Faltam 15 dias (ou menos) para os nossos campeões regressarem ao trabalho e não vão faltar rumores nas capas dos jornais. Entradas, saídas, compras, vendas, empréstimos. Assim sendo, aproveitem a rodada por conta da casa, peguem no vosso pote de amendoins ou de tremoços, e soltem o treinador/director desportivo que há dentro de cada um de nós!

Ah, existe uma regra: tentei manter a opção de procurar jogadores de custo reduzido, de preferência já integrados no nosso campeonato.

BALIZA
Adán calou os mais desconfiados (incluindo este que vos escreve) e está de pedra e cal, o que provoca em mim um problema existencial: manter ou não Max, numa decisão entre dar-lhe uma época de competição constante ou uma época com jogos para as Taças? Pensando a médio prazo e porque continua a acreditar que Max pode ser o dono da nossa baliza durante alguns anos, creio que o melhor é emprestá-lo. E o que não faltam são equipas onde o Maximiano pode ser colocado à prova todas as semanas.
Como segunda e terceira opções, várias possibilidades. Continuo sem saber o que vale André Paulo, continuo sem saber o que é que motivou a sua contratação, mas pela lógica ficaria como suplente. Depois… Anthony Walker? Ou será que Amorim vai chamar definitivamente Diego Callai, miúdo de 17 anos que foi chamado a treinar algumas vezes com a equipa principal, durante a época passada, enquanto ia sendo utilizado na equipa de sub-23?

DEFESA
Lateral Direita – Porro entra no segundo ano de empréstimo, é titularíssimo e quanto mais cedo o comprarmos, melhor! João Pereira arrumou as chuteiras e o maior desejo de Amorim para disputar a linha destra com o furacão espanhol é o nosso bem conhecido Esgaio. O técnico deseja trabalhar com algo que fez parte dos seus preferidos, aquando da passagem por Braga, mas esse desejo esbarra, desde logo, nas exigências financeiras de trolha Salvador. Por muito que eu goste da formação e por muito que considere que Esgaio assenta que nem uma luva no esquema de Amorim, dar cinco ou seis milhões por ele… custa. Ainda para mais quando em cima da mesa surge o nome de Wass, experiente lateral dinamarquês, com vários quilómetros de experiência ao serviço do Valência e da sua seleção. Aos 31 anos e avaliado em cerca de 2 milhões de euros, Wass poderia emprestar a experiência necessária a um balneário jovem, ainda para mais em ano de regresso à champions.
Outro nome falado é o de Pipa, internacional sub-21 espanhol, capaz de jogar em qualquer posição no corredor direito e de, se necessário, jogar como lateral esquerdo. Não conheço o jogador do Huddersfield para poder opinar, por isso apenas acrescento que está avaliado em cerca de 2 milhões.
Termino com uma opção realmente low cost: Joel Pereira, um dos jogadores que mais deu nas vistas ao serviço do Gil Vicente.

Centro – Coates, Fedal e Gonçalo Inácio têm a continuidade garantida e são a base da qual parto para este exercício. Não está confirmada a continuidade de Neto, mas defendo que deve ficar mais uma época. Assim, da época passada, sobram Eduardo Quaresma e Matheus Reis. Quaresma precisa sair da sua zona de conforto e o melhor que podia acontecer-lhe seria ser emprestado a um clube da primeira liga onde tivesse oportunidade de jogar todas as semanas (ou quase). Matheus Reis é, em minha opinião, tudo menos um defesa central e acumula erros der posicionamento que, caso queiram recuar no filme da época, facilmente constatarão que nos causaram alguns dos poucos dissabores que nos foram dados a provar.
Assim sendo, olhamos para 21/22 com duas vagas no centro da defesa e uma dela eu nem hesitaria em saber como ocupar: recuperava Ivanildo Fernandes, pouco feliz nesta sua passagem pelo Almeria, de espanha. Gostava de ver este jogador da nossa formação ter uma real oportunidade com a camisola com que cresceu e gostava que não desistíssemos de um jogador que, acredito, ainda vai a tempo de confirmar muito do que de bom se escreveu sobre si.
A outra sugestão recai sobre Tomás Ribeiro, rapaz de 22 anos que garantiu ao B SAD ser uma das defesas mais sólidas da primeira liga e que acrescenta ao belíssimo posicionamento a capacidade de passe longo.
Deixo para último um rapaz que, mesmo no naufrágio que foi o Rio Ave, conseguiu mostrar qualidades e despertar curiosidade: Toni Borevkovic.
Recordo que isto é um exercício low cost, por isso não há dez milhões para gastar num Lyanco.

Lateral Esquerda – Obrigado, Antunes! Fica, Nuno Mendes! É, basicamente, isto. Estamos todos a rezar para que não chegue um clube que bata 60 ou 70 milhões e leve o putom mesmo sabendo o que um saco de euros desse tamanho tem nas contas do Sporting. Acreditando, então, que Nuno Mendes fica, precisamos de alguém (lamento, também não gosto do Matheus Reis para lateral, parece que estou a ver o Rony e sem pontapé canhão) para reforçar essa lateral.
Vinagre é o desejo de uma larga maioria de adeptos leoninos e, sem margem para dúvidas, seria uma belíssima contratação. Obviamente que o Famalicão vai puxar os valores até onde puder, por isso deixo mais uma sugestão “baratinha e capaz de surpreender”: Ricardo Mangas. No Boavista de Jesualdo Ferreira que se agarrou à vida e à manutenção, Mangas deu nas vistas sempre que a equipa optava pelos três centrais e lhe permitia projectar-se ofensivamente. Cruza bem e tem margem de progressão.
Entretanto, com passinhos pequeninos, Flávio Nazinho vai espreitando oportunidades na equipa principal, sonhando seguir o exemplo de Nuno Mendes. Provavelmente vamos vê-lo na pré-época.

MEIO CAMPO
O miolo – No centro do terreno, no miolo, no cérebro da equipa, considero fundamental manter Palhinha, João Mário e Daniel Bragança, aceitando que Matheus Nunes possa ser vendido e contribuir para o equilíbrio financeiro. A novela João Mário ameaça arrastar-se ao longo das próximas semanas e avanço para este exercício acreditando que vamos conseguir trazer o pantufas definitivamente de volta a casa.
Gostava muito de ver Bruno Paz a fazer a pré época e, se totalmente recuperado da lesão que quase lhe lixou a carreira, acredito que temos nele uma opção para sempre que Palhinha precise descansar ou não possa jogar. Indo ao mercado, então apontaria em direcção a dois jogadores que podem fazer a posição seis e a posição oito: Manuel Ugarte e Stephen Eustáquio. Diz-se que este último tem as coisas alinhavadas com o fcp, por isso foco-me no uruguaio, que deverá representar um investimento mínimo de 4 milhões. Estampa física, forte nos duelos, boa ocupação de espaços, capacidade de sair a jogar, com destreza no passe curto. Diria que encaixa na perfeição no esquema e no futebol de Ruben Amorim.
Não esquecer o nosso Essugo, que deverá fazer a pré-época e que, acredito, será cada vez mais opção entre os crescidos.

ENTRE EXTREMOS E O FALSO DEZ
Pote, melhor marcador da Liga Portuguesa, continuará a ser o jocker da equipa, deambulando em todo o meio-campo ofensivo como forma de oferecer possibilidade de jogo entre as linhas da defesa e meio campo adversárias. E como continuamos sem ter um gajo que se assemelhe ao pote, digo-vos que, se mandasse alguma coisa, já tinha trazido de volta o Ryan Gauld. Ainda por cima temos metade do passe… há coisas que nunca vou entender.
Nas extremas, transitam da época passada Nuno Santos, Jovane Cabral, Gonzalo Plata e Bruno Tabata, e digo-vos desde já que Plata seria uma das minhas grandes apostas para 21/22. O final de época mostrou um jogador que percebeu a mensagem e surgiu cada vez mais comprometido com o esquema táctico da equipa, mesmo quando isso o obrigava a ser um falso lateral. Tecnicamente, Plata tem aquele lado selvagem que tantas vezes pode decidir jogos. Por outras palavras… deixem-se de merdas e de ideias de emprestar o Plata! Também gostava que Jovane conseguisse ultrapassar os problemas físicos e desse à equipa tudo o que pode dar (e não temos muitos como ele para fazê-lo). Nuno Santos continuará, obviamente, tal como acredito que Tabata continuará de Leão ao peito.
Assim, neste meu exercício low cost, começo por dois jogadores da formação: Joelson e Nuno Moreira, ambos capazes da dar irreverência às extremas ofensivas.
Depois, aponto a mira a Guimarães, de onde tentaria trazer o extremo Edwards (um dos melhores jogadores da Liga e um daqueles que justificam o investimento) e o médio ofensivo André Almeida, um sub-21 com grande margem de progressão, boa meia distância e capacidade para também jogar da esquerda para dentro, mesmo ao jeito das subidas de Nuno Mendes.
Por último, o irritante Iván Jaime, do Famalicão, seta pronta a ser disparada a partir da esquerda. A capacidade de aceleração deste rapaz é digna de registo, bem como a capacidade técnica que lhe permite pensar e executar em espaços curtos. Num Sporting a jogar na profundidade,

AVANÇADOS / PONTAS DE LANÇA
Dá que pensar como é que vencemos o campeonato com apenas duas opções na frente de ataque: Tiago Tomás e Paulinho, sendo que este último chegou a meio da época. Ora, o investimento no ex-bracarense é meio caminho andando para, este ano, termos pouca margem de investimento avoltudo na frente de ataque (e o Yaremchuk perdido no Gent…), por isso a minha primeira opção passaria por fazer regressar Pedro Marques. Se a ideia era ver como o miúdo reagia em alta competição, penso que o que fez ao serviço do Gil Vicente deixou poucas dúvidas, além de oferecer-nos características que nem TT nem Paulinho oferecerem.
Depois, Mario González. O que fez, ao serviço do Moreirense, é cartão de visita suficiente para apontá-lo como um dos mais inteligentes jogadores a pisar os relvados portugueses, juntando-lhe a capacidade de acelerar o jogo em espaços curtos e de saber aproveitar as entre linhas adversárias. O Elis, do Boavista, seria uma opção bem diferente, menos inteligente, mais físico e intenso, com aquela agressividade no último terço que tantas vezes nos falta. Por último, Beto. O calmeirão do Portimonense é ainda um diamante em bruto, à espera das mãos e da equipa certas para torná-lo num pesadelo para as defesas. Não o imagino é a jogar em simultâneo com Paulinho (a não ser em fase destruidora aka desesperada onde se for preciso o Coates também lá vai).