Até à data, o Sporting Clube de Portugal conta com 10 jogos oficiais em quase dois meses de competição: 1 para a Liga Europa, 2 para a Champions, 6 para a Liga Portuguesa e 1 para a Supertaça. O rescaldo é de 6 Vitórias, 2 Empates e 2 Derrotas com 14 golos marcados e 11 sofridos.
Pelo meio, um título conquistado ao bicampeão nacional (com todo o mérito, numa vitoria magra para o domínio exercido) e a liderança da Liga Portuguesa, embora partilhada, com fc porto.

No cômputo geral dos jogos, contamos as duas únicas derrotas com adversários mais rodados competitivamente (CSKA e Lokomotiv, líderes da Liga Russa), e deslocações sempre difíceis a Vila do conde, Bessa, Coimbra, por exemplo. Sem contar com a tal final conquistada em campo neutro, à estrutura de Carnide. O que dizer, então, do rescaldo deste inicio de época? Face ao que estávamos habituados até aqui, só uma palavra: EXCELENTE!

Mas, então, porque é que nos fica a todos esta sensação de angústia e de amargo de boca, olhando para a generalidade das críticas , seja da imprensa, seja da própria blogosfera leonina, onde nós somos muitas vezes os primeiros apedrejadores? Porque é que tanto amaldiçoamos o melhor principio de época dos ultimos longos anos, numa equipa em que simplesmente…tudo mudou?

Será do aumento exponencial de fermento que Bruno de Carvalho e Jorge Jesus colocaram na nossa cultura de exigência? Ou será pelo facto de contarmos com aquele que é considerado quase unanimemente como o melhor treinador português, ou pelo menos a treinar em Portugal?

Meus caros tasqueiros, este meu post de opinião tem, infelizmente, mais perguntas que respostas. Mas as dúvidas que eu tenho são as mesmas que as vossas. Porque eu também noto o decréscimo de qualidade exibicional desde os jogos com o benfica para a supertaça e contra o CSKA em Alvalade. O que prova que há ainda muito trabalho pela frente, e JJ já deu o seu grito do Ipiranga, ao dizer que faltou (ou falta?) qualidade individual aos nossos jogadores. Mas será que falta mesmo?

A questão essencial , meus caros, é esta: sem William, sem Ewerton, sem Nani, e agora sem Carrillo, temos um plantel mais fraco que na época passada. Que tem tudo, para ficar mais forte ainda e que, no entanto, continuamos à frente, com todo o mérito. Mas os reforços ainda não vieram dar o upgrade necessário, embora continue a achar que, com Teo, Slimani fica mais forte, com Naldo a defesa é bastante mais sólida do que no inicio da época transata, e que Adrien está 3 vezes mais lutador, por isso, muito mais jogador e que, até Ruiz poderá trazer soluções que não existiam.

Mas, pegando numa velha expressão do nosso Mestre: falta nota artística a esta equipa. Sem fato-macaco não há nota artística que o valha, é certo, mas sem criatividade não há ferrolho que ceda. E a nossa Liga está cheia de ferrolhos. Será o Carrillo o único dos nossos verdadeiros criativos ou pelo menos a melhor das chaves? Porque, há algo que me parece também evidente: há jogadores que “não estão cá”. E que sabem e podem dar muito mais. Coloco uma dúvida: a novela Carrillo não estará a afetar o espírito de alguma parte da equipa? Não passaríamos nós a ser o maior dos reais candidatos ao título de campeão nacional com William, Ewerton, e Carrillo a 100%, com tudo aquilo de ótimo que contagiaria os restantes?

Ficam as questões e a minha serenidade em saber que temos o Maior dos Mestres para nos respondermos. Até lá, continuamos à frente. E não consigo, apesar de tudo, de deixar de sorrir.
VIVA O SPORTING!

PS: não sei se repararam, mas não falei dos árbitros. Porque recuso-me a analisar a nossa equipa apenas por aquilo que não depende de nós. Os árbitros explicam muita coisa mas não explicam (ainda) tudo.

ESCRITO POR Converge

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]