A história já é antiga, antiquíssima. Remonta a Novembro de 1975. O dia 2, mais precisamente. É a nona jornada do campeonato nacional, então liderado por um trio de bês: Benfica, Boavista e Belenenses. Cada qual ganha à sua maneira. O Benfica esmaga o Estoril na Luz por 7-1. Curiosiadade: sete marcadores benfiquistas. Ver para crer: António Bastos Lopes, Shéu, Nené, Moinhos, Vítor Martins, Vítor Baptista e Jordão. O golo estorilista é da autoria de José Torres, ex-Benfica.

O Belenenses bate a CUF por margem mais apertada, cortesia de um bis do paraguaio González (2-0). E o Boavista repete o resultado em Tomar, por Rufino e Francisco Mário. Nas Antas, o Porto goleia o Leixões por 8-2, com bis de Cubillas e Gomes mais hat-trick de Oliveira. Não seria o único a festejar três de uma vez: Jacques (futuro portista) no 5-1 do Farense ao Braga, no São Luís.

Ora bem, e o Sporting? Viaja a Coimbra para defrontar o penúltimo classificado Académico (na altura, é assim mesmo, no masculino). O treinador Juca leva Jesus, como habitual. E senta-o no banco, como habitual. A seis minutos, já com 3-1 no marcador, faz entrar Jesus para o lugar de Marinho e o homem só demora 270 segundos para encontrar o caminho da baliza de Belo, que, entretanto, substituíra o lesionado Araújo. É um golo sem história, “marcado pelo ex-estagiante de terras algarvias”, escreve o Diário de Lisboa, numa alusão à época anterior (1974-75) em que Jesus actua no Olhanense.

Memorize bem a data: 2 de Novembro de 1975. É o único golo de Jesus pelo Sporting. Em Coimbra, onde amanhã joga para o campeonato, agora como treinador leão.

(texto publicado no jornal i)