Ok, admito que o título seja um tanto ou quanto exagerado, mas, pelo menos para mim, as indicações positivas deste jogo na Turquia foram aquilo que eu precisava para acreditar ainda mais no trabalho que está a ser feito. E, sim, também houve várias coisas menos boas. É capaz de ser melhor começarmos por aí, certo?

Quatro horas volvidas sobre o final da partida, ainda estamos todos a tentar perceber como é que desperdiçámos a conquista dos três pontos. Resposta pronta: porque falhámos golos feitos. É verdade. Teo tinha que ter marcado pelo menos uma das três oportunidades flagrantes que teve e o jogo tinha morrido nesse exacto momento. Mas não marcou, tornando uma nulidade uma noite de grandes movimentações e onde, penso, tirou todas as dúvidas sobre ser um nove ou um avançado que joga no apoio ao ponta-de-lança (é um nove). Depois, também me parece que Jesus foi demasiado célere a retirar Matheus de campo e a desmontar uma estratégia que estava a funcionar. Por último, continua a deixar-me apreensivo o facto das pilhas de jogadores como Ruiz, Teo ou Aquilani serem de curta duração.

Mas esta noite deu-me muito mais momentos para sorrir, apesar do empate. O regresso de William ao meio campo confere uma inegável estabilidade à equipa e foi delicioso ver a forma como ele e Aquilani, bem auxiliados por Ruiz, foram capazes de jogar de pé para pé e construir mesmo em fases de pressão adversária. Por falar em Ruiz, finalmente na posição dele, numa opção que me leva a ponderar se Jesus terá protelado face à ausência de William, acreditando que com o regresso do médio o costa riquenho teria a segurança necessária para libertar-se atrás do avançado. Só o futuro dirá se a opção é para manter, muito provavelmente com Slimani como homem golo. E o belíssimo jogo de Mané? Será desta que embala para uma grande época? E Matheus, mais um puto lançado pelo gajo que não aposta na formação, que, mesmo com as dificuldades próprias de quem é atirado às feras, nunca deixou de tentar jogar e fazer jogar sem esquecer as exigências tácticas que lhe foram conferidas?

Verdade, verdadinha, é que o Sporting fez uma enorme primeira parte, onde até os chamados patinhos feios foram capazes de brilhar (olha a primeira parte do Pereira, por exemplo, onde nem faltou uma cueca ao Quaresma). Para ser perfeita, bastaria que tívéssemos aproveitado metade das oportunidades d golo que criámos. E a verdade é que conseguimos este registo apresentando um onze completamente revolucionado, algo que o meu optimismo natural vê como um sinal de que este plantel está longe de estar no auge da sua potência. Ok, admito que o título seja um tanto ou quanto exagerado, mas, pelo menos para mim, as indicações positivas deste jogo na Turquia foram aquilo que eu precisava para acreditar ainda mais no trabalho que está a ser feito.