A precoce eliminação da Champions League, conjugada com o esforço suplementar na equipa principal, fazia adivinhar dias negros no final de Agosto, previamente alertados pelo Presidente Bruno de Carvalho na sua mais recente entrevista.

O aviso foi feito e ouvido por quem estava atento “vamos ter de nos sentar e pensar na estratégia”. Rapidamente foram muitos (eu incluída) que assumiram que o Sporting estaria prestes a perder alguns dos seus jogadores mais importantes.

Felizmente, a saúde parece ter chegado de uma vez por todas a Alvalade, e o projecto está vivo e recomenda-se. A estratégia teve de ser repensada, claro, e a eminente chegada de mais um central e de um extremo, ambos com qualidade inegável, tiveram de ser adiadas pelo menos até Janeiro (altura em que, supostamente, Cervi chegará ao nosso clube por 3,8 milhões de euros).

Boas notícias para a administração e para os seus adeptos, que conseguem segurar os seus principais activos, aumentar o nível de ordenados praticados no clube e garantir qualidade ao dispor de Jorge Jesus.

O mais lógico seria o registo de vendas no decorrer do dia de ontem, compostas com as duas contratações em falta. Mas, a realidade, é que ao não investir de novo no mercado de transferências, o Sporting conseguiu aquilo que pretendia: manter as jóias da coroa, valorizar ainda mais as mesmas e não ter necessidade de colmatar os 14 milhões perdidos na Champions com uma venda à pressão.

Uma estratégia diferente, sem dúvida, e uma abordagem nova ao mercado esta temporada, que descansou muito mais as hostes leoninas, concentrando-se mais no jogo jogado e menos nas capas de imprensa.

Num outro primas, colocaram-se activos que estavam a mais sem grandes entraves em termos de verbas, na grande maioria dos casos o Sporting assegurou apenas percentagens dos passes e poupou em chorudos ordenados. São os casos de Rubio, Betinho, Diego Capel ou Wilson Eduardo.
Venderam-se flops como Rabia ou Shikabala, garantindo até lucro. Emprestaram-se jovens com potencial, quase todos a clubes que ajudam o seu desenvolvimento (algo que nem sempre se registou no passado) ainda que um ou dois pudessem ter ajudado a compor mais o plantel de JJ.
Ficaram a faltar as colocações de Labyad (insisto que ainda pode ser muito útil), Viola e Rosell, que têm na Turqui a última esperança para abandonar Alvalade.
No fundo, emagreceu-se o número de jogadores com contrato, e muito, permitindo aos cofres de Alvalade uma maior margem ao final do mês e muito menos trabalho para cumprir nas constantes janelas de transferências.

Um mercado com um balanço extremamente positivo, que fica marcado pelas aquisições de Aquilani, Naldo, Téo e Bryan Ruiz, a subida de Gelson e Esgaio, a manutenção de William, Adrien, João Mário e Slimani.
Faltam agora os casos bicudos de André Martins e Carrillo, jogadores que provavelmente vamos perder a custo zero, mas que vão ajudar a equipa desportivamente.

A Direcção amadureceu e, este ano, provou que aprendeu muito no ataque ao mercado. Continuar assim, sem dúvida.

*às terças, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa