Arranca, hoje, a muito aguardada Elite Round da UEFA Futsal Cup, com o Sporting a ter o Eto Gyor como primeiro adversário (“uma equipa extremamente bem organizada, habituada e muito forte fisicamente”, segundo Nuno Dias). Num dia importante e numa prova que muito desejamos conquistar, aproveito para recuperar as palavras de Miguel Albuquerque, director-geral do futsal, e de Nuno Dias, o nosso treinador. Palavras confiantes, arrogantes para alguns, mas, parece-me, palavras que têm sido incorporadas pelos jogadores de uma forma errada: posso estar a ser muito injusto, mas dá-me a sensação de que existe excesso de confiança e que temos entrado em campo com o pensamento «somos muito bons e, mais cedo ou mais tarde, resolvemos o jogo.
Mais logo, entrar em campo com essa postura pode ser fatal»

«O objetivo principal do Sporting para esta temporada é conquistar de novo o Campeonato Nacional. Claro que queremos chegar à ´final four` da UEFA Futsal Cup, mas o que queremos mesmo é ser bicampeões […] Às vezes as pessoas confundem confiança com arrogância ou prepotência, mas quando dizemos que somos melhores não estamos a ser arrogantes […] Queremos dominar o panorama do futsal português. Nos últimos quatro anos perdemos uma vez o título, e da forma que toda a gente viu. Se não fosse assim, nesta altura estávamos a jogar para o penta […] Vou contar-lhe uma coisa: quando o Nuno Dias chegou disse-lhe que não chegava vencer. Era preciso dominar, era necessário ser avassalador, marcar a nossa posição. Ele percebeu-me, porque esse é também o seu espírito. E foi o que fizemos. E isso transformou-se numa bola de neve, que se estendeu a todos os escalões. Todos. Os miúdos já têm esse espírito» Miguel Albuquerque, in A Bola

«Pelo facto de estarmos nesta competição (UEFA Futsal Cup), ainda por cima jogando em casa, obviamente que passa pela nossa cabeça o objetivo de ir à final four. Da minha parte, sinto-me um privilegiado pelo facto de estar a viver este tipo de competição, que não está ao alcance de todos, onde só estão os melhores, os campeões dos campeões. Mas pelo facto de conhecer os nossos adversários, conhecer muito bem a nossa equipa e jogar em casa, o objetivo é ir à final four […] Pelo que analisámos, este é, dos quatro, o grupo mais difícil. O facto de sermos cabeças de série deu-nos a vantagem de não jogar com Barcelona, Dínamo e o campeão europeu, o Kairat. Das que sobravam, na minha opinião, calharam-nos as piores possíveis […] Todos querem golear, a diferença é que eu tenho coragem de o dizer. Ainda há muita falta de coragem para se assumir o que se é. Há muitos treinadores que ainda se escondem na filosofia de dizer aquilo que os outros querem ouvir ou não dizer aquilo que se pensa mas o que dá jeito. Se calhar perco com isso mas sou fiel às minhas ideias. […] Não é ser arrogante, as pessoas não estão é habituadas a que se diga o que se pensa. Ser arrogante é uma coisa, dizer o que se sente e pensa é outra. Infelizmente a mentalidade… se calhar é do nosso País, a mentalidade do coitadinho, mesquinha, esperando apenas o insucesso dos outros para criticar.», Nuno Dias, in A Bola

«O certo é que todos queremos ganhar, sabemos que só um pode passar e todos temos a pressão de querer lá chegar [final-four]. Eu, claro, também quero, mas não será a golear. É fazer o nosso trabalho, vencer e chegar a domingo em primeiro lugar no grupo», Nuno Dias in Sporting.pt