de todos os adeptos. Estejamos preparados para isso.

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