No dia 5 de Janeiro de 2013, fez há dias 3 míseros anos, perdíamos no nosso estádio por 1-0 contra o Paços de Ferreira. No final da jornada estávamos em 12.º lugar, apenas um ponto acima da linha de água. Em treze jogos tínhamos 2 vitórias, 6 empates e 5 derrotas, 11 golos marcados e 16 sofridos.

No nosso plantel pontificavam estrelas como Xandão, Boulahrouz, Pranjic, Jeffren, Viola ou Labyad, orientados por um tal de Franky Vercauteren. Rui Patrício era sistematicamente humilhado nas conferências de imprensa com o seu “vamos levantar a cabeça”. Adrien Silva era olhado como mais uma aposta perdida na prata da casa. Rinaudo e Capel remavam, sem grande êxito, contra uma enxurrada que nos empurrava para o precipício. Uma assistência de 20 mil adeptos em Alvalade era uma boa casa. “Ao futebol português faz falta um Sporting forte”, diziam hipocritamente os nossos rivais, enquanto esfregavam as mãos perante a iminência da bipolarização. A “belenização” do Sporting era um fantasma que já não pairava sobre nós, estava ali mesmo sentado ao nosso lado, a rir-se na nossa cara. Nos programas desportivos eram já os vários “notáveis” sportinguistas que falavam da inevitável falência e encerramento do clube, perspectivado a fundação de um “Sporting 2013” ou “Sporting XXI” a começar nos distritais.

Quando fores ao estádio e estiveres a segurar o teu cachecol por cima da cabeça, enquanto cantas a plenos pulmões o “Mundo sabe que” ao lado de mais 40 mil como tu, quando estiveres a gritar o nosso golo da nossa vitória aos 90 minutos, sim daquela vitória que nos continua a assegurar a liderança, quando abrires o jornal desportivo e vires que o teu clube está no topo da classificação, quando no trabalho ou no café algum aziado se queixar que “os lagartos estão todos eufóricos” ou “que parecem sapos inchados”, lembra-te sempre do dia 05 de Janeiro de 2013. Ri-te porque hoje estás aqui, mas lembra-te que foi há três anos que batemos no fundo e que foi por uma unha do Patrício ou por um cabelo do Slimani que hoje não estaríamos a ver o “Sporting XXI” a jogar com o Sacavenense pela subida à 2.ª Liga.

Por isso grita, grita muito, bem alto, não te preocupes se amanhã estamos ali ou acolá, grita porque hoje estamos aqui, aqui mesmo, no nosso lugar, de onde nunca devíamos ter saído, de onde nos tentaram tirar, empurrar, mas não conseguiram. Grita, grita, grita, grita “Sporting! Sporting! Sporting!”. Sempre!!!!

ESCRITO POR RCG
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]