Cem gajos vestidos de preto, que correm sem se perceber bem para onde. Câmaras de televisão ao rubro. Quem são? O que querem? Para onde vão?
Teoria rápida, estúpida, nojenta, tendenciosa: chamam-se casuals e são adeptos afectos ao Sporting. Vinham a entoar cânticos leoninos. E uns têm tatuagens alusivas ao clube de Alvalade. Apenas vieram ao Porto para causar distúrbios.

Assim, do nada, a nossa brilhante comunicação social associava o nome do Sporting a vergonhosas cenas que, infelizmente, vão afastando pessoas dos estádios. Assim, do nada, a nossa brilhante comunicação social parte do princípio que os telespectadores e os leitores são, na sua maioria, uns imbecis, que comem sem pensar a merda de prato que se lhes coloca à frente. Porque é que dizes isso, ó Cherba?
Porque eu não vi os gajos agredirem quem quer que fosse. Porque, o que eu vi, foi uma molhada de gajos vestidos de preto que parecem estar a fugir e que, de um momento para o outro, estão a ser agredidos por adeptos vestidos de azul e branco. Um deles, líder de um bando de tristes e conhecido pelas suas macacadas, até foi destaque em jornais, vangloriando-se, imagine-se, de ter ficado com uma recordação. Mas, calma, o mesmo jornal diz que o rapaz só lá estava a ajudar a bater para… conseguir que a situação acalmasse.

É esta merda que temos. Constantemente.
Num jogo em que seguiu rumo ao Porto um número de adeptos organizados (aka claques) do Sporting como há muito não havia memória, num jogo em que esses mesmos adeptos não provocaram distúrbios, antes, durante e depois do jogo (e ainda foram presenteados com a ditadura do Rei Bufas, mandando retirar uma tarja que não lhe agradou), num jogo em que esses adeptos abafaram os copiões dos dragões, o que se tenta passar é uma mensagem completamente deturpada e de interpretações, no mínimo, controversas.

Na segunda volta, seria curioso se, do nada, aparecessem umas dezenas de gajos vestidos de azul, a correrem nas imediações de Alvalade e a gritarem merdices de apoio ao fcp. Daria que pensar se, tal como os tais gajos de preto vestidos, esta rapaziada de azul estaria ali de forma casual. Ou talvez não.